Era eu e mais dez num pardieiro No estácio de sá. Fazia biscate o dia inteiro Pra não desovar E quanto mais apertava o cinto Mais magro ficava com as calças caindo Sem nem pro cigarro, nenhum pra rangar. Falei com os dez do pardieiro: Do jeito que tá Com a vida pela hora da morte E vai piorar Imposto, inflação cheirando a assalto Juntamo as família na mesma quadrilha Nos organizamo pra contra-assaltar. Fizemo a divisão dos trabalhos: Mulher - suadouro, trotuá Pivete - nas missas, nos sinais Marmanjo - no arrocho, pó, chantagem, Balão apagado, tudo o que pintar. E assim reformando o pardieiro. Penduramo placa no portão: Tiziu, cuspe-grosso e seus irmãos Agora no ramo atacadista Convidam pro angu de inauguração. Refrão: tenteia, tenteia Com o berro e saliva Fizemo o pé-de-meia (bis). Hoje tenho status, mordomo, contatos, Pertenço à situação Mas não esqueço os velhos tempos: Domingo numa solenidade Uma otoridade me abraçou. Bati-lhe a carteira, nem notou, Levou meu relógio e eu nem vi - já não há mais lugar pra amador! Refrão: tenteia, tenteia Com o berro e saliva Fizemo o pé-de-meia (bis). - ri melhor Quem ri impune.
Compositores: Aldir Blanc Mendes (Aldir Blanc), Joao Bosco de Freitas Mucci (Joao Bosco) ECAD: Obra #109787 Fonograma #613630