Peão Brasil e Parentinho

Velho Carreiro

Peão Brasil e Parentinho


Velho carreiro, cadê o carro de boi?
Velho carreiro, cadê o seu gibão?
Velho carreiro, cadê o carreadô?
Cadê a canga, os canzis e o ferrão?

Velho carreiro, até os bois de carro
Foram pro corte à pedido do patrão
Velho carreiro, o sertão emudeceu
Não tem vai boi, não tem gemido de cocão

Só a lembrança emparelhada é que ficou
A velha canga a enxurrada arrastou
O velho carro apodreceu lá no relento
Na cabeceira do velho carreador

Com o progresso a tradição se acabou
Quanta saudade do bom tempo que passou
Sem o carreiro o sertão silenciou
Tenho a certeza que ele também chorou

Velho carreiro, no sertão não tem mais nada
Os curiangos cantam triste nas quebradas
Não tem viola nas noites enluaradas
Nem seresteiros cantando pra sua amada

Velho carreiro, tem sua marca registrada
Foi pioneiro levando carga pesada
Onde o asfalto cobre a terra das estradas
Passou carreiro, boi de carro e boiada

Compositores: Valdomiro Rufino de Souza (Vilino), Augustinho Crepaldi (Nenzica)
ECAD: Obra #5964653 Fonograma #2122015

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