Quando o gigante acordou, muita gente pensou Lá vem ele salvar o Brasil! Acordou com fome, com raiva e engolindo tudo E arrotando seu jeito viril
Muitos e muitos minúsculos homens pequenos Tiveram em quem se espelhar E foi cream cracker com leite condensado Pra tudo que é lado Ração para o rebanho
Meu Deus, os velhotes dos sangrentos anos de chumbo Cevaram demais seu filhote Pela memória do monstro mais horripilante E pra completar o pacote Tinha um marreco de rabo amarrado julgando Que dava pra engrossar o caldo E era, esse caldo, um caldo de sabor supremo Comida do demo Ração para o rebanho Comer
Ódio no gabinete Bucho no canivete Loja de chocolate
Depois de manchada a faixa é passada na rampa E o vírus do ódio se espalha O jeito sensível e sensato de numerar filhos É o ápice do orgulho canalha E o grande engodo sentado na terraplanice
Tocando fogo na floresta E ninguém mais presta nos tempos da anticiência Extrema demência De todo o rebanho
O sonho dourado acabou em ponche de laranja E só sobrou bagaço Não tem mais jeito, nem cura, placebo ou vacina Concretização do fracasso E no futuro, em breve, nos livros de história
Vai ter um capítulo à parte E vai tá escrito lá o quão custou caro Fazer o reparo De todo o rebanho Brasil!
Ódio no gabinete Bucho no canivete Loja de chocolate