Batem tambores nas danças de guerra Nas festas ao luar Batem as gotas de chuva na terra A vida quer brotar A fome bate um batuque doido Pega o moleque, sacode e corrói Quem te tirou a ternura que tinhas Quem foi? (*) a fome bate na barriga o seu batuque doido A fome bate, a fome bate
Bate a saudade na brisa da tarde Perfume de mulher Traz o desejo dos beijos que ardem A vida sempre quer Bate uma crença de paz no futuro Mas a lembrança da infância ainda dói Quem te tirou a esperança dos olhos Quem foi? (*) Batem tambores, mulheres e homens Dançam num vai e vem Novos brinquedos de mesmos motores Sons coloridos têm Mas ainda ouço o batuque doido Sempre presente na gente a bater Cadê o moleque que eu era, quem dera Cadê? (*) Bate o arado na pele que anseia A terra quer prazer Roça uma idéia na mão que semeia Quem planta quer comer Homens amargos renascem das cinzas Mas e o moleque, quem vai acender Aqueles olhos brilhantes de antes Cadê? (*) Bate na pedra, tua história lapida Um dia alguém vai ler Dentro de um sonho outro sonho engravida Brotando um novo ser Um homem pode escrever seu destino Endurecer sem que perca a paixão Desde que brinque o moleque no seu Coração
A fome bate na barriga o seu batuque doido A fome bate, a fome bate
Compositores: Paulo Roberto Barroso (Paulo Barroso), Arnaldo Augusto Afonso ECAD: Obra #10779455 Fonograma #11339481