Enquanto vida eu tiver Enquanto a vida me quer Em cima da terra em baixo do céu Fazendo uma serra caber no papel Cantando o que eu puxo da inspiração Enchendo o meu bucho de acorde e canção Trancando as palavras nos currais da rima Tornando- as escravas tão livres tão finas Colhendo meus versos com mãos de poeta Correndo na reta de um bom cantador Cantarei meu canto no canto que entoa Serei o encanto da imaginação Terei nos baiões nas cantigas e loas Os sons e a proa da minha canção Do rei do baião cantarei o ensino De um vão virgulino eu serei lampião Moldado no barro de um rei vitalino Cantarei o hino e a voz do sertão
Das belas cantigas serei compromisso Pois padrinho cícero me dar proteção Serei o conselho de um bom conselheiro Serei mensageiro de frei damião Terei meu nordeste plantado no peito Regado com um eito de pura emoção Serei como a dor de um irmão sertanejo Que ganha o subeijo de um taco de pão
Serei a saudade de um filho que parte Serei o aparte da briga de irmãos Serei a cantiga do brilho da arte A espiga de milho do teu são joão Serei o encontro da noite com o dia O céu dos amantes a lua do amor O canto que antes se fez poesia Na voz incessante de um cantador
Compositor: Francisco Flavio Leandro Furtado (Flavio Leandro) ECAD: Obra #1384966 Fonograma #1568314