É tempo de prosa Na copa da rosa Na ponta do espinho Na boca calada do sol É tempo de prosa Das ruas aflora o verbo E as almas se agitam Em busca de um sonho tranqüilo É tempo de prosa O ritmo longo da prosa Na fala obscura Dos tempos de agora É tempo de prosa De métrica absurda De amores e cóleras E dores que são tão profundas Assim caminham As coisas no mundo E os homens que estão por aí Somando túmulos em avenidas Somando túmulos e túmulos De possibilidades para A paz na terra No tempo da prosa A víscera exposta da prosa Na palavra solta De um pensador No tempo da prosa A forma sintética e plana De tantos amorfos Prazeres avulsos No tempo da prosa A rima obscena da luz Ilusória por sobre os escombros Dos muros No tempo da prosa O céu já não tem a cidade A lua não tem mais o mar Foram todos passear O poeta e a pedra E a rosa e o rio E a poesia com a melodia Se recolhem num velho baú De lata Enquanto tantos poucos idiotas Enquanto tantos acreditam Que é o fim da história Como se houvessem um fim
Compositor: Leo Henkin (UBC)Editor: Dubas Musica Ltda - Epp (UBC)Publicado em 1995 (03/Jan)ECAD verificado obra #253169 e fonograma #546977 em 27/Out/2024 com dados da UBEM