Sou desses tauras que madrugam no serviço Neste oficio de tropear sempre disposto E quando a aurora vai bordando seu início Antes do vício passo a água no meu rosto.
Angico bueno num foguito se extravasa Pra um topetudo com sabor de liberdade E a carne gorda que vai pingando na brasa Vai me dar vasa e um sustento de verdade.
Enquanto os bichos anunciam a alvorada E a madrugada traz aromas pro sereno Assoviando uma coplita bem largada Pego a estrada ao tranco do pingo bueno.
Eu sou gaúcho, tá na estampa e no meu jeito Sou Missioneiro, pêlo-duro, do interior E repontando a tradição vou satisfeito Pois meu preceito anseia a paz e o amor.
Pouco me importa o minuano e o mormaço Pois no que faço tenho gosto e vocação Chapéu tapeado e na força do meu braço Estiro o laço e pealo até assombração
Sou peão de estância apegado nos arreios Nas campereadas que pra mim são um regalo Tiro de laço, marcação, doma ou rodeio Eu tô no meio pregado no meu cavalo.
Que coisa linda este oficio tosco e puro No qual me amparo no compasso das chilenas E honrando o pago, meu Rio Grande pêlo-duro Eu vou seguro enfrentando esses torenas
Compositores: Nilton Ferreira Correa (Nilton Ferreira), Joao Ribeiro de Almeida (Joao Ribeiro), Joao Carlos Oliveira Antunes (Joao Antunes) ECAD: Obra #976179 Fonograma #1420462