?Nestas noites olorosas Quando o mar, desfeito em rosas, Se desfolha à lua cheia Lembra a ilha um ninho oculto Onde o amor celebra em culto Todo encanto que a rodeia
Nos canteiros ondulantes As nereidas incessantes Abrem lírios ao luar A água em prece borborinha E em redor da capelinha vai rezando o verbo amar.
Jardim de afetos Pombal de amores Humildes tetos De pescadores Se a lua brilha Que bem nos dá Amar na ilha de Paquetá
Pensamento de quem ama, Hóstia azul, fervendo em chama, Entre lábios separados... Pensamento de quem ama Leva o meu radiograma Ao jardim dos namorados
Onde é esse paraíso O caminho que idealizo Na ascensão para esse altar Paquetá é um céu profundo Que começa neste mundo Mas não sabe onde acabar...
Sobre o mar de azul rendado, Que é toalha de um noivado Surge a ilha ? táça erguida. E o luar ? vinho dourado Enche a táça do passado Que embriaga a nossa vida!
Ai, que filtro milagroso, Para a mágoa e para o gozo Para a eterna inspiração! O luar, na mocidade, Abre as rosas da saudade Dentro em nosso coração?.