NIWA
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Serra

NIWA


Hoje é o tempo de lembrar do que foi feito
Sem perder o que será
Ver todo erro com carinho e com respeito
Deixe o desvio guiar
Vincos que o tempo costurou em suas mãos
dicas que a deusa deixou
Pedra erodida pelas mágoas de quem foi
e quem ficou
Eu deixo a boca aberta
pra todo ar vir congelar os meus pulmões
Vilosidades internas
que jorram sangue, essa energia em pulsações

Quero morrer entre as penas de um gavião
Não calo frente esse encontro tão soberano
ajoelho em perdão
Serra
Serra
Serra seu olho é um vulcão

Hoje na terra tudo corre como sempre
Tudo é começo e final
Faz tanto tempo que eu não vejo
o homem como um bicho mau
Quero morrer ao seu lado
sempre quis dizer mas não saiu
Gente é uma coisa tão rara
e imperfeita de um modo tão gentil

Quero morrer entre as penas de um gavião
Não calo frente esse encontro tão soberano
ajoelho em perdão
Quero morrer entre as unhas de um leão
não calo frente esse encontro tão soberano
ajoelho em perdão
Serra
Serra
Serra
Seu olho é um vulcão

Composição: Produção Niwa, João Antunes

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