Não tem feijão vai pão com rapadura Muita mistura envenena o coração Meu par de sete vira Um full han de figura Quem em noite escura Vaga lume é lampião.
Sol na moleira vida regateira Sem eira nem beira Põe madeira pra lumiar essa fogueira Mulher rendeira Da minha canção brasileira...
A carne é fraca e cheia de nervura Se depender da dentadura fica ruim A água é mole, mais a vida é dura E tanto bate até que fura o mocassim.
Sol na moleira... (refrão)
Nem um troco no bolso E vamo que vamo vai que Deus é fatal Que nem Nostradamus
E já que aqui tudo é índio Pra americano Eu sou cacique de ramos pé de valsa arrasa um terreiro Não vim num avião negreiro Não peguei a embocadura.
Dizer que a vida é um anjo de candura Não adianta disfarçar que ela não é Também não sou nenhuma formosura Pintou frescura eu mando logo um buscapé
Sol na moleira... (refrão)
Não casei com azar Nem dei sorte grande Nunca usei força bruta nem dei vexame Eu não sou filho de Jean C. Van Dame Eu sou dos filhos de Gandhi Com 40 graus até no outono Era pra só viver no sono Mas deitar me dá tontura
Não tem pro chopp bota branca pura bate primeiro e bota fogo no gogó Quem vem comigo também se segura Quem vive mal acompanhado morre só
Sol na moleira...(refrão)
Compositor: Celso Viafora ECAD: Obra #6473728 Fonograma #985181