Nick Cave & The Bad Seeds

O'malley's Bar (tradução)

Nick Cave & The Bad Seeds

Murder Ballads


O Bar de O’Malley



Eu sou alto e sou esbelto

De uma invejável estatura

E eu tenho uma reputação de ser um boa-pinta

Em um certo ângulo e uma certa luz


Bem, eu entrei no O’Malley’s

Disse: “O’Malley eu tenho uma sede”

O’Malley simplesmente sorriu pra mim

Disse “Você não seria o primeiro”


Eu bati no balcão e apontei

Para uma garrafa na prateleira

E enquanto O’Malley me servia um drinque

Eu dei uma cafungada e me benzi


Minha mão decidiu que a hora estava próxima

E por um instante ela sumiu de vista

E quando retornou, ela queimou brandamente

Com a confiança renovada


Bem, o trovão do meu punho de aço

Fez todos os copos retinir

Quando atirei nele, eu estava tão boa-pinta

Era a luz, era o ângulo


Huh! Hmmmmmm


"Vizinhos!" eu clamei, "Amigos!" Eu gritei

Eu bati meu punho no balcão

"Eu não guardo nenhum rancor contra vocês!"

E meu pau se sentiu comprido e duro


"Eu sou o homem pelo qual nenhum Deus espera

Mas que o mundo inteiro anseia

Eu sou marcado pelas trevas e por sangue

E mil queimaduras de pólvora"


Bem, você conhece aqueles peixes

Com os lábios inchados

Que limpam o fundo do oceano

Quando olhei para a pobre esposa do O'Malley

É exatamente isso que vi


Eu meti o cano debaixo de seu queixo

E seu rosto parecia cru e depravado

Sua cabeça acabou aterrissando na pia

Junto com todos as louças sujas


Sua pequena filha Siobhan

Tirava chopp do anoitecer até o amanhecer

E entre o povoado da cidade

Ela era motivo de piada

Mas ela tirava o melhor chopp na cidade


Eu me precipitei magnífico sobre ela

Enquanto ela se sentava tremendo em sua dor

Como a Madonna

Pintada na parede da igreja

Em sangue de baleia e folha de bananeira


Sua garganta se esfarelou em meu punho

E eu girei heroicamente ao redor

Para ver Caffrey levantar do seu assento

Eu atirei naquele filho da puta


Mmmmmmmmmm Yeah Yeah Yeah


"Não tenho nenhum livre arbítrio", eu cantei

Enquanto eu voava sobre o assassinato

Sra. Richard Holmes, ela gritou

Você realmente deveria tê-la ouvido


Eu cantei e ri, eu uivei e chorei

Eu ofeguei como um cachorrinho

E abri um buraco na Sra. Richard Holmes

E seu marido estupidamente se levantou


Enquanto ele gritava, "Você é um homem mau"

Eu parei um instante pra pensar

"Se eu não tenho nenhum livre arbítrio então como Posso ser moralmente culpado, eu ponderei"


Atirei em Richard Holmes no estômago

E cuidadosamente ele se sentou

E sussurrou estranhamente, "Não leve a mal"

E então se atirou ao chão


"Não levei", eu lhe respondi

O qual ele deu um pequeno tossido

Com asas flamejantes eu mirei com precisão

E estourei seus miolos completamente


Eu vivi nesta cidade durante trinta anos

E não sou um estranho a ninguém

E eu pus balas novas em minha arma

Câmara por câmara


E virei minha arma para o Sr. Brookes cara-de-pássaro

Pensei em São Francisco e seus pardais

E enquanto eu atirava no jovial Richardson

Era em São Sebastião que eu pensava, e suas flechas


Hhhhhhhhhh Mmmmmmmmmmmm


Eu disse, "eu quero me apresentar

E estou contente que todos vocês vieram"

E eu pulei sobre o balcão

E gritei meu nome


Bem Jerry Bellows, ele abraçou sua banqueta

Fechou os olhos, encolheu os ombros e riu

E com um cinzeiro tão grande quanto

Uma porra de um tijolo realmente grande

Eu rachei sua cabeça ao meio


Seu sangue derramou pelo bar

Como um riacho escarlate vaporoso

E eu me ajoelhei na ponta do balcão

Enxuguei as lágrimas e olhei


Bem, a luz lá dentro estava de cegar

Cheio de Deus e fantasmas da verdade

Eu sorri para Henry Davenport

Que tentou se mover


Bem, da posição que eu estava

A coisa mais estranha que já vi

A bala entrou pelo alto do seu peito

E estourou suas tripas no chão


Bem eu flutuei pelo balcão abaixo

Demonstrando remorso algum

Abri um buraco em Kathleen Carpenter

Recentemente divorciada


Mas remorso eu senti e remorso eu tive

Se prendia em tudo

Do pêlo do corvo em minha cabeça

Até as penas em minhas asas


O remorso espremeu minha mão

Em suas garras fraudulentas

Com seu peito dourado e sem pêlos

E eu deslizei em meio aos corpos

E matei o homem gordo Vincent West


Que se sentou calmamente em sua cadeira

Um homem se torna uma criança

E eu levantei a arma até sua cabeça

Estilo carrasco


Ele não ofereceu nenhuma resistência

Tão gordo e enfadonho e preguiçoso

"Você sabia que eu morei na sua rua?" Eu disse

E ele olhou para mim como se eu estivesse louco


"Oh", ele disse, "eu não fazia idéia"

E ele foi ficando quieto como um camundongo

E o estrondo da pistola quando disparou

Quase jogou aquele chapéu para fora da casa


Hmmmmmm Uh Uh


Bem, eu me peguei me olhando no espelho

E dei uma longa e carinhosa inspeção

"Eis aqui um tipo de homem", eu urrei

E assim se mostrou, no reflexo


Meus cabelos penteados para trás

Como a asa de um corvo

Meus músculos fortes e rígidos

E rodopiando do lado sério da minha arma

Estava um marco de indagação de cordite*


Bem eu girei pra esquerda, girei pra direita

E girei pra esquerda novamente

"Temam a mim! Temam a mim! Temam a mim!"

Mas ninguém temeu pois eles estavam mortos


Huh! Hmmmmmmmmm


E então surgiu a sirene da polícia

E um megafone silenciou e bradou

"Largue suas armas e saia

Com suas mãos para o alto"


Bem, eu chequei a câmara de minha arma

Vi que me restava uma última bala

Minha mão, parecia quase humana

Enquanto eu apontava para minha cabeça


"Largue sua arma e saia!

Mantenha suas mãos sobre a cabeça!"

Eu tive um longo pensamento sobre morrer

E fiz exatamente o que eles disseram


Devia ter cinqüenta policiais lá fora

Em volta do bar de O'Malley

"Não atire", eu gritei, "eu sou um homem desarmado!"

Então eles me puseram no carro


E me levaram para longe daquela cena terrível

E eu espiei da janela

Vi o bar de O'Malley, vi os policiais e os carros

E comecei a contar nos dedos


Aaaaaah

Um Aaaaaah

Dois Aaaaaah

Três Aaaaaaah

Quatro

O bar de O'Malley, o bar de O'Malley

O'malley's Bar


I am tall and I am thin

of an enviable height

and I've been known to be quite handsome

from a certain angle and in a certain light


well I entered into O'Malley's

said: "O'Malley I have great thirst"

O'Malley merely smiled at me

said: "you wouldn't be the first"


I knocked on the bar and pointed

to a bottle on the shelf

and as O'Malley poured me out a drink

I sniffed and crossed myself


my hand decided that the time was nigh

and for a moment it slipped from view

and when it return it fairly burned

with confidence anew


well the thunder from my steely fist

made all the glasses jangle

when I shot him I was so handsome

it was the light it was the angle


huh! hmmmmmmmm


"neighbours!" I cried "friends" I screamed

and I banged my fist upon the bar

"I bear no grudge against you"

and my dick felt long and hard


"I am the man for which no God waits

but for which the whole world yearns

I'm marked by darkness and by blood

and one thousand powder-burns"


well you know those fish with the swollen lips

that clean the ocean floor?

when I looked at poor O'Malley's wife

well that's exactly what I saw


I jammed the barrel under her chin

and her face looked raw and vicious

her head it landed in the sink

with all the dirty dishes


her little daughter Siobhan

pulled beer from dusk till dawn

and amongst the townfolk she was a bit of a joke

but she pulled the best beer in town


I swooped magnificent upon her

as she sat shivering in her grief

like the Madonna painted on the church-house wall

in whale's blood and banana leaf


her throat it crumbled in my fist

and I spun heroically around

to see Caffrey rising from his chair

I shot that mother fucker down


Mmmmmmmmmmmmmmmmmm yeah yeah yeah


"I have no free will" I sang

and I flew about the murder

Mrs. Richard Holmes, she screamed

you really should have heard her


I sang and I laughed, I howled and I wept

I panted like a pup

I blew a hole in Mrs. Richard Holmes

and her husband stupidly stood up


he screamed, "you are an evil man"

and I paused a while to wonder

"if I have no free will then how can I

be morally culpable, I wonder"


I shot Richard Homes in the stomach

gingerly he sat down

and he whispered weirdly, " no offence"

and then lay upon the ground


"none taken" I replied to him

to which he gave a little cough

with blazing wings I neatly aimed

blew his head completely off


I've lived in this town for thirty years

to no-one I am a stranger

and I put new bullets in my gun

chamber upon chamber


and when I turned my gun on the bird-like Mr. Brookes

I thought of Saint Francis and his sparrows

and as I shot the youthful Richardson

it was Sebastian I thought of, and his arrows


Hhhhhhhhhhh Mmmmmmmmmmmm


I said " I want to introduce myself

and I'm glad that you all came"

and I leapt upon the bar

and shouted out my name


well Jerry Bellows he hugged his stool

closed his eyes, shrugged and laughed

and with an ashtray big as a fucking really big brick

I split his skull in half


his blood spilled across the bar

like a steaming scarlet brook

and I knelt at it's edge on the counter

wiped the tears away and looked


well from the position I was standing

the strangest thing I ever saw

the bullet entered through the top of his chest

and blew his bowels out on the floor


well I floated down the counter

showing no remorse

I shot a hole in Kathleen Carpenter

recently divorced


but remorse I felt, remorse I had

it clung to everything

from the raven's hair upon my head

to the feathers on my wings


.....squeezed my hand in it's fraudulent claw

with it's golden hairless chest

and I glided through the bodies

and killed the fat man Vincent West


who sat quietly in his chair

a man become a child

and I raised the gun up to his head

executioner-style


he made no attempt to resist

so fat and dull and lazy

"do you know I lived in your street?" I cried

and he looked at me like I was crazy


"O" he said "I had no idea"

and he grew as quiet as a mouse

and the roar of the pistol when it went off

near blew the hat right off the house


well I caught my eye in the mirror

gave it a long and loving inspection

"there stands some kind of man" I roared

and there did in the reflection


my hair combed back like a raven's wing

my muscles hard and tight

and curling from the business end of my gun

was a query-mark of cordite


well I spun to the left, I spun to the right

and I spun to left again

"fear me! fear me!"

but no-one did cause they were dead


Huh! Hmmmmmmmmmmmmmmm


and then there was the police sirens wailing

and a bull-horn squelched and blared

"drop your weapons and come on out

with you hands held in the air"


well I checked the chambers of my gun

saw I had one final bullet left

my hand it looked almost human

as I raised it bravely to my head


"drop your weapon and come on out!

keep your hands above your head!"

well I had one long hard think about dying

and did exactly what they said


there must have been fifty cops out there

in a circle around O'Malley's bar

"don't shoot" I cried "I'm a man unarmed"

so they put me in their car


and they sped me away from that terrible scene

and I glanced out of the window

saw O'Malley's bar saw the cops and the cars

and I started counting on my fingers


Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah one

Aaaaaaaaaaaaaaa two

Aaaaaaaaaaa three Mmmmm four


O'Malley's bar O'Malley's bar















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