A segunda edição do Knotfest Brasil aconteceu neste sábado (19) e domingo (20) em São Paulo, no Allianz Parque, trazendo diversos subgêneros do heavy metal para os fãs brasileiros (Foto: Flashbang Co. / Knotfest Brasil). Do thrash nacional feito pelo Krisiun, ao metal extremo sueco do Meshuggah, o evento contou com dois dias recheados de som pesado, praticamente sem intervalos, neste segundo ano do festival criado pelo Slipknot no Brasil.

Sábado (19)

Sob uma chuva chata e insistente que durou o dia todo, o sábado começou com a banda nacional Eskröta no Maggot Stage, palco que, vale ressaltar, sofreu com problemas técnicos e merece um tamanho de maior destaque na próxima edição. Já o palco principal, o Knotstage, teve início com a banda Orbit Culture, fundada em 2013 e que trouxe pela primeira vez seu death metal melódico ao Brasil.




Com shows alternados entre os dois palcos, sendo o Maggot com aproximadamente meia hora de performance e o Knot com 1 hora para cada artista (com exceção dos headliners), a banda paulista Kryour deu sequência ao peso do festival, seguida pelos britânicos do DragonForce, que surpreenderam o público com uma cover de "My Heart Will Go On", de Céline Dion, e "Wildest Dreams", de Taylor Swift. Não, você não leu errado! Ambas as versões, é claro, tocadas com uma roupagem heavy metal.




A banda de Belo Horizonte Eminence foi a próxima no Maggot Stage. Já conhecida pelo público do metal, principalmente após participar da edição do Summer Breeze Brasil neste ano, os mineiros sabem bem como entregar o peso que os fãs do gênero gostam. Mesmo sofrendo com problemas técnicos no som logo no início do show, a banda agitou a galera, preparando o terreno para os veteranos do Meshuggah, um dos mais esperados do dia, que entraram logo depois no palco principal com a pancadaria e a excelência de performance do metal extremo sueco, deixando o público hipnotizado com a sonoridade complexa e agressiva.




Um dos atuais destaques do metal nacional, o Project46 também precisou contornar problemas técnicos de som, mas logo fez o público abrir os famosos circle pits, com destaque para a performance de "Pode Pá", que sempre leva o show ao ápice.

Seguindo o cronograma pontual do festival, o Amon Amarth deu sequência às atividades do Knotstage com seu viking metal que botou o púbico para "remar" literalmente debaixo da chuva que seguia insistindo no Allianz Parque. Trazendo a produção do palco que acompanha a turnê e fazendo um show digno de headliner, o Amon Amarth mostrou o porquê de ter uma base de fãs sólida no Brasil e seguir atraindo público cada vez mais.




Os gaúchos do Krisiun, que dispensam apresentações e já se tornaram um patrimônio do metal brasileiro, entregaram a conhecida brutalidade de seu som com experiência e precisão, se reafirmando como uma banda essencial nos festivais do gênero.

Chegou a vez do aguardado Mudvayne. A banda de nu metal formada na metade dos anos 90 fez sua estreia tardia no Brasil e trouxe ao Allianz Parque um público que esperou anos pela chance de vê-los ao vivo. Apesar do som que estava baixo e de um compreensível desgaste na voz do vocalista Chad Gray, o público iluminou o estádio ao som de "World So cold" e não deixou de abrir as rodas no hit "Dig".




Mais um clássico do rock brasileiro, o Ratos de Porão ficou responsável por fechar a noite do palco Maggot e fez isso com maestria. O show, no entanto, contou com uma polêmica: o palco da banda teve problemas técnicos e ficou sem iluminação, fazendo com que a banda precisasse tocar no escuro, enquanto o palco principal seguia iluminado e sendo organizado para o show do Slipknot.

Em certo momento, João Gordo chegou a falar sobre a situação, pedindo iluminação para a banda: "Não é porque a gente é punk que tem tocar no escuro, pô". O músico também usou suas redes sociais posteriormente pedindo uma retratação por parte da organização do festival, assim como o guitarrista Jão.




Headliner das duas noites, o Slipknot entrou em seguida, encerrando o primeiro dia do Knotstage com energia e peso, mesmo debaixo da chuva que, agora, parecia se intensificar.

A banda liderada por Corey Taylor fez um setlist de 15 músicas, em aproximadamente 1h20 de show, passeando pelos 25 anos de sua carreira, com faixas como "Custer", "Disasterpiece", "Before I Forget" entre outras que seguem de fora da turnê atual do grupo, a "Here Comes The Pain", focada na comemoração do álbum homônimo de estreia (que traz um repertório programado para o segundo dia do festival).

A performance também se tornou a primeira em solos brasileiros com o baterista Eloy Casagrande (ex-Sepultura), que foi ovacionado pela plateia diversas vezes.




Domingo (20)

O segundo dia começou com a banda The Mönic no Maggot Stage e com a estadunidense Poppy abrindo o Knotstage, que depois fez uma participação no show do Bad Omens.




Na sequência, a banda Papangu, de João Pessoa, fez um show com uma mistura de rock, metal e pegada de música regional brasileira, abrindo espaço para mais uma atração esperada, o P.O.D.. A banda de nu metal, que conquistou seu público principalmente nos anos 2000, retornou ao Brasil após 7 anos, com hits como "Youth Of The Nation" e "Alive", fazendo a plateia cantar em coro.




O thrash metal ficou por conta de um dos pioneiros da cena no Brasil, o Korzus, que foi direto ao ponto no que diz respeito a som pesado, entregando uma verdadeira aula.

A banda japonesa Babymetal fez sua estreia no país no Knotstage, trazendo uma boa parte do público para este segundo dia de festival. Com carisma e performance, o trio foi acompanhado em coro pelo estádio em quase todas as músicas.




Seven Hours After Violet, o projeto criado por Shavo Odadjian, baixista do System Of A Down, manteve o som pesado no palco Maggot, mandando inclusive uma cover de "Prison Song", com a participação do seu companheiro de SOAD, o baterista John Dolmayan, para a alegria do público.

O evento continuou com o show solo do vocalista do Rammstëin, Till Lindemann, que, é claro, traz a performance teatral para o palco, além dos poderosos riffs do metal industrial. Acompanhado de uma banda bastante compentente, o projeto solo do músico alemão abusa de letras excêntricas e do visual BDSM.




Com sua nova formação, o Ego Kill Talent fez um show consistente e de qualidade, animando a galera, que depois encararia um som bem diferente com o Bad Omens, mais uma banda a fazer sua estreia no Brasil e que também contava com bom público no Allianz Parque esperando para vê-los.

Com um palco bem produzido, jogos de luzes e efeitos no telão, a banda traz o metalcore na sua essência, mas mistura diversos elementos melódicos, criando uma ambientação sombria nas canções.

O show contou também com a participação da cantora Poppy, que divide o microfone com o vocalista Noah Sebastian na música "V.A.N.", com destaque para a performance da música "The Death Of Peace Of Mind" e "Dethrone", que certamente foram um dos ápices em relacão à reação do público.




Com protesto e pancadaria no ouvido, os mineiros do Black Pantera tiveram a tarefa de encerrar esta segunda edição do Maggot Stage em grande estilo e não decepcionaram, com destaque para a performance de "Fogo Nos Racistas" que foi acompanhada por uma grande roda de pogo e pelo coro do estádio.

Vale lembrar que a banda tocou na primeira edição do festival no Brasil como substitutos no line-up, mostrando, agora, que devem se firmar como atração dos eventos do gênero.




Em seu segundo show, o Slipknot trouxe a fúria que domina seu primeiro álbum, com um setlist apenas de músicas escritas até o lançamento do disco, em 1999. O Vagalume fez uma matéria à parte sobre o show que encerrou esta edição do Knotfest Brasil e que segue o repetório da atual turnê da banda, "Here Comes The Pain". Clique aqui para saber como foi!