Lanny Gordin, um dos maiores e mais cultuados guitarristas da história do Brasil, morreu nesta terça-feira (28) no dia em que estava completando 72 anos. Segundo Cristina Zucchi, esposa do músico, Alexander Gordin, seu nome verdadeiro, estava internado há um mês sofrendo com uma pneumonia.

Lanny está presente em vários discos clássicos da música brasileira, entre eles, o "disco branco" de Caetano Veloso (1969), o álbum de 1969 e "Expresso 2222" (1972) de Gilberto Gil, "Build Up" (1970) de Rita Lee e "Carlos, Erasmo", Erasmo Carlos (1971).
Lanny Gordin
Sua parceria mais emblemática foi com Gal Costa, além de ter acompanhado a cantora em seus três primeiros álbuns solo, Gordin também pode ser ouvido no mítico FA-TAL (1971), gravado ao vivo.

Lanny nasceu em Xangai, na China, filho de pai russo e mãe polonesa e veio ainda criança para o Brasil. Dono de uma técnica única, o guitarrista sofreu durante muitos anos de sua vida com problemas mentais. A esquizofrenia foi potencilizada pelo uso de drogas psicodélicas que acabaram prejudicando a sua carreira que entra em declínio na segunda metade da década de 70.

Lanny Gordin
Gordin passou vários anos no ostracismo e gravando esporadicamente, até ser redescoberto em meados dos anos 90. Além de participar do disco "Aos Vivos", de Chico Cesar (1995) ele, aos poucos, volta a gravar e a se apresentar ao vivo.

Nesse novo momento, ele vai deixando de lado os solos inspirados em Jimi Hendrix para se dedicar ao jazz.

Em 2007 foi lançado o álbum "Duos" com Caetano, Gil, Gal e Jards Macalé, e nomes das gerações seguintes como Vanessa da Mata, Fernanda Takai e Rodrigo Amarante cantando ao seu lado.

A vida de Lanny foi contada em um documentário, "Inaudito", de 2017 que pode ser visto aqui. Um de seus últimos trabalhos, foi um disco instrumental gravado ao lado de outros grandes guitarristas brasileiros como Luiz Carlini, Roberto Frejat, Pepeu Gomes e Edgard Scandurra, do Ira!.

Ouça "Duos":