Há 40 anos, o primeiro álbum da cantora que, anos depois, seria coroada como a "Rainha do Pop", começou a chegar às lojas dos Estados Unidos. Trazendo apenas o nome da nova artista na capa e uma foto dela cheia de estilo, "Madonna" não explodiu logo de cara, mas, aos poucos, conquistou o público e abriu caminho para o que viria mais tarde.

O LP tinha apenas oito faixas e foi feito depois que o primeiro single da artista teve uma boa aceitação nas pistas de dança - o contrato inicial de Madonna com a Sire Records previa a gravação de três compactos, com a opção de um álbum, se a companhia assim o quisesse.
Madonna

"Everybody" já tinha mais de um ano de lançado quando o LP saiu. O single sequer trazia a cantora na capa - o que levou muita gente a pensar que a faixa tinha sido feita por uma cantora negra. O clipe da música, de baixíssimo orçamento, serviu para que qualquer tipo de dúvida se dissipasse.

Mesmo sem ser um grande estouro, ela não entrou nas 100 mais dos EUA, a canção ficou em terceiro na parada de dance music - um ranking onde Madonna viria a dominar por várias décadas.
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Uma curiosidade, esta foi a canção que apresentou a artista aos brasileiros. "Everybody" tocou nas nossas rádios e foi incluída na trilha sonora internacional da novela "Final Feliz", lançada no primeiro semestre de 1983.

O single seguinte saiu em março de 1983, e foi um "double A side", significando que as duas faixas tinham a mesma importância. Das duas, "Burning Up" se mostrou mais bem sucedida que "Physical Attraction". Ainda assim, nenhuma delas também entrou no Hot 100 da Billboard. Pelo menos o terceiro lugar no ranking de música para dançar foi mantido.
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Madonna estava com 24 anos quando as gravações do disco terminaram. Ou seja, era jovem, mas longe de ser uma garotinha. Após anos de batalha, finalmente as coisas começavam a andar para ela.

Isso não significa que tudo correu de maneira tranquila. A cantora já era dona de uma personalidade forte, de artista que sabia bem o que queria, e o trabalho com o produtor Reggie Lucas não foi dos mais suaves.
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Lucas, vinha do mundo do jazz e já havia tocado com Miles Davis. Madonna estava buscando um som mais forte, mais para as pistas do que para o rádio, não por acaso é dele o momento mais "radiofônico" do LP: "Borderline", verdadeira obra-prima do pop que chegaria ao 10° lugar nos EUA.

Para trazer esse som mais pesado, John "Jellybean" Benitez entrou em cena para dar os retoques finais no trabalho. Jellybean remixou três faixas e produziu aquele que seria o primeiro grande hit da artista: "Holiday".
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Lançado em single depois que o álbum já estava nas lojas, ele se tornou o primeiro compacto da cantora a entrar no top 20 dos EUA, em 16° lugar, e também o primeiro número 1 dela na parada de dance music.

Se tem uma canção desse disco que Madonna realmente ama é "Holiday". Desde o seu lançamento, raramente ela ficou de fora dos setlists da cantora.
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"Madonna" não vendeu muito inicialmente, ele estreou no 190° lugar. A força de seus singles, houve ainda "Lucky Star", primeira música da artista a ficar no top 10 americano, fez dele o chamado "slow climber", aquele disco que, aos poucos, vai galgando posições. Um ano depois de seu lançamento, e com "Like A Virgin" já na boca do forno, ele bateu no oitavo lugar.

Se no começo, os críticos não trataram o LP com muita atenção, isso mudaria com o passar dos anos. A estreia de Madonna hoje é vista não só como o primeiro passo de uma carreira única na música pop, mas um disco que envelheceu muito bem e não é incomum vê-lo em listas de grandes álbuns de todos os tempos.

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