Se estivesse vivo, Sebastião Rodrigues Maia, o Tim Maia, estaria completando 80 anos neste dia 28 de setembro. Sua morte, em 15 de março de 1998, deixou um vazio enorme no país como um todo e não só na música brasileira, já que ele também foi das figuras mais engraçadas e carismáticas que já estiveram por aqui desde a chegada de Cabral.
Essa figura folclórica, por vezes fazia com que justamente a sua obra musical fosse relegada a segundo plano. É fato que ser fã de Tim até meados dos anos 90 não era fácil. Com uma discografia dispersa em várias gravadoras, além das que saíram pela SEROMA, de propriedade dele, e quase toda fora de catálogo, o comprador de discos simplesmente não tinha muitas opções nas lojas.
Tim morreu no momento em que sua obra começava a ser reavaliada/buscada de forma mais consistente em um movimento que acabou por torná-lo um dos artistas mais buscados por colecionadores e não só do Brasil. Discos que por décadas estavam esquecidos, a não ser por quem realmente entendia do assunto, como os dois volumes de "Tim Maia Racional", passaram a ser vistos como verdadeiros cálices sagrados da música feita no Brasil enquanto seus maiores sucessos passaram a fazer parte da vida de várias gerações.
Mesmo atualmente, a obra dele ainda segue um tanto dispersa - discos importantes dos anos 70 até hoje não chegaram nos serviços de streaming e alguns sequer chegaram a ganhar edição em CD, ainda assim, há bastante Tim para se escutar, seja na Internet ou em formato físico em reedições em vinil.
Abaixo selecionamos cinco grandes discos de momentos diversos da carreira do homem que abrasileirou a soul music.
Tim Maia - 1970
Depois de uma série de falsos começos, finalmente Tim chegou ao primeiro LP e ele explodiu logo de cara graças a "Azul Da Cor Do Mar" e "Primavera (Vai Chuva)", ambas hits eternos. O disco tinha ainda outras obras-primas como "Coroné Antonio Bento", "Eu Amo Você" e "Padre Cícero". Este foi o primeiro de uma série de quatro LPs impecáveis gravados na Polydor e é tido como um dos melhores e mais importantes da nossa música.
Tim Maia Racional Volume 1 - 1975
Tim trocou a Polygram pela RCA e começou a trabalhar em uma série de faixas influenciadas pelo melhor da black music dos EUA. No meio do caminho, ele descobriu a seita do Universo em Desencanto e se converteu com todas suas forças. As músicas foram então transformadas em hinos de louvor.
A RCA, claro, não gostou nada e nem estava interessada em lançar tal material, de forma que Tim acabou, ele mesmo, criando sua gravadora e prensando os vinis. Nasciam assim dois dos mais míticos, e místicos, álbuns da nossa história: os dois volumes de "Tim Maia Racional". Os discos foram não só mal distribuídos como raramente comprados - e é por isso que, quando as edições originais aparecem, são vendidas por pequenas fortunas. Para esse especial, selecionamos a primeira parte, mas o melhor mesmo é ouvi-lo como um disco duplo.
Tim Maia - 1976
Talvez sem surpresa, Tim logo se "desencantou" com a seita do Universo em Desencanto e se arrependeu de sua, curta, "fase espiritual". Seu trabalho seguinte já abria com "Dance Enquanto É Tempo" para não deixar dúvidas que o "velho Tim" estava de volta. Um de seus trabalhos mais bem produzidos, "Tim 76", não vendeu muito, mas esconde além de um clássico inquestionável, "", outras grandes músicas em um LP que não faz feio quando colocado lado a lado com qualquer álbum de soul e funk do período.
"Tim Maia Disco Club" - 1978
Acostumado a fazer o povo dançar desde o começo da década, Tim não teve problemas em fazer um álbum em clima de disco music. O que, em outras mãos, poderia facilmente se transformar em um trabalho oportunista, aqui se mostrou simplesmente oportuno graças ao material altamente inspirado, a começar por seus dois maiores hits: "Sossego" e "Acenda O Farol", duas joias que brilham com mais força em um LP bastante forte.
"Nuvens" - 1982
Lançado de maneira independente, esse álbum se tornou um dos mais cultuados do artista, especialmente depois do lançamento da biografia escrita por Nelson Motta (a mesma que injustamente trata o terceiro disco do cantor como um trabalho menor). "Nuvens" traz um Tim mais maduro, nostálgico e eclético (vide o samba "Ar Puro").
Há também espaço para o funk/soul sofisticado ("Ar Puro"), uma balada "corta-pulso" ("Deixar as Coisas Tristes Pra Depois") e a galhofa pura e simples ("A Festa"). "Nuvens" também mostra que o cantor seguia antenado com a cena pop da época. "Sol Brilhante" lembra "Genius Of Love", do Tom Tom Club, e a já citada "A Festa" tem um quê de The Whispers.
Essa figura folclórica, por vezes fazia com que justamente a sua obra musical fosse relegada a segundo plano. É fato que ser fã de Tim até meados dos anos 90 não era fácil. Com uma discografia dispersa em várias gravadoras, além das que saíram pela SEROMA, de propriedade dele, e quase toda fora de catálogo, o comprador de discos simplesmente não tinha muitas opções nas lojas.
Tim morreu no momento em que sua obra começava a ser reavaliada/buscada de forma mais consistente em um movimento que acabou por torná-lo um dos artistas mais buscados por colecionadores e não só do Brasil. Discos que por décadas estavam esquecidos, a não ser por quem realmente entendia do assunto, como os dois volumes de "Tim Maia Racional", passaram a ser vistos como verdadeiros cálices sagrados da música feita no Brasil enquanto seus maiores sucessos passaram a fazer parte da vida de várias gerações.
Mesmo atualmente, a obra dele ainda segue um tanto dispersa - discos importantes dos anos 70 até hoje não chegaram nos serviços de streaming e alguns sequer chegaram a ganhar edição em CD, ainda assim, há bastante Tim para se escutar, seja na Internet ou em formato físico em reedições em vinil.
Abaixo selecionamos cinco grandes discos de momentos diversos da carreira do homem que abrasileirou a soul music.
Tim Maia - 1970
Depois de uma série de falsos começos, finalmente Tim chegou ao primeiro LP e ele explodiu logo de cara graças a "Azul Da Cor Do Mar" e "Primavera (Vai Chuva)", ambas hits eternos. O disco tinha ainda outras obras-primas como "Coroné Antonio Bento", "Eu Amo Você" e "Padre Cícero". Este foi o primeiro de uma série de quatro LPs impecáveis gravados na Polydor e é tido como um dos melhores e mais importantes da nossa música.
Tim Maia Racional Volume 1 - 1975
Tim trocou a Polygram pela RCA e começou a trabalhar em uma série de faixas influenciadas pelo melhor da black music dos EUA. No meio do caminho, ele descobriu a seita do Universo em Desencanto e se converteu com todas suas forças. As músicas foram então transformadas em hinos de louvor.
A RCA, claro, não gostou nada e nem estava interessada em lançar tal material, de forma que Tim acabou, ele mesmo, criando sua gravadora e prensando os vinis. Nasciam assim dois dos mais míticos, e místicos, álbuns da nossa história: os dois volumes de "Tim Maia Racional". Os discos foram não só mal distribuídos como raramente comprados - e é por isso que, quando as edições originais aparecem, são vendidas por pequenas fortunas. Para esse especial, selecionamos a primeira parte, mas o melhor mesmo é ouvi-lo como um disco duplo.
Tim Maia - 1976
Talvez sem surpresa, Tim logo se "desencantou" com a seita do Universo em Desencanto e se arrependeu de sua, curta, "fase espiritual". Seu trabalho seguinte já abria com "Dance Enquanto É Tempo" para não deixar dúvidas que o "velho Tim" estava de volta. Um de seus trabalhos mais bem produzidos, "Tim 76", não vendeu muito, mas esconde além de um clássico inquestionável, "", outras grandes músicas em um LP que não faz feio quando colocado lado a lado com qualquer álbum de soul e funk do período.
"Tim Maia Disco Club" - 1978
Acostumado a fazer o povo dançar desde o começo da década, Tim não teve problemas em fazer um álbum em clima de disco music. O que, em outras mãos, poderia facilmente se transformar em um trabalho oportunista, aqui se mostrou simplesmente oportuno graças ao material altamente inspirado, a começar por seus dois maiores hits: "Sossego" e "Acenda O Farol", duas joias que brilham com mais força em um LP bastante forte.
"Nuvens" - 1982
Lançado de maneira independente, esse álbum se tornou um dos mais cultuados do artista, especialmente depois do lançamento da biografia escrita por Nelson Motta (a mesma que injustamente trata o terceiro disco do cantor como um trabalho menor). "Nuvens" traz um Tim mais maduro, nostálgico e eclético (vide o samba "Ar Puro").
Há também espaço para o funk/soul sofisticado ("Ar Puro"), uma balada "corta-pulso" ("Deixar as Coisas Tristes Pra Depois") e a galhofa pura e simples ("A Festa"). "Nuvens" também mostra que o cantor seguia antenado com a cena pop da época. "Sol Brilhante" lembra "Genius Of Love", do Tom Tom Club, e a já citada "A Festa" tem um quê de The Whispers.