De maneira inesperada, e surpreendente, Joni Mitchell voltou a se apresentar ao vivo para um grande público na noite de ontem (24). Em mais de duas décadas, essa foi a primeira vez em que ela ficou no palco por todo um concerto e cantando para uma plateia "comum" - o último show tradicional dela aconteceu no ano 2000. Desde então foram apenas algumas poucas participações em eventos especiais, como no "MusiCares" deste ano, realizado um dia antes do Grammy, e que teve ela como homenageada. A canadense ficou ainda mais reclusa a partir de 2015, quando sofreu um aneurisma cerebral que a deixou muito debilitada.
Anunciado primeiramente como um tributo capitaneado por Brandi Carlile e amigos, era certo que ninguém na audiência estava esperando ver a homenageada cantando para eles. Mas foi o que aconteceu. Mitchell, 78 anos, foi anunciada pela amiga e ficou no palco, sentada em uma espécie de trono, pela totalidade do concerto que teve treze músicas.
O clima informal certamente ajudou para que o espetáculo fosse bem sucedido e tirasse a carga que obviamente haveria se um show de retorno mais tradicional dela fosse anunciado.
Apesar da voz fragilizada, e em um timbre mais grave do que o ouvido nos discos dos anos 60 e 70, e com os movimentos limitados, Joni emocionou, e divertiu o público, chegando até a tocar um pouco de guitarra, com seu timbre inconfundível. O setlist teve clássicos como "A Case Of You", "The Circle Game", "Both Sides Now" e "Carey" e versões como a de "Summertime", de George Gershwin.
