Há 30 anos, as lojas de discos dos Estados Unidos receberam o álbum de estreia de uma banda desconhecida, chamada Pearl Jam. Com exceção de interessados na música feita em Seattle, que podem ter reconhecido os nomes de Stone Gossard e Jeff Ament de outros tempos, o trabalho parecia destinado a apenas isso, um álbum para um pequeno grupo de interessados, ainda que lançado por uma grande gravadora como a Sony.
O que ninguém certamente poderia imaginar é que, exatas quatro semanas depois, um outro disco feito por uma banda de Seattle, chamada Nirvana, também lançaria um disco por uma multinacional, "Nevermind", logicamente, e, de fato, o mundo nunca mais foi o mesmo.
O estouro da banda de Kurt Cobain acabou chamando a atenção para toda o rock de Seattle, e não só, beneficiando toda aquela cena, das bandas mais undergrounds às mais estabelecidas - caso do Soundgarden, Alice in Chains e, como logo se viu, o Pearl Jam. Foi quando termos como "rock alternativo" e "grunge" passaram a fazer parte do dia a dia dos jovens.
O PJ nasceu das cinzas do Mother Love Bone, que tinha Gossard e Ament na formação e chegou ao fim antes mesmo do único disco da banda chegar às lojas, depois que o vocalista Andrew Wood morreu de overdose. Antes eles também tocaram no Green River, que originaria outra banda fundamental da tal "cena grunge": o Mudhoney.
O interessante da cena é que ela tinha bandas muito diferentes entre si. Se o Nirvana tinha uma postura mais anárquica e iconoclasta, o Pearl Jam já mostrava simpatia pelo rock clássico das décadas passadas e fazia uma música que, inegavelmente, tinha um enorme apelo comercial e de grande alcance.
Eles também tinha um grande trunfo em suas mãos: o vocalista Eddie Vedder, um surfista que, desde a infância, morava na Califórnia e acabou "importado" para a cena de Seattle. Vedder era a pessoa certa para o trabalho: tinha grande alcance vocal, presença de palco e sabia trazer uma grande carga dramática e emocional para as músicas da banda.
Assim, não foi surpresa ver que, no momento em que a Sony começou a trabalhar o disco e os clipes de "Even Flow e "Alive" entraram em alta rotação na MTV, o quinteto decolou. Quando o impactante vídeo de "Jeremy" estreou, o mainstream os abraçou definitivamente.
"Ten" entrou para o top 10 dos EUA quase um ano depois de lançado, na oitava posição, e atingiu o quarto posto semanas depois. Com o tempo ele se tornou não só o maior sucesso da banda, como também um dos discos mais emblemáticos do rock dos anos 90.
Assustada com tanta popularidade, e temendo ser engolida pela máquina da indústria, o PJ optou por trilhar um caminho musical diferente, quase que querendo fugir do sucesso. A estratégia, aparentemente suicida, na verdade se mostrou extremamente inteligente.
O grupo pode nunca mais ter vendido tantos discos quanto o "Ten" - com 13 milhões de cópias nos EUA, ele é certamente o único disco da banda presente em várias discotecas ao redor do mundo - mas criaram uma numerosa base de fãs que estão entre os mais fiéis e dedicados na história do rock.
Esses cultuadores, não existe melhor termo para defini-los, consomem não só discos oficiais, mas também gravações de shows que a banda disponibiliza de maneira oficial, e os assistem ao vivo por inúmeras vezes - um show do Pearl Jam nunca é igual ao outro. Quem vai vê-los sabe que, muito certamente irá escutar "Alive, "Jeremy" e hits posteriores, como "Better Man" ou "Do The Evolution", mas também pode ter a chance de ouvir uma canção inédita, um lado B esquecido ou uma música que há anos não era mostrada em um concerto.
A comparação óbvia é com o psicodélico Grateful Dead, influência confessa deles, se não na parte musical, certamente na empresarial e no modo de tratar os seus fãs com a mais cuidadosa atenção.
Em resumo, uma história fascinante e quase que única, que teve início há três décadas, quando aquele disco de capa cor de rosa e foto da banda de braços levantados, e mãos dadas, discretamente chegou às lojas de disco.
Ouça o álbum:
O que ninguém certamente poderia imaginar é que, exatas quatro semanas depois, um outro disco feito por uma banda de Seattle, chamada Nirvana, também lançaria um disco por uma multinacional, "Nevermind", logicamente, e, de fato, o mundo nunca mais foi o mesmo.
O estouro da banda de Kurt Cobain acabou chamando a atenção para toda o rock de Seattle, e não só, beneficiando toda aquela cena, das bandas mais undergrounds às mais estabelecidas - caso do Soundgarden, Alice in Chains e, como logo se viu, o Pearl Jam. Foi quando termos como "rock alternativo" e "grunge" passaram a fazer parte do dia a dia dos jovens.
O PJ nasceu das cinzas do Mother Love Bone, que tinha Gossard e Ament na formação e chegou ao fim antes mesmo do único disco da banda chegar às lojas, depois que o vocalista Andrew Wood morreu de overdose. Antes eles também tocaram no Green River, que originaria outra banda fundamental da tal "cena grunge": o Mudhoney.
O interessante da cena é que ela tinha bandas muito diferentes entre si. Se o Nirvana tinha uma postura mais anárquica e iconoclasta, o Pearl Jam já mostrava simpatia pelo rock clássico das décadas passadas e fazia uma música que, inegavelmente, tinha um enorme apelo comercial e de grande alcance.
Eles também tinha um grande trunfo em suas mãos: o vocalista Eddie Vedder, um surfista que, desde a infância, morava na Califórnia e acabou "importado" para a cena de Seattle. Vedder era a pessoa certa para o trabalho: tinha grande alcance vocal, presença de palco e sabia trazer uma grande carga dramática e emocional para as músicas da banda.
Assim, não foi surpresa ver que, no momento em que a Sony começou a trabalhar o disco e os clipes de "Even Flow e "Alive" entraram em alta rotação na MTV, o quinteto decolou. Quando o impactante vídeo de "Jeremy" estreou, o mainstream os abraçou definitivamente.
"Ten" entrou para o top 10 dos EUA quase um ano depois de lançado, na oitava posição, e atingiu o quarto posto semanas depois. Com o tempo ele se tornou não só o maior sucesso da banda, como também um dos discos mais emblemáticos do rock dos anos 90.
Assustada com tanta popularidade, e temendo ser engolida pela máquina da indústria, o PJ optou por trilhar um caminho musical diferente, quase que querendo fugir do sucesso. A estratégia, aparentemente suicida, na verdade se mostrou extremamente inteligente.
O grupo pode nunca mais ter vendido tantos discos quanto o "Ten" - com 13 milhões de cópias nos EUA, ele é certamente o único disco da banda presente em várias discotecas ao redor do mundo - mas criaram uma numerosa base de fãs que estão entre os mais fiéis e dedicados na história do rock.
Esses cultuadores, não existe melhor termo para defini-los, consomem não só discos oficiais, mas também gravações de shows que a banda disponibiliza de maneira oficial, e os assistem ao vivo por inúmeras vezes - um show do Pearl Jam nunca é igual ao outro. Quem vai vê-los sabe que, muito certamente irá escutar "Alive, "Jeremy" e hits posteriores, como "Better Man" ou "Do The Evolution", mas também pode ter a chance de ouvir uma canção inédita, um lado B esquecido ou uma música que há anos não era mostrada em um concerto.
A comparação óbvia é com o psicodélico Grateful Dead, influência confessa deles, se não na parte musical, certamente na empresarial e no modo de tratar os seus fãs com a mais cuidadosa atenção.
Em resumo, uma história fascinante e quase que única, que teve início há três décadas, quando aquele disco de capa cor de rosa e foto da banda de braços levantados, e mãos dadas, discretamente chegou às lojas de disco.
Ouça o álbum: