A Polícia Federal cumpriu, na manhã de hoje (20) mandados de busca e apreensão expedidos em endereços pertencentes ao cantor Sérgio Reis, e também nos do Deputado Federal Otoni De Paula (PSC - RJ). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a operação acatando pedido da Procuradoria -Geral da República. A ação investiga incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia.

"O objetivo das medidas é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes", afirmou a PF, em nota, justificando a operação.

Para a PGR, o cantor buscou "afrontar e intimidar os poderes constituídos" quando ameaçou, com o apoio de caminhoneiros e empresários do agronegócio, parar o país durante 72 horas para pressionar o impeachment de ministros do STF pelo senado. A declaração foi dada em uma conversa particular, que foi, posteriormente, divulgada em grupos de WhatsApp.

"Se em 30 dias não tirarem os caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra", disse o veterano da música sertaneja em detrminado momento. Reis, 81 anos, disse ter se arrependido de ter enviado o áudio para um amigo.

As falas do cantor foram desmentidas pelas principais lideranças ligadas aos caminhoneiros. Plinio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Carga, disse, ao UOL, que a preocupação deles "é com as melhorias de condições de trabalho, e não com pautas políticas."

Sergio Reis foi deputado federal até o início de 2019 e não se candidatou nas últimas eleições. Ele ainda não se manifestou publicamente sobre a operação da justiça.