A atriz e dançarina Heather Morris, que interpretou a personagem Brittany Pierce em "Glee", deu uma entrevista ao podcast "Everything Iconic With Danny Pellegrino” e falou sobre a controvérsia envolvendo o comportamento de Lea Michele durante a gravação da série.

Para quem não se lembra, Lea, que interpretou a protagonista Rachel Berry no show, foi acusada de maltratar outros atores durante as filmagens e também de racismo, que foi relatado principalmente pela atriz Samantha Ware (que viveu a personagem Jane no seriado).

Durante a conversa no podcast, Heather Morris lembrou que foi cobrada a se posicionar sobre a questão quando o assunto veio à tona. "Lembro de receber muitas críticas e das pessoas dizendo, 'Por que você não fala algo?' E eu fiquei, 'Gente, ela está grávida e todas essas coisas estão acontecendo", disse ela. "E é verdade, não sei se talvez tenhamos sido vítimas de bullying, e se culpar é uma coisa que faz parte das vítimas, que é o que as pessoas diziam, mas ... a única pessoa que foi honesta sobre isso foi a Naya [Rivera]".

A atriz ainda disse que a polêmica era muito "secreta" no set e refletiu sobre ninguém ter interferido na ocasião. "Nós certamente poderíamos ter ido aos executivos da Fox para dizer como estávamos nos sentindo com a situação, mas ninguém fez isso. Acho que muitas pessoas estavam com medo, e eu sei, genuinamente, senti que não cabia a mim, e não sei por que, já que eu fazia parte do elenco".

Heather também acrescenta que, parte do comportamento de Lea, poderia estar relacionado a morte do ator Cory Monteith, em 2013. "Todos nós ficamos próximos da Lea em momentos diferentes, e, depois, nenhum de nós era próximo a ela. Então, há aquele elemento humano de procurar entender quem é essa pessoa, crescer com essa pessoa, vê-la tentar se tornar melhor e cuidar de si mesma após a morte de Cory. Era um problema óbvio".

Em junho de 2020, quando a questão sobre o comportamento de Lea caiu nas redes sociais, Heather chegou a falar sobre a situação, admitindo que era "muito desagradável" trabalhar com a artista.

"Deixe-me ser bem clara, ódio é uma doença nos Estados Unidos que nós estamos tentando curar, então eu nunca desejaria que o ódio fosse espalhado a mais ninguém. Dito isso, foi desagradável trabalhar com ela [Lea Michele]? Muito", escreveu.

"Ter tratado os outros com o desrespeito como ela tratou pelo tempo que ela fez isso, eu acredito sim que ela deva ser repreendida. Ainda assim, nós também temos culpa em permitir que isso tenha acontecido por tanto tempo sem falar nada, é outra coisa que também estamos aprendendo com o resto da sociedade. Mas, no momento, está implícito que ela é racista e, apesar de não poder comentar suas crenças, acho que estamos pressupondo algo, e vocês sabem o que acontece quando a gente pressupõe [alguma coisa]…", acrescentou.



Vale lembrar que Lea Michele se manifestou sobre a polêmica com um pedido de desculpas público. Leia o texto da artista clicando aqui!