Demi Lovato acaba de lançar um dos discos mais intensos e confessionais já feitos por uma estrela do mundo pop. Em "Dancing With The Devil…The Art Of Starting Over" a cantora se expõe de maneira única em uma série de canções de caráter pessoal, que nem os arranjos mais "amigáveis" presentes em parte de suas faixas consegue disfarçar.
Sendo assim, não se engane: apesar de algumas, poucas, participações especiais, incluindo a de Ariana Grande, em "Met Him Last Night", e a da rapper Saweetie em "My Girlfriends Are My Boyfriend", este é um disco extremamente pessoal e corajoso, feito por alguém que viu a morte de muito perto.
Como é sabido, Lovato sofreu em 2018 uma overdose que, por pouco, não foi fatal. Este foi o triste desfecho de anos em que ela abusou, e foi abusada, não nos esqueçamos, de seu corpo e mente. Os detalhes estão sendo revelados na minissérie documental que usa a primeira parte do título do álbum que pode ser vista no YouTube.
O que temos nessas 19 faixas, há edições com canções extra, é um testemunho de alguém que está recomeçando, como diz a segunda parte do título, e ainda se sente fragilizada, talvez daí a necessidade dela exorcizar todos esses demônios para poder seguir em frente.
Essa fragilidade pode ser vista em vários momentos do trabalho, mas surge com força na cover de "Mad World", o velho hit oitentista dos Tears For Fears que ela canta inspirada na versão mais melancólica feita por Gary Jules na década retrasada. "Melon Cake", onde a cantora fala sobre toda a pressão sofrida para ter um "corpo de Barbie" que a levaram a sofrer de sérios distúrbios alimentares também deve ser ouvida com atenção.
Outro fato a se destacar está no fato de Demi ter conseguido entregar um álbum tão pessoal e relativamente homogêneo mesmo tendo trabalhado com diversos compositores e produtores.
