A morte de Eddie Van Halen na manhã de ontem (6), vitimado por um câncer de garganta, pôs um fim na esperança que os brasileiros ainda tinham de ver o Van Halen de volta aos palcos brasileiros. Verdade seja dita, o quarteto não era muito de tocar fora dos Estados Unidos, o mapa de concertos mostra que eles fizeram nada menos que 1526 concertos em casa, e pouco mais de 200 em outros países (incluindo 80 no Canadá).

17 dessas apresentações aconteceram em 1983 na América do Sul, sendo que nada menos que nove delas no Brasil, três cada em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre entre 21 de janeiro e 1 de fevereiro.

Foram shows muito marcantes, até pelo seu ineditismo - eram raras as bandas que vinham para cá, menos ainda aquelas experimentando um pico de carreira. Dessa forma pode-se dizer que o VH fez uma espécie de ponte entre os shows do Queen no Morumbi (1981) e o primeiro Rock in Rio em 1985 (junto com o Police que veio em 1982,e o Kiss que chegaria em junho de 1983).

O quarteto veio durante a turnê de "Diver Down", um disco tido como menor na carreira deles, mas era sabido que ao vivo a conversa era outra. Isso foi comprovado no Ibirapuera, Maracanãzinho e Gigantinho, com um grupo mostrando entrosamento, bom humor e uma potência sonora em uma época em que até a montagem do palco chamava a atenção dos fãs.

O VH fez shows de quase duas horas com músicas de todos os seus discos, solos de bateria, baixo e, claro, guitarra além de covers de Kinks, Elvis, ZZ Top e Roy Orbison. Quem viu não esqueceu (os depoimentos nas redes sociais não mentem).

Depois do Brasil, Alex e Eddie Van Halen, David Lee Roth e Michael Anthony ainda estiveram na Argentina, Uruguai, Venezuela e Peru. Findo esse giro, eles fizeram apenas um show nos EUA - no gigantesco Us Festival - e se dedicaram a gravar o disco que mudaria de vez as suas vidas: o megaplatinado "1984".

O Youtube tem a íntegra do primeiro show que o VH fez por aqui, em 21 de janeiro. A imagem e o som não são dos melhores, mas a filmagem foi feita por equipe profissional, com várias câmeras, já que a Rede Bandeirantes fez a transmissão. Ou seja, uma cópia com melhor qualidade do registro deve existir, tanto nos arquivos da banda, quanto no da emissora e, não custa sonhar, que um dia ele venha a público.

Enquanto esse dia não chega, se é que vai chegar, curta o concerto :