Florian Schneider (em pé, ao centro na foto acima), membro fundador do Kraftwerk, morreu aos 73 anos. Poucos detalhes foram divulgados a respeito de seu passamento e a própria data de sua morte é uma incógnita. Revelou-se apenas que ela se deu pouco depois dele ter completado 73 anos após uma curta batalha contra um câncer. O músico, nascido em Öhningen, na Alemanha, fez aniversário em 7 de abril. Segundo o jornal britânico The Guardian, Florian morreu há uma semana (29) e foi enterrado em uma cerimônia reservada.
O fato das notícias terem vindo com grande atraso faz todo o sentido dentro de uma trajetória tão fascinante e cheia de mistérios como a do Kraftwerk, um dos nomes fundamentais da música do século 20 e forte concorrente à banda mais influente de todos os tempos, ao lados dos Beatles, Velvet Underground e outros poucos nomes que realmente apontaram novos rumos para o pop e o rock. Afinal, não é exagero dizer que quase toda a música pop moderna e contemporânea deve algo aos alemães, mesmo que de forma indireta.
O Kraftwerk, desde o começo, acreditou na música eletrônica - a partir de 1973 eles praticamente aboliram o uso de instrumentos tradicionais em seus discos - e mostrou que era possível fazer canções profundas, dançantes e também de apelo comercial apenas com sintetizadores e ritmos elétricos. David Bowie foi dos primeiros a ficar fascinado pelo quarteto, algo que se comprovou nos discos "Low" e "Heroes" (com a música "V-2 Schneider", uma homenagem direta a Florian), ambos de 1977.
Eles ainda influenciariam o tecnopop, o hip-hop ("Planet Rock", o primeiro hit do gênero, foi construída a partir de "Trans-Europe Express", que a banda lançou em 1977) e quase toda música eletrônica, que se desenvolveu a partir dos anos 80. Até Michael Jackson teria tentado trabalhar, sem sucesso, com eles.
Scheneider foi o grande mentor do grupo ao lado de Ralph Hütter, o único membro original que está no grupo atualmente. Florian deixou o Kraftwerk em 2008, e sua saída nunca foi bem explicada por Hütter.
O Kraftwerk gravou pouco. São apenas 11 álbuns, em 50 anos de carreira, sendo que os três primeiros, quando eles misturavam instrumentos elétricos e eletrônicos, acabaram renegados e nunca ganharam relançamento em CD.
Desses, cinco podem ser considerados discos fundamentais para se entender a música pop: "Autobahn" (1974), "Radio-Activity" (1975), "Trans-Europe Express" (1977), "The Man Machine" (1978) e "Computer World" (1981). Todos com músicas muito conhecidas mesmo que indiretamente (trechos de canções deles foram muito usadas como vinhetas em programas de televisão ou de trilha de comerciais). "Electric Café", de 1987, é um pouco menos celebrado, mas traz "Musique Non Stop", uma das faixas mais conhecidas deles pelo grande público.
Além da música, o Kraftwerk teve uma grande influência na estética do pop. Ao cultivarem a imagem dos "homens-máquina" desprovidos de emoção, eles também ajudaram a criar a ideia da "música sem rosto", onde a figura do artista e sua imagem, ficam totalmente em segundo plano - esse conceito chegaria ao ápice quando robôs criados à imagem de seus integrantes passaram a ser usados em sessões de fotos e até durante o bis de seus shows.
Schneider esteve em duas ocasiões no Brasil com o Kraftwerk, ambas dentro do Free Jazz Festival. A primeira em 1998, quando deu uma hilária, e rara, entrevista para o Multishow, e em 2004. Sem ele, a banda voltaria ainda outras duas vezes.
Ouça alguns dos grandes momentos de Florian Schneider com o Kraftwerk:
"Autobahn"
"Radioactivity"
"Trans-Europe Express"
"The Model"
"The Robots"
"Computer Love"
"Musique Non Stop"
O fato das notícias terem vindo com grande atraso faz todo o sentido dentro de uma trajetória tão fascinante e cheia de mistérios como a do Kraftwerk, um dos nomes fundamentais da música do século 20 e forte concorrente à banda mais influente de todos os tempos, ao lados dos Beatles, Velvet Underground e outros poucos nomes que realmente apontaram novos rumos para o pop e o rock. Afinal, não é exagero dizer que quase toda a música pop moderna e contemporânea deve algo aos alemães, mesmo que de forma indireta.
O Kraftwerk, desde o começo, acreditou na música eletrônica - a partir de 1973 eles praticamente aboliram o uso de instrumentos tradicionais em seus discos - e mostrou que era possível fazer canções profundas, dançantes e também de apelo comercial apenas com sintetizadores e ritmos elétricos. David Bowie foi dos primeiros a ficar fascinado pelo quarteto, algo que se comprovou nos discos "Low" e "Heroes" (com a música "V-2 Schneider", uma homenagem direta a Florian), ambos de 1977.
Eles ainda influenciariam o tecnopop, o hip-hop ("Planet Rock", o primeiro hit do gênero, foi construída a partir de "Trans-Europe Express", que a banda lançou em 1977) e quase toda música eletrônica, que se desenvolveu a partir dos anos 80. Até Michael Jackson teria tentado trabalhar, sem sucesso, com eles.
Scheneider foi o grande mentor do grupo ao lado de Ralph Hütter, o único membro original que está no grupo atualmente. Florian deixou o Kraftwerk em 2008, e sua saída nunca foi bem explicada por Hütter.
O Kraftwerk gravou pouco. São apenas 11 álbuns, em 50 anos de carreira, sendo que os três primeiros, quando eles misturavam instrumentos elétricos e eletrônicos, acabaram renegados e nunca ganharam relançamento em CD.
Desses, cinco podem ser considerados discos fundamentais para se entender a música pop: "Autobahn" (1974), "Radio-Activity" (1975), "Trans-Europe Express" (1977), "The Man Machine" (1978) e "Computer World" (1981). Todos com músicas muito conhecidas mesmo que indiretamente (trechos de canções deles foram muito usadas como vinhetas em programas de televisão ou de trilha de comerciais). "Electric Café", de 1987, é um pouco menos celebrado, mas traz "Musique Non Stop", uma das faixas mais conhecidas deles pelo grande público.
Além da música, o Kraftwerk teve uma grande influência na estética do pop. Ao cultivarem a imagem dos "homens-máquina" desprovidos de emoção, eles também ajudaram a criar a ideia da "música sem rosto", onde a figura do artista e sua imagem, ficam totalmente em segundo plano - esse conceito chegaria ao ápice quando robôs criados à imagem de seus integrantes passaram a ser usados em sessões de fotos e até durante o bis de seus shows.
Schneider esteve em duas ocasiões no Brasil com o Kraftwerk, ambas dentro do Free Jazz Festival. A primeira em 1998, quando deu uma hilária, e rara, entrevista para o Multishow, e em 2004. Sem ele, a banda voltaria ainda outras duas vezes.
Ouça alguns dos grandes momentos de Florian Schneider com o Kraftwerk:
"Autobahn"
"Radioactivity"
"Trans-Europe Express"
"The Model"
"The Robots"
"Computer Love"
"Musique Non Stop"