O cantor e compositor Scott Walker morreu nesta madrugada (25) aos 76 anos, a causa da morte não foi revelada. Walker teve umas das trajetórias mais curiosas da história do rock. Nascido Noel Scott Engel em 1943 em Ohio nos EUA, ele fez sucesso na segunda metade dos anos 60 com o trio Walker Brothers - que na verdade não era uma banda familiar, e sim um trio completado por John Walker (ou John Maus) e o baterista Gary Leeds que se tornou Gary Walker.
Os três nunca fizeram sucesso nos EUA, mas acabaram estourando na Inglaterra, para onde se mudaram em 1965, com Walker se tornando um ídolo teen. Os três discos do grupo, quase totalmente compostos por músicas de outros compositores, chegaram no top 5 britânico, graças aos arranjos orquestrais e o vocal emotivo do barítono Scott - que influenciaria diretamente o estilo de canto de David Bowie (Thom Yorke do Radiohead foi outro grande nome profundamente influenciado por ele). Eles chegaram ao número 1 com dois singles: "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore" e "Make It Easy On Yourself"
Em 1967 o som do grupo já era tido como superado e eles encerraram suas atividades. É quando Scott embarca em sua carreira solo e lança um quarteto de discos que seguem muito cultuados: "Scott", seguidos pelos volumes, "2", "3" e "4". Nesses trabalhos ele abraça uma música mais experimental, primeiro gravando compositores menos óbvios, como Jacques Brel ou Tim Hardin e, a partir do terceiro volume, assumindo a totalidade da autorias das faixas. Os três primeiros volumes fizeram sucesso, o segundo chegou ao número um e os demais em terceiro, mas o quarto, justamente o mais bem quisto atualmente, sequer entrou na parada e logo saiu de catálogo.
Walker passa a primeira metade dos anos 70 em uma espécie de limbo, gravando uma série de discos que raramente continham músicas de sua autoria (em 1973 curiosamente ele gravou "Maria Bethânia" de Caetano Veloso) e onde ele parecia apenas entregar o que a gravadora pedia.
Asim não foi de espantar que os Walker Brothers tenham se reunido em 1976, dessa vez também com menos impacto comercial, mas o terceiro, e último, trabalho dessa volta, "Nite Flights" certamente merece ser conhecido por um público mais amplo.
Scott ressurgiria em 1984 com o climático "Climate of Hunter", que pode não ter passado do 60° posto na parada, mas mostrava que ele seguia um artista inovador e de visão muito pessoal. Apesar disso, ele só voltaria a lançar outro trabalho em 1996, ano do estranho "Tilt" e, novamente, sumir de vista (ainda que em 1999 ele tenha assinado a trilha sonora do filme de arte "Pola X"). A essa altura ele já tinha fama de artista cultuado e misterioso e seus trabalhos gravados na décadas de 60 sendo redescobertos por todas uma nova geração de ouvintes.
Foi só no século 21, a partir de 2006 quando ele assinou com o selo 4AD, que Scott voltou a lançar discos com regularidade. Foram mais quatro álbuns - todos passando longe do pop tradicional - sendo que o derradeiro deles," Soused", uma colaboração com a banda de metal experimental Sunn O))) saiu em 2014.
Veja os Walker Brothers mostrando "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore" na televisão:
Ouça também "Make It Easy On Yourself"
E escute o quarto trabalho solo do cantor,m lançado em 1969:
Os três nunca fizeram sucesso nos EUA, mas acabaram estourando na Inglaterra, para onde se mudaram em 1965, com Walker se tornando um ídolo teen. Os três discos do grupo, quase totalmente compostos por músicas de outros compositores, chegaram no top 5 britânico, graças aos arranjos orquestrais e o vocal emotivo do barítono Scott - que influenciaria diretamente o estilo de canto de David Bowie (Thom Yorke do Radiohead foi outro grande nome profundamente influenciado por ele). Eles chegaram ao número 1 com dois singles: "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore" e "Make It Easy On Yourself"
Em 1967 o som do grupo já era tido como superado e eles encerraram suas atividades. É quando Scott embarca em sua carreira solo e lança um quarteto de discos que seguem muito cultuados: "Scott", seguidos pelos volumes, "2", "3" e "4". Nesses trabalhos ele abraça uma música mais experimental, primeiro gravando compositores menos óbvios, como Jacques Brel ou Tim Hardin e, a partir do terceiro volume, assumindo a totalidade da autorias das faixas. Os três primeiros volumes fizeram sucesso, o segundo chegou ao número um e os demais em terceiro, mas o quarto, justamente o mais bem quisto atualmente, sequer entrou na parada e logo saiu de catálogo.
Walker passa a primeira metade dos anos 70 em uma espécie de limbo, gravando uma série de discos que raramente continham músicas de sua autoria (em 1973 curiosamente ele gravou "Maria Bethânia" de Caetano Veloso) e onde ele parecia apenas entregar o que a gravadora pedia.
Asim não foi de espantar que os Walker Brothers tenham se reunido em 1976, dessa vez também com menos impacto comercial, mas o terceiro, e último, trabalho dessa volta, "Nite Flights" certamente merece ser conhecido por um público mais amplo.
Scott ressurgiria em 1984 com o climático "Climate of Hunter", que pode não ter passado do 60° posto na parada, mas mostrava que ele seguia um artista inovador e de visão muito pessoal. Apesar disso, ele só voltaria a lançar outro trabalho em 1996, ano do estranho "Tilt" e, novamente, sumir de vista (ainda que em 1999 ele tenha assinado a trilha sonora do filme de arte "Pola X"). A essa altura ele já tinha fama de artista cultuado e misterioso e seus trabalhos gravados na décadas de 60 sendo redescobertos por todas uma nova geração de ouvintes.
Foi só no século 21, a partir de 2006 quando ele assinou com o selo 4AD, que Scott voltou a lançar discos com regularidade. Foram mais quatro álbuns - todos passando longe do pop tradicional - sendo que o derradeiro deles," Soused", uma colaboração com a banda de metal experimental Sunn O))) saiu em 2014.
Veja os Walker Brothers mostrando "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore" na televisão:
Ouça também "Make It Easy On Yourself"
E escute o quarto trabalho solo do cantor,m lançado em 1969: