Demorou, e muito, mas finalmente o Cheap Trick virá ao Brasil para uma série de shows. Infelizmente eles chegam para substituir o Lynyrd Skynyrd no Solid Rock Festival - a banda precisou cancelar a sua vinda depois que a filha do vocalista Johnny Van Zant foi diagnosticada com Linfoma Linfoblástico Agudo e será submetida a um tratamento agressivo. O Deep Purple e o Tesla continuam confirmados no festival que acontece em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski, dia 12/12); São Paulo (Allianz Parque, dia 13/12) e Rio de Janeiro, (Jeunesse Arena, dia 15/12). Os ingressos para qualquer uma das datas podem ser comprados aqui.
Ouça agora algumas das canções mais importantes do Cheap Trick:
"I Want You To Want Me" de "In Colour" - 1977
Assim como aconteceu com o Kiss alguns anos antes, o Cheap Trick, só foi estourar no mercado americano com um disco ao vivo lançado depois de três de estúdio. Assim como se viu com o Deep Purple, (com "Made In Japan"), um álbum que deveria ter sido lançado unicamente no mercado japonês acabou se tornando um sucesso mundial.
O sucesso de "At Budokan" (lançado em 1979 nos EUA) serviu para jogar mais luz sobre os trabalhos anteriores do quarteto. Os fãs discutem sobre qual deles é o melhor, mas "In Colour", o segundo, é o favorito entre os admiradores de power pop e também pela imprensa especializada (foi escolhido um dos 500 melhores discos da história pela edição americana da Rolling Stone).
O álbum também é conhecido por ser o primeiro a trazer os dois integrantes "bonitinhos" na capa (o vocalista Robin Zander e o baixista Tom Petersson) e os "esquisitos" Ricky Nielsen (guitarrista e principal compositor) e Bun E. Carlos (baterista que os deixou em 2010, ainda que ele ainda seja considerado um integrante oficial) na parte de trás.
"In Color" tem vários clássicos da banda como "Southern Girls", "Downed" e, claro "I Want you To Want Me", que se tornou um grande hit em sua versão ao vivo.
"Surrender" de "Heaven Tonight" - 1978
Se há discussão sobre qual o grande disco da banda, quando o assunto é a música mais representativa é difícil não concordar com a efusiva "Surrender", uma daquelas canções que conseguem se manter frescas mesmo depois de décadas e inúmeras audições.
A música também apareceu no ao vivo "At Budokan", mas a versão de estúdio, presente em "Heaven Tonight" de 1978 é igualmente boa.
"Dream Police" faixa título do álbum de 1979
O quarto álbum de estúdio marca o ápice e também o final da chamada "fase imperial" da banda - como a imprensa internacional se refere àquele momento em que o artista se encontra no auge do sucesso artístico e comercial. "Dream Police" chegou ao sexto posto da parada americana e rapidamente ganhou disco de platina. A faixa título é presença obrigatória nos shows.
"The Flame" - de "Lap Of Luxury" de 1989
Os anos 80 não foram apenas de festa para banda, que viu suas vendas diminuírem drasticamente, apesar da qualidade de álbuns como "One On One" (1982) e "Next Position Please" (1983). Isso explica o polêmico "Lap Of Luxury" de 1989, um disco marcado pela enorme quantidade de músicas escritas (ou co-escritas) por compositores profissionais e a produção que os deixa soando como uma típica banda de hard rock oitentista.
Depois, soube-se que o quarteto fez essas concessões para manter o seu contrato coma Epic. Apesar de tudo isso, o disco acabou fazendo inesperado sucesso, chegando ao top 20 da parada americana e emplacando a power ballad "The Flame" no primeiro lugar da Billboard - a única vez em que eles chegaram ao topo.
"That '70s Song" da trilha de "That '70s Show" - 1999
A fase de sucesso renovado vista no final dos anos 80 não durou muito e logo o Cheap Trick se viu sem um contrato com uma grande gravadora. O quarteto ainda assim se manteve em atividade lançando discos mais pessoais que agradaram a base de fãs construída através dos anos e excursionando de forma intensa (desde a sua fundação, em 1973, que eles nunca passaram um ano sequer sem fazer shows, geralmente dezenas, ou mesmo centenas deles).
No final da década eles voltaram a aparecer para o grande público graças à versão de "In The Street" do Big Star que eles regravaram, com algumas alterações, para ser usada a partir da segunda temporada na abertura da popular série "That '70s Show".
"When I Wake Up Tomorrow" de " Bang, Zoom, Crazy…Hello" (2016)
A segunda década do século 21 tem sido boa para a banda. No ano passado o Cheap Trick finalmente entrou para o Rock and Roll Hall Of Fame e um novo contrato com a Big Machine Records (o mesmo selo de Taylor Swift) deu nova visibilidade ao grupo. Desde então eles já lançaram três discos - incluindo um álbum natalino recém-lançado. Desses " Bang, Zoom, Crazy…Hello" se mostrou um belo trabalho, ao trazer para o século 21 o som clássico da banda e mostrar que eles ainda têm muito o que dizer mesmo depois de mais de 40 anos de estrada.