Foi em um dia 12 de março de 1967 que as lojas de discos dos EUA receberam o álbum de estreia de uma banda de Nova York então desconhecida.
Verdade seja dita, naquele momento foram pouquíssimas as pessoas que compraram "The Velvet Underground & Nico", do quarteto apadrinhado pelo artista plástico Andy Warhol - que também colocou a alemã Nico para cantar em três de suas músicas.
É fácil entender hoje porque público e mesmo imprensa não se entusiasmaram com o disco.
O fato é que em plena era de utopias e movimento hippie, o clima não estava propício para um grupo que se vestia de preto e cantava sobre sadomasoquismo, paranoia e drogas pesadas. Menos ainda para uma música que tinha seus momentos mais líricos e mesmo pop, mas que também abraçava o vanguardismo da música erudita, e muitos ruídos e distorções.
Mas, como diria Brian Eno, foram poucas as pessoas que compraram o "disco da banana" em seu lançamento, mas todas elas formaram bandas nos anos seguintes.
É por isso que o disco é tido como um dos melhores e mais influentes da história. Afinal não é exagero dizer que praticamente todo o rock moderno, pode ser traçada a ele.
David Bowie certamente foi o seu mais famoso discípulo e entusiasta - tanto que assim que ficou famoso, uma das primeiras coisas que fez foi ajudar a tirar Lou Reed, o vocalista e líder da banda, do ostracismo. O já citado Brian Eno, as bandas alemãs dos anos 70, Joy Division, U2 e R.E.M. também foram tocados pela banda.
Indo além, todo o punk rock e seus estilos derivados também não existiriam sem o disco, em uma linha de influência que se estende por décadas e ramificações diversas.
Dos quatro discos originais lançados pela banda, esse certamente é o que melhor capta as suas características com os teclados e os drones da viola de John Cale (que sairia do grupo no ano seguinte), as guitarras de Sterling Morrison e Reed e o estilo inusitado (e totalmente simplista) de Mo Tucker na bateria.
Dessa mistura, mais as letras compostas por Reed que ambicionavam elevá-las a categoria da poesia e alta literatura, nasceu um trabalho realmente revolucionário.
"Velvet and Nico" ainda hoje é capaz de impressionar e causar reações diversas que vão do espanto e maravilhamento ao desconforto. Não à toa é praticamente impossível encontrar uma lista de melhores discos de todos os tempos que não o traga entre as suas primeiras posições.
Aproveite então os 50 anos de "Velvet Underground & Nico" para ouvir ou reouvir o disco e entenda porque ainda hoje ele continua um clássico indiscutível:
(Leandro Saueia)
Verdade seja dita, naquele momento foram pouquíssimas as pessoas que compraram "The Velvet Underground & Nico", do quarteto apadrinhado pelo artista plástico Andy Warhol - que também colocou a alemã Nico para cantar em três de suas músicas.
É fácil entender hoje porque público e mesmo imprensa não se entusiasmaram com o disco.
O fato é que em plena era de utopias e movimento hippie, o clima não estava propício para um grupo que se vestia de preto e cantava sobre sadomasoquismo, paranoia e drogas pesadas. Menos ainda para uma música que tinha seus momentos mais líricos e mesmo pop, mas que também abraçava o vanguardismo da música erudita, e muitos ruídos e distorções.
Mas, como diria Brian Eno, foram poucas as pessoas que compraram o "disco da banana" em seu lançamento, mas todas elas formaram bandas nos anos seguintes.
É por isso que o disco é tido como um dos melhores e mais influentes da história. Afinal não é exagero dizer que praticamente todo o rock moderno, pode ser traçada a ele.
David Bowie certamente foi o seu mais famoso discípulo e entusiasta - tanto que assim que ficou famoso, uma das primeiras coisas que fez foi ajudar a tirar Lou Reed, o vocalista e líder da banda, do ostracismo. O já citado Brian Eno, as bandas alemãs dos anos 70, Joy Division, U2 e R.E.M. também foram tocados pela banda.
Indo além, todo o punk rock e seus estilos derivados também não existiriam sem o disco, em uma linha de influência que se estende por décadas e ramificações diversas.
Dos quatro discos originais lançados pela banda, esse certamente é o que melhor capta as suas características com os teclados e os drones da viola de John Cale (que sairia do grupo no ano seguinte), as guitarras de Sterling Morrison e Reed e o estilo inusitado (e totalmente simplista) de Mo Tucker na bateria.
Dessa mistura, mais as letras compostas por Reed que ambicionavam elevá-las a categoria da poesia e alta literatura, nasceu um trabalho realmente revolucionário.
"Velvet and Nico" ainda hoje é capaz de impressionar e causar reações diversas que vão do espanto e maravilhamento ao desconforto. Não à toa é praticamente impossível encontrar uma lista de melhores discos de todos os tempos que não o traga entre as suas primeiras posições.
Aproveite então os 50 anos de "Velvet Underground & Nico" para ouvir ou reouvir o disco e entenda porque ainda hoje ele continua um clássico indiscutível:
(Leandro Saueia)