Shawn Mendes - Illuminate
Ainda muito jovem, apenas 18 anos, o canadense Shawn Mendes mostra com esse segundo trabalho de estúdio que está em pleno processo de amadurecimento.
Não que o novo disco seja perfeito, mas ele em momento algum decepciona, ainda que ele tenha algumas faixas mais genéricas. Mas mesmo essas são no mínimo agradáveis.
Por outro lado, Mendes avança em canções marcadas pelo gospel, soul e R&B - o single "Mercy sendo um bom exemplo de para onde sua carreira pode apontar no futuro.
Nessa onda vale também destacar a boa (e retrô) "Don't Be a Fool" ou "No Promises" - essa com pegada mais moderna.
O trabalho ainda tem baladas acústicas e faixas que dialogam com o pop contemporâneo que formam um bom conjunto. Resumindo: os fãs gostarão e quem ainda não conhece o jovem muito provavelmente irá simpatizar com ele depois de ouvir ao menos algumas dessas canções.
Ouça "Mercy" com Shawn Mendes presente no álbum Illuminate
Bruce Springsteen - Chapter and Verse
Essa coletânea chega ao mercado ao mesmo tempo que a aguardada autobiografia de Springsteen. A seleção de repertório foi feita pelo próprio músico, que tenta mostra aqui um pouco de sua jornada através de hits, canções queridas pelos fãs e material menos lembrado ou mesmo inédito.
Para os fãs de longa data, o maior atrativo delas está nas cinco primeiras faixas que nunca haviam sido lançadas publicamente. Elas flagram os primórdios do cantor e mostram que o sucesso para ele só veio depois de muito trabalho e aperfeiçoamento.
A viagem começa com duas canções dos Castilles, sua primeira banda, formada quando ele tinha apenas 17 anos. O grupo fazia um rock de garagem inspirado nos Animals e Yardbirds. Desnecessário dizer que as duas canções, incluindo uma versão para a clássica "You Can't Judge A Book By The Cover", não contam com a melhor das qualidades técnicas e que elas são de fato apenas curiosidades.
Na sequência ouvimos o Steel Mill, banda com queda para hard rock e progressivo típico do início da década de 70 que ele montou em seguida e a grande revelação do disco. É sabido que o grupo fazia muito sucesso na área de Nova Jersey e muitos achavam que eles poderiam ter estourado internacionalmente.
Ouvindo-se "He's Guilty (The Judge Song)" percebemos uma banda competente e de talento. É possível imaginá-los fazendo sucesso e posteriormente virando um daqueles grupos que seguem na estrada tocando para os velhos fãs, mas nunca se tornando um grupo revolucionário.
O fato de Springsteen ter decidido encerrar a banda quando ela estava prestes a dar o próximo passo, mostra não só uma grande autoconfiança, como um artista de grande visão e também coragem.
Na sequência temos uma canção da Bruce Springsteen Band. "Ballad of Jesse James" tem influências do de Van Morrison e The Band e uma letra que, assim como a música, prenuncia o caminho que ele seguiria posteriormente.
Assim, é engraçado ouvir a quinta faixa inédita do pacote, "Henry Boy", faixa no esquema "voz e violão" que o mostra como um discípulo da primeira fase de Bob Dylan, e uma das que lhe garantiriam um contrato com a CBS.
O resto do disco é formado por material já lançado e serve para que vejamos um pouco do que Bruce enxerga como seus grandes momentos. A lista se divide entre grandes hits e clássicos - "Born To Run", "Born In The U.S.A.", "Badlands" - e faixas menos óbvias - "Living Proof" ou "My Father's House". O resultado final é um disco excelente de se ouvir, ainda que ele não sirva muito nem para o fanático, que certamente já tem tudo aqui tirando as primeiras músicas, e nem para o ouvinte causal que busca uma seleção com todos grandes sucessos.
Ouça "Born In The U.S.A." de 1984, selecionada por Bruce Springsteen para o álbum
Passenger - Young As The Morning...
Esse cantor e compositor inglês faz uma música calma e bonita, indicada para fãs de soft rock e folk de pegada um pouco mais comercial.
Michael David Rosenberg, seu verdadeiro nome, é conhecido mundialmente, mas goza de um enorme sucesso em sua terra natal, onde esse álbum acaba de estrear no primeiro lugar.
"Young As The Morning, Old As The Sea" mostra que Rosenberg é um bom compositor e várias canções aqui tem potencial para se tornarem hits ou serem usadas de trilha para filmes e séries.
Os ouvintes mais exigentes, talvez possam sentir falta de músicas mais marcantes ou de composições que tragam algum diferencial em relação ao que é feito nessa praia. Quem não liga muito para isso e quer apenas ouvir uma sequência de boas baladas provavelmente irá gostar se não de tudo aqui, ao menos de várias de suas faixas.
Ouça "Beautiful Birds (Feat. Birdy)" com Passenger do álbum "Young As The Morning..."