Elton John - Wonderful Crazy Night

Nos anos seguintes, ele emplacou mais hits e vendeu seus discos, mas os resultados, ao menos para quem conheceu aquela fase dourada, quase sempre deixavam a desejar, algo que o próprio cantor admite hoje em dia.

Seria ótimo se esse "Wonderful Crazy Night" mudasse um pouco esse estado das coisas, porque o álbum é muito bom.
Elton voltou a trabalhar com o produtor T Bone Burnett, que tem muito talento para extrair o melhor de veteranos, ou de novatos que fazem música inspirada no passado.
A diferença maior está no clima mais pra cima do material - mesmo as baladas se mostram mais esperançosas e menos melancólicas - e no fato dele ter voltado a gravar com os músicos que o acompanham ao vivo - incluindo o guitarrista Davey Johnstone e o baterista Nigel Olsson, que tocaram em seus trabalhos mais importantes.
"Wonderful Crazy Night" não é um disco revolucionário, ou que busca abrir novos caminhos, é simplesmente um belo trabalho de um artista de quase 70 anos de idade que se mostra em paz com sua carreira e com o seu passado.
Ouça "Blue Wonderful" com Elton John presente no álbum "Wonderful Crazy Night"
The Cult - Hidden City

Como é comum no rock, a banda atingiu um pico, depois lançou alguns álbuns de pouca repercussão seguidas da inevitável separação e posterior retorno. No caso específico do Cult esse é o terceiro álbum lançado por eles depois de sua segunda, e definitiva, volta.
A boa notícia é que "Hidden City" não é o típico álbum de banda em atividade que vive de seu legado, mas um trabalho forte e que pode ser comparado favoravelmente com os dois melhores discos deles: "Love" (1985) e "Electric" (1987).

Dessa forma, temos um disco que pode impressionar quem nunca os escutou, mas também trazer de volta um público que dançou muito ao som de "She Sells Sanctuary" ou "Love Removal Machine" nos anos 80 e há tempos não se preocupava em ouvir os discos mais recentes deles.
Ouça "Deeply Ordered Chaos" com o The Cult presente no álbum "Hidden City"
Field Music - Commontime

É difícil saber se essa situação irá mudar agora com esse ótimo "Commontime", que, como já era esperado, está sendo coberto de elogios pela imprensa estrangeira.
De qualquer forma, as coisas parecem estar melhorando para a dupla. Afinal não é sempre que Prince vai até o Twitter recomendar um clipe.

é fácil de ser definida. Ela pode ser pop e complexa, dançante ou cerebral e as influências são pra lá de díspares - progressivo, funk, pop dos anos 80 e o lado mais artístico do rock da década de 70 entram na mistura.
"Commontime", não é um álbum para todos os públicos, e algumas audições se fazem necessárias para que todas suas nuances sejam devidamente absorvidas, mas é certo que já temos aqui um dos grandes álbuns de 2016.
Ouça "The Noisy Days Are Over" com o Field Music presente no álbum "Commontime"