Há exatos 45 anos, em 11 de janeiro de 1971, as lojas dos EUA recebiam "Pearl", o último disco de estúdio de Janis Joplin. Lançado de forma póstuma, a cantora morreu em 4 de outubro de 1970 aos 27 anos, o disco ficou nove semanas no topo da parada americana e vendeu 4 milhões de cópias, o que faz dele o trabalho mais vendido da cantora.
"Pearl" é provavelmente o melhor álbum lançado por ela - ainda que "Cheap Thrills" (1968), feito quando ela era integrante do Big Brother and The Holding Company seja igualmente fundamental.
Mas aqui ela parecia ter encontrado um equilíbrio entre a crueza dos discos feitos com a banda que a revelou e o som mais domado de seu primeiro álbum solo, o irregular "I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama!" de 1969.
O trabalho foi gravado com sua nova banda de apoio. Não é exagero dizer que a Full Tilt Boogie Band foram os músicos que melhor a acompanharam. Todos eram excelentes instrumentistas e podiam tocar rock, blues, country e soul music com maestria.
Para melhorar ainda mais as coisas, o renomado Paul Rothchild (que já havia trabalhado com os Doors) assumiu a produção do disco, dando ainda mais clareza e riqueza de detalhes ao material escolhido.
Joplin era basicamente uma intérprete. Das dez faixas do disco apenas duas trazem a assinatura da cantora: o rock de abertura "Move Over" e a á capela "Mercedes Benz" - essa composta com Bob Neuwirth e Michael McClure e que acabou se tornando uma das canções símbolo da artista.
O resto do álbum era composto por canções feitas para ela - o caso de "A Woman Left Lonely" (da brilhante dupla Spooner Oldham e Dan Penn) e "Trust Me", um presente do soul man Bobby Womack - e covers.
Na verdade Janis fazia parte daquele grupo de intérpretes que tornavam suas as canções alheias O maior exemplo aqui é obviamente "Me And Bobby Mcgee" composta por Kris Kristoferson e que já havia sido gravada pelo astro da música country Roger Miller.
Mas é impossível dissociar a canção de Joplin, que foi lançada como single e se tornou o segundo número 1 póstumo da história da Billboard, depois de "(Sittin' On) The Dock Of The Bay" de Otis Redding (1968).
"Pearl" também tem um momento de grande tristeza, a faixa "Buried Alive In The Blues" que não conta com a sua presença, já que ela morreu antes de gravar a sua parte. Como ela já havia aprovado o instrumental feito pela banda, foi decidido colocar a canção no disco assim mesmo, como uma forma de tributo.
A maior frustração de se escutar o disco é o de perceber que Janis Joplin estava cantando cada vez melhor e mostrava um excelente gosto na hora de escolher o seu material. É de supor que ela ainda faria outros trabalhos igualmente ótimos, mas, infelizmente, não era para ser. Ao menos, temos o alento de podemos seguir admirando as poucas gravações que ela nos deixou.
Ouça "Pearl" na íntegra:
"Pearl" é provavelmente o melhor álbum lançado por ela - ainda que "Cheap Thrills" (1968), feito quando ela era integrante do Big Brother and The Holding Company seja igualmente fundamental.
Mas aqui ela parecia ter encontrado um equilíbrio entre a crueza dos discos feitos com a banda que a revelou e o som mais domado de seu primeiro álbum solo, o irregular "I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama!" de 1969.
O trabalho foi gravado com sua nova banda de apoio. Não é exagero dizer que a Full Tilt Boogie Band foram os músicos que melhor a acompanharam. Todos eram excelentes instrumentistas e podiam tocar rock, blues, country e soul music com maestria.
Para melhorar ainda mais as coisas, o renomado Paul Rothchild (que já havia trabalhado com os Doors) assumiu a produção do disco, dando ainda mais clareza e riqueza de detalhes ao material escolhido.
Joplin era basicamente uma intérprete. Das dez faixas do disco apenas duas trazem a assinatura da cantora: o rock de abertura "Move Over" e a á capela "Mercedes Benz" - essa composta com Bob Neuwirth e Michael McClure e que acabou se tornando uma das canções símbolo da artista.
O resto do álbum era composto por canções feitas para ela - o caso de "A Woman Left Lonely" (da brilhante dupla Spooner Oldham e Dan Penn) e "Trust Me", um presente do soul man Bobby Womack - e covers.
Na verdade Janis fazia parte daquele grupo de intérpretes que tornavam suas as canções alheias O maior exemplo aqui é obviamente "Me And Bobby Mcgee" composta por Kris Kristoferson e que já havia sido gravada pelo astro da música country Roger Miller.
Mas é impossível dissociar a canção de Joplin, que foi lançada como single e se tornou o segundo número 1 póstumo da história da Billboard, depois de "(Sittin' On) The Dock Of The Bay" de Otis Redding (1968).
"Pearl" também tem um momento de grande tristeza, a faixa "Buried Alive In The Blues" que não conta com a sua presença, já que ela morreu antes de gravar a sua parte. Como ela já havia aprovado o instrumental feito pela banda, foi decidido colocar a canção no disco assim mesmo, como uma forma de tributo.
A maior frustração de se escutar o disco é o de perceber que Janis Joplin estava cantando cada vez melhor e mostrava um excelente gosto na hora de escolher o seu material. É de supor que ela ainda faria outros trabalhos igualmente ótimos, mas, infelizmente, não era para ser. Ao menos, temos o alento de podemos seguir admirando as poucas gravações que ela nos deixou.
Ouça "Pearl" na íntegra: