Selena Gomez - Revival
Selena Gomez
Selena Gomez Revival
Já com 23 anos, Selena deixa de vez a imagem de estrela mirim da Disney, com essa álbum bastante pop e maduro.

O segundo trabalho solo da cantora deixa claras as citadas influências de Janet Jackson e Christina Aguilera em faixas bastante influenciadas pelo R&B.

O que temos aqui então é um álbum que pode até pecar por ter alguns momentos mais genéricos, mas que no geral se mostra bem coerente e homogêneo.

Selena Gomez
Os méritos aqui vão logicamente para a cantora, que demonstra cada vez mais ter o controle sobre sua carreira, e seu time de produtores, em particular a dupla Rock Mafia e também Benny Blanco, que criaram as bases e dar o clima certo para essas faixas.

"Revival" pode até não se tornar um megassucesso de vendas, mas tem tudo para se tornar um disco bem conhecido e não só entre os fãs já cativos da cantora. O fato da crítica também ter sido, no geral, generosa com o trabalho deve também aumentar a credibilidade de Selena, algo fundamental neste momento de sua carreira, quando amadurecer junto com a sua audiência é algo fundamental.

Na semana passada, o Vagalume publicou um guia completo do álbum. Se você é fã dela e ainda não leu, corre lá!

Ouça "Same Old Love" com Selena Gomez presente no álbum Revival





John Grant - Grey Tickles, Black Pressure
John Grant
John Grant Grey Tickles, Black Pressure
Você certamente não conhece muitos discos que começam e terminam com uma citação bíblica e divide suas faixas entre baladas dilaceradas, e belíssimas, e faixas eletrônicas experimentais e dançantes.

Mas é isso o que temos neste terceiro álbum de John Grant, que se firma de vez como um dos maiores talentos da música do século 21.

Em seu terceiro álbum o ex-vocalista dos Czars entrega novamente um disco que precisa ser ouvido com atenção e de preferência acompanhando as letras.

John Grant
Grant, um poliglota que se mudou para a Islândia por ter se apaixonado pelo idioma local, escreve canções repletas de jogos de palavras, citações das mais diversas e muito humor negro autodepreciativo.

A (linda) faixa título em que ele diz "existirem crianças que têm câncer" e não poder "concorrer com isso" é um bom exemplo desse estilo. Em "You & Him" ele sugere que seu ex-amante deveria sair com Hitler e que eles deveriam aprender a costurar. Para completar, ele também é um senhor cantor, com sua voz de barítono.

Como dissemos no começo, este disco, a exemplo do anterior "Pale Green Ghosts" (2013) divide-se entre baladas e faixas eletrônicas. Isso pode frustrar um pouco os ouvintes que se apaixonaram pelo melódico "Queen of Denmark" (2010), que segue como um dos grandes álbuns desta década. Mas é isso que torna a sua obra tão fascinante: a capacidade de causar estranheza e admiração na mesma medida. Resumindo, "Grey Tickles, Black Pressure", é mais uma obra-prima deste artista realmente diferenciado.

Ouça "Disappointing" com John Grant presente no álbum "Grey Tickles, Black Pressure"





The Decemberists - Florasongs
The Decemberists
The Decemberists Florasongs
Encerramos o especial desta semana destacando o mais novo EP desta cultuada banda americana. Os Decemberists são especialistas em indie rock melódico e aberto à experimentações. Esse disquinho mostra como o líder Colin Meloy está em fase inspirada.

Afinal o que temos aqui, são cinco faixas que ficaram de fora de "What a Terrible World, What a Beautiful World", o disco "completo" lançado por eles recentemente. O que impressiona aqui é ver como um mera disquinho de "sobras", soa melhor que muito álbum "de verdade" que temos por aí.

Ouça "Why Would I Now?" com os Decemberists presente no EP "Florasongs"