Hoje, dia 9 de outubro, John Lennon estaria completando 75 anos. O ex-Beatle morreu assassinado em 8 de dezembro de 1980, mas deixou uma obra que segue praticamente sem paralelos no mundo da música pop.

Além da discografia dos Beatles, ele deixou sete álbuns solo, sem contar os discos experimentais ou póstumos. É um legado robusto e que sempre merece ser revisitado - mesmo seus trabalhos menos celebrados têm grandes momentos. Abaixo lembramos cinco de suas maiores canções.



Help!

"Help!", com certeza não foi a primeira grande canção de John Lennon, mas inegavelmente, ela foi pioneira em mostrar o lado mais vulnerável e confessional de seu autor, lembrando que apesar da assinatura Lennon/McCartney muitas das canções dos Beatles eram compostas individualmente. Lançada em 1965, a música segue como um dos grandes clássicos da música contemporânea.






Strawberry Fields Forever

Lennon costumava falar que tinha a impressão de que as músicas de McCartney sempre pareciam receber um tratamento mais deferencial, enquanto às suas serviam para que todo tipo de inovação e experimentos fossem feitos. Sem entrar nos méritos da declaração, o fato é que as canções dele realmente se mostravam mais abertas para as experimentações. E devemos ser gratos por isso, já que as técnicas de gravação evoluíram bastante nos últimos 50 anos por causa disso.

Tome como exemplo "Strawberry Fields Forever" (1967), com seus vocais tratados, efeitos de gravação e uso instrumentos incomuns como o melotron e a harpa indiana que contribuem para dar à faixa um clima onírico e de estranheza.






God

O primeiro álbum solo de Lennon (1970), é um dos discos mais devastadores já feitos, com suas letras diretas e instrumentação esparsa. Gravado em uma época em que o músico passava por terapia e se via questionando tudo à sua volta, o disco não é daqueles que se ouve de forma tranquila, mas merecidamente, é considerado seu melhor trabalho individual. Dentre suas faixas, vale destacar "God", que ficou famosa por cunhar a frase "o sonho acabou" e onde ele dizia que não acreditava nos Beatles.





Imagine

Lançado em 1971, o álbum "Imagine" certamente é mais palatável e otimista que seu antecessor, apesar dos esperados momentos de melancolia e raiva A faixa-título, se tornaria mais que um clássico, um verdadeiro hino pacifista com o passar dos anos.

Dessa forma, não cabe esmiuçar a faixa e achar incoerências entre o que diz a faixa e como o seu autor realmente pensava e viva. Como diz o biógrafo Philip Norman, o músico, que sempre foi inquieto e contestador, certamente acharia insuportável viver no mundo utópico de sua canção.

O que importa é ver que canção se tornou muito maior do que o próprio Lennon e se tornou sinônimo de canção pacifista. O fato dela ter aguentado tamanha superexposição, também comprova o talento de Lennon como melodista.





(Just Like) Starting Over

Depois de cinco anos longe dos estúdios, época em que principalmente se dedicou a criar seu filho Sean, Lennon voltou a gravar em 1980. Das sessões nasceram o álbum "Double Fantasy", na verdade um disco "de dupla", já que metade de suas faixas eram compostas e cantadas por sua esposa Yoko Ono.

"(Just Like) Starting Over", uma deliciosa, e nostálgica, canção otimista, sobre a ideia de recomeçar, foi o single escolhido para apresentar o disco. O músico surgia com ânimo renovado e bastante animado com a nova década, chegando até a cogitar um retorno aos palcos.

Infelizmente, não era para ser, já que cerca de três semanas depois do lançamento do disco ele foi assassinado. O vídeo abaixo foi feito apenas 13 dias antes de sua morte.