Depois de gerar muita antecipação com os inúmeros teasers, o duo Disclosure lança hoje (25) seu segundo álbum de estúdio "Caracal". Guy e Howard Lawrence explicam que o disco representa uma evolução em suas composições, comparado com o álbum de estreia "Settle", e eles inclusive se encarregaram pessoalmente de toda a produção, desde os contatos com os colaboradores até o agendamento das sessões de gravação e composição.
"O processo de composição é muito importante para nós", declarou Howard em entrevista à Rolling Stone. "Eu sinto que muitos desses artistas Dance não possuem a coesão que conseguimos", completou. Eles até mandam uma indireta aos artistas e produtores que trabalham com "compositores fantasmas" (profissionais que cedem os créditos aos artistas) na faixa "Jaded".
Leia a seguir os comentários de Howard e Guy para o site Pitchfork sobre o processo de produção e o que está por trás de cada canção do disco "Caracal".
"Nocturnal (Feat. The Weeknd)"
Sobre a parceria com o astro do momento, The Weeknd, os músicos explicaram que se surpreenderam com a postura do canadense ao conhecê-lo. "Nós éramos fãs uns dos outros há algum tempo. Não sabíamos como ele era como pessoa, mas ele acabou se mostrando seguro, de boa e descolado, mas não de um jeito arrogante", declarou Guy.
"A faixa é um tributo ao Frankie (Knuckles). Começamos criando a batida mais ou menos na época que ele morreu e queríamos colocar um pouco dele no disco. Então meio que o 'roubamos'", acrescentou o músico sobre a influência do clássico da House Music, "Your Love". "Colocá-la em primeiro na lista de faixas foi uma decisão ousada, mas ela dita o tom para o disco muito bem. É mais R&B, mais lenta e mais sobre a composição do que agitar a balada".
"Omen (Feat. Sam Smith)"
"Somos bem próximos do Sam (Smith) e compartilhamos o mesmo empresário, então não foi muito difícil para acertarmos as agendas. Enquanto pessoa, ele não mudou nada. É o mesmo Sam de quatro anos atrás", explicou Howard sobre a nova parceria com o agora super premiado Sam Smith, que estourou junto com eles no sucesso "Latch (Feat. Sam Smith)". "Todos nós melhoramos e temos muito mais experiência em compor com outras pessoas, assim como por conta própria. Nesse sentido, foi diferente".
"Holding On (Feat. Gregory Porter)"
"Estávamos falando sobre como as mais bem sucedidas canções de house e old garage geralmente eram baseadas em samples de faixas soul antigas, e como os melhores samples já tinham sido usados múltiplas vezes", revelou Howard.
"Nós pensamos: 'Bem, a única vantagem que temos sobre muitos dos outros produtores é que podemos compor uma canção de soul nós mesmos e depois usá-la como sample'. Então, primeiro gravamos uma música no piano, que era bem mais lenta e num tom diferente. Depois tiramos o vocal e a retrabalhamos como uma canção 'Disclosure', adicionando produção, substituindo o piano pelo sintetizador e mudando todos os acordes. Foi um experimento interessante e um jeito de compor bem agradável".
Hourglass (Feat. Lion Babe)"
Questionados se agiram mais como reveladores de talentos do que produtores ao decidirem trabalhar com os novatos do Lion Babe, Guy declarou: "Eles precisam ser bons o bastante para conseguirem se dar bem sozinhos. Não estamos aqui para ajudá-los, mas sim para fazer parte da mesma jornada. Assim como somos fãs de Lorde e The Weeknd, também somos fãs de Lion Babe. Não importa o quão grande eles sejam".
"Jiliian Hervey (vocalista) é uma baita estrela pop, somos grandes fãs de Erykah Badu e a voz dela nos lembra a da Eryka e essa faixa tem a mesma levada, apesar de ser uma das mais voltadas às baladas do disco", completou o irmão mais velho.
"Willing & Able (Feat. Kwabs)"
"Estávamos caçando vozes de soul para essa faixa e ele tem a maior voz soul de barítono que ouvimos há algum tempo. E essa é uma das minhas batidas favoritas que já criei. Nesse álbum, estava tentando fazer tudo o mais suingado possível, então chega a soar que a batida está fora de compasso", revelou Guy sobre a parceria com o conterrâneo Kwabs.
"Magnets (Feat. Lorde)"
Sobre a antecipada colaboração com Lorde, Howard disse que a parceria aconteceu de forma despretensiosa, quando as gravações do disco já estavam quase finalizadas.
"Nós tocamos com ela no BRIT Awards e sabíamos que ela era uma ótima cantora e era muito legal como pessoa também, o que foi bacana. Quando estávamos com o disco quase finalizado, recebemos esse telefonema dela dizendo que estava em Londres e queria vir no estúdio. Então, entramos nessa sem esperar muita coisa. Foi um processo rápido. A batida é mais hip hop do que todas as outras, e todos nós gostamos, então apenas começamos a escrever. Não tínhamos um roteiro de começo, foi tipo: 'Vamos fazer isso'". explicou.
"Jaded"
Explicando a mensagem que está por trás de Jaded, os garotos disseram: "Tem um monte de produtores e pessoas na indústria da música que levam crédito pelo trabalho de outros. Especialmente, grandes produtores. Eles têm uma canção que foi escrita por um cara, mixagem feita por outra pessoa e cantada por uma terceira, e a gente pensa: 'Bem, o que você fez de verdade?".
"Quero dizer, enquanto consumidor, se eu ouço alguém dizendo: 'Eu compus essa música', e depois descubro que não foi ele, é um grande desapontamento. Muitos dos caras que fazem isso são talentosos de verdade e já fizeram trabalhos incríveis, mas ficam viciados em ter sucesso, sentem muita pressão. Então, pegam outras pessoas para se certificarem que a nova música fará dinheiro. Acho que essa perda de confiança em si mesmo para fazer música é o significado de 'Jaded'".
"Good Intentions (Feat. Miguel)"
"Ele ser um sex symbol não era a coisa mais importante para nós, era mais seu tom de voz e sua música. Com certeza, ele já nasceu um astro pop, como o Sam Smith. Se você visse o Miguel andando pela rua e ele já não fosse famoso, você pensaria: 'Por que raios você não é famoso?'. Ele é ótimo para trabalhar, muito proativo. Ele é um cantor, mas é um artista e compositor muito talentoso também. Ele se envolveu de verdade, até na gravação dos vocais. Ele ajeitava todos os vocais até onde queria na mixagem".
"Superego (Feat. Nao)"
"Nós soubemos dela pela primeira vez, pois éramos grandes fãs do Jai Paul e seu irmão A.K. Paul, que fez uma faixa com ela chamada 'So Good', que adoramos. Então, marcamos uma sessão", revelou Guy sobre a escolha da londrina Nao. "Quando ouvimos músicas, agimos como fãs e queremos saber sobre o outro artista do ponto de vista de um fã, primeiramente".
"Echoes"
A penúltima faixa do disco é influenciada pela música de garagem dos anos 90, estilo que foi sucesso na Inglaterra, mas passou despercebido pelos irmãos, que na época eram crianças.
"Na faculdade, tínhamos um monte de amigos que curtiam grime e eu também fui em muitas raves de grime e dubstep. Depois de um tempo, os DJs começaram a tocar old house e garage de novo e nós não tínhamos a menor ideia quais músicas eram aquelas. Foi quando decidimos comprar todas essas coisas e aprender mais sobre. Só porque tínhamos dez anos de idade na época que surgiu, não significa que não podemos ouvir agora. Foi assim que entramos nessa e isso definitivamente se reflete em 'Echoes'".
"Masterpiece (Feat. Jordan Rakei)"
"A música se chama 'Masterpiece' porque estamos falando de uma obra prima, não porque a canção é uma obra prima", explicou Howard. Os irmãos explicaram que chegaram até o desconhecido Jordan Rakei através de um amigo que lhes indicou a página do cantor no Soundcloud.
"Um amigo do Guy o viu cantando em um bar na Austrália e nos mandou o link de seu Soundcloud. Nós adoramos a música e depois fomos em seu site que dizia: 'Acabei de me mudar para Londres'. Nós pensamos: 'Isso é conveniente'. Então compusemos 'Masterpiece' com ele e Jimmy (Napes)", revelou Howard.
Guy ainda seguiu dizendo: 'O EP dele é a coisa de neo-soul/hip hop/R&B que já ouvi há algum tempo. Para um cara banco da Austrália, ele soa como D'Angelo. Só reforça o fato de que fama não importa mesmo, você apenas tem que se bom para caramba".
Confira as letras, traduções e muito mais de Disclosure no Vagalume.
"O processo de composição é muito importante para nós", declarou Howard em entrevista à Rolling Stone. "Eu sinto que muitos desses artistas Dance não possuem a coesão que conseguimos", completou. Eles até mandam uma indireta aos artistas e produtores que trabalham com "compositores fantasmas" (profissionais que cedem os créditos aos artistas) na faixa "Jaded".
Leia a seguir os comentários de Howard e Guy para o site Pitchfork sobre o processo de produção e o que está por trás de cada canção do disco "Caracal".
"Nocturnal (Feat. The Weeknd)"
Sobre a parceria com o astro do momento, The Weeknd, os músicos explicaram que se surpreenderam com a postura do canadense ao conhecê-lo. "Nós éramos fãs uns dos outros há algum tempo. Não sabíamos como ele era como pessoa, mas ele acabou se mostrando seguro, de boa e descolado, mas não de um jeito arrogante", declarou Guy.
"A faixa é um tributo ao Frankie (Knuckles). Começamos criando a batida mais ou menos na época que ele morreu e queríamos colocar um pouco dele no disco. Então meio que o 'roubamos'", acrescentou o músico sobre a influência do clássico da House Music, "Your Love". "Colocá-la em primeiro na lista de faixas foi uma decisão ousada, mas ela dita o tom para o disco muito bem. É mais R&B, mais lenta e mais sobre a composição do que agitar a balada".
"Omen (Feat. Sam Smith)"
"Somos bem próximos do Sam (Smith) e compartilhamos o mesmo empresário, então não foi muito difícil para acertarmos as agendas. Enquanto pessoa, ele não mudou nada. É o mesmo Sam de quatro anos atrás", explicou Howard sobre a nova parceria com o agora super premiado Sam Smith, que estourou junto com eles no sucesso "Latch (Feat. Sam Smith)". "Todos nós melhoramos e temos muito mais experiência em compor com outras pessoas, assim como por conta própria. Nesse sentido, foi diferente".
"Holding On (Feat. Gregory Porter)"
"Estávamos falando sobre como as mais bem sucedidas canções de house e old garage geralmente eram baseadas em samples de faixas soul antigas, e como os melhores samples já tinham sido usados múltiplas vezes", revelou Howard.
"Nós pensamos: 'Bem, a única vantagem que temos sobre muitos dos outros produtores é que podemos compor uma canção de soul nós mesmos e depois usá-la como sample'. Então, primeiro gravamos uma música no piano, que era bem mais lenta e num tom diferente. Depois tiramos o vocal e a retrabalhamos como uma canção 'Disclosure', adicionando produção, substituindo o piano pelo sintetizador e mudando todos os acordes. Foi um experimento interessante e um jeito de compor bem agradável".
Hourglass (Feat. Lion Babe)"
Questionados se agiram mais como reveladores de talentos do que produtores ao decidirem trabalhar com os novatos do Lion Babe, Guy declarou: "Eles precisam ser bons o bastante para conseguirem se dar bem sozinhos. Não estamos aqui para ajudá-los, mas sim para fazer parte da mesma jornada. Assim como somos fãs de Lorde e The Weeknd, também somos fãs de Lion Babe. Não importa o quão grande eles sejam".
"Jiliian Hervey (vocalista) é uma baita estrela pop, somos grandes fãs de Erykah Badu e a voz dela nos lembra a da Eryka e essa faixa tem a mesma levada, apesar de ser uma das mais voltadas às baladas do disco", completou o irmão mais velho.
"Willing & Able (Feat. Kwabs)"
"Estávamos caçando vozes de soul para essa faixa e ele tem a maior voz soul de barítono que ouvimos há algum tempo. E essa é uma das minhas batidas favoritas que já criei. Nesse álbum, estava tentando fazer tudo o mais suingado possível, então chega a soar que a batida está fora de compasso", revelou Guy sobre a parceria com o conterrâneo Kwabs.
"Magnets (Feat. Lorde)"
Sobre a antecipada colaboração com Lorde, Howard disse que a parceria aconteceu de forma despretensiosa, quando as gravações do disco já estavam quase finalizadas.
"Nós tocamos com ela no BRIT Awards e sabíamos que ela era uma ótima cantora e era muito legal como pessoa também, o que foi bacana. Quando estávamos com o disco quase finalizado, recebemos esse telefonema dela dizendo que estava em Londres e queria vir no estúdio. Então, entramos nessa sem esperar muita coisa. Foi um processo rápido. A batida é mais hip hop do que todas as outras, e todos nós gostamos, então apenas começamos a escrever. Não tínhamos um roteiro de começo, foi tipo: 'Vamos fazer isso'". explicou.
"Jaded"
Explicando a mensagem que está por trás de Jaded, os garotos disseram: "Tem um monte de produtores e pessoas na indústria da música que levam crédito pelo trabalho de outros. Especialmente, grandes produtores. Eles têm uma canção que foi escrita por um cara, mixagem feita por outra pessoa e cantada por uma terceira, e a gente pensa: 'Bem, o que você fez de verdade?".
"Quero dizer, enquanto consumidor, se eu ouço alguém dizendo: 'Eu compus essa música', e depois descubro que não foi ele, é um grande desapontamento. Muitos dos caras que fazem isso são talentosos de verdade e já fizeram trabalhos incríveis, mas ficam viciados em ter sucesso, sentem muita pressão. Então, pegam outras pessoas para se certificarem que a nova música fará dinheiro. Acho que essa perda de confiança em si mesmo para fazer música é o significado de 'Jaded'".
"Good Intentions (Feat. Miguel)"
"Ele ser um sex symbol não era a coisa mais importante para nós, era mais seu tom de voz e sua música. Com certeza, ele já nasceu um astro pop, como o Sam Smith. Se você visse o Miguel andando pela rua e ele já não fosse famoso, você pensaria: 'Por que raios você não é famoso?'. Ele é ótimo para trabalhar, muito proativo. Ele é um cantor, mas é um artista e compositor muito talentoso também. Ele se envolveu de verdade, até na gravação dos vocais. Ele ajeitava todos os vocais até onde queria na mixagem".
"Superego (Feat. Nao)"
"Nós soubemos dela pela primeira vez, pois éramos grandes fãs do Jai Paul e seu irmão A.K. Paul, que fez uma faixa com ela chamada 'So Good', que adoramos. Então, marcamos uma sessão", revelou Guy sobre a escolha da londrina Nao. "Quando ouvimos músicas, agimos como fãs e queremos saber sobre o outro artista do ponto de vista de um fã, primeiramente".
"Echoes"
A penúltima faixa do disco é influenciada pela música de garagem dos anos 90, estilo que foi sucesso na Inglaterra, mas passou despercebido pelos irmãos, que na época eram crianças.
"Na faculdade, tínhamos um monte de amigos que curtiam grime e eu também fui em muitas raves de grime e dubstep. Depois de um tempo, os DJs começaram a tocar old house e garage de novo e nós não tínhamos a menor ideia quais músicas eram aquelas. Foi quando decidimos comprar todas essas coisas e aprender mais sobre. Só porque tínhamos dez anos de idade na época que surgiu, não significa que não podemos ouvir agora. Foi assim que entramos nessa e isso definitivamente se reflete em 'Echoes'".
"Masterpiece (Feat. Jordan Rakei)"
"A música se chama 'Masterpiece' porque estamos falando de uma obra prima, não porque a canção é uma obra prima", explicou Howard. Os irmãos explicaram que chegaram até o desconhecido Jordan Rakei através de um amigo que lhes indicou a página do cantor no Soundcloud.
"Um amigo do Guy o viu cantando em um bar na Austrália e nos mandou o link de seu Soundcloud. Nós adoramos a música e depois fomos em seu site que dizia: 'Acabei de me mudar para Londres'. Nós pensamos: 'Isso é conveniente'. Então compusemos 'Masterpiece' com ele e Jimmy (Napes)", revelou Howard.
Guy ainda seguiu dizendo: 'O EP dele é a coisa de neo-soul/hip hop/R&B que já ouvi há algum tempo. Para um cara banco da Austrália, ele soa como D'Angelo. Só reforça o fato de que fama não importa mesmo, você apenas tem que se bom para caramba".
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