Blur - The Magic Whip
Blur
Blur The Magic Whip
Eis um disco que ninguém mais achava que ia sair. Ainda que o Blur tenha se reunido em 2009 e em 2012 para uma série de shows, sempre que perguntados sobre um novo álbum, as respostas eram, na melhor das hipóteses evasivas.

Na verdade, esse "The Magic Whip" por pouco não saiu, afinal sua gênese está nas sessões que a banda fez em 2013 em Hong Kong quando o grupo se viu obrigado a passar uma semana no país depois que uma série de shows no Japão foram cancelados.

Quando algum integrante da banda era inquirido sobre essas sessões, eles sempre respondiam que gravaram apenas jams e que nada de aproveitável podia ser tirado dali. Para a sorte dos fãs, o guitarrista Graham Coxon reouviu o material daquelas sessões e sentiu que havia um disco ali.

Blur
Ele perguntou para o vocalista Damon Albarn se podia tentar resgatar algo dali e, com o auxílio do produtor Stephen Street e dos outros dois integrantes do quarteto, pôs-se a trabalhar. Coxon de fato conseguiu organizar um disco completo.

Ele mostrou o resultado para Albarn que gostou do que ouviu e passou a criar letras e melodias para as novas faixas. Apesar dessa gestação intrincada, "The Magic Whip" não soa como um disco feito no improviso.

Obviamente, ele não nega sua vocação experimental, mas não temos aqui um daqueles trabalhos que só os fãs mais radicais, e própria banda, irão gostar.

"The Magic Whip" remete mais aos discos finais da banda, do que aos álbuns que fizeram deles uma das principais bandas do rock britânico no meio da década de 90. Por outro lado, quase tudo aqui soa melódico, bem arranjado e, até onde isso é possível, pop. mas convém dizer que esse é um daqueles álbuns que precisam ser ouvidos com atenção e por mais de uma vez para que todos seus segredos sejam revelados.

No final, o que importa, é ver que mesmo depois de anos e anos sem lançar nada de novo, o Blur retornou não só com um trabalho forte, como um que faz prever um segundo ato brilhante para os quase cinquentões.

Ouça "Lonesome Street" com o Bur presente no álbum "The Magic Whip".





Zac Brown Band - Jekyl + Hyde
Zac Brown Band
Zac Brown Band Jekyll + Hyde
Apesar de estar ligado ao mundo da música country, Zac Brown é um daqueles raros privilegiados que conseguem não só escapar da linha de montagem que padroniza quase toda a música de raiz americana que chega ao mainstream, como também ter fãs dentro de outros universos musicais.

Prova disso está nesse quarto disco da Zac Brown Band que tem as participações de Chris Cornell do Soundgarden e Sara Bareilles e conta com Cee Lo Green entre seus produtores.

Apesar disso, não se enganem, ainda que ele se aventure pelo rock ou o pop de arena, "Jekyl + Hyde" é em sua essência um disco de música country - um bom disco diga-se. Se essa é a sua onda pode ouvir que vale a pena. Para quem não tem muita intimidade com o gênero e quer começar a melhor conhecê-lo ele também é uma boa pedida.

Ouça "Homegrown" com a Zac Brown Band presente no álbum "Jekyl + Hyde"





Bill Fay - Who Is The Sender
Bill Fay
Bill Fay Who Is The Sender?
A história de Bill Fay mostra que ainda há espaço para a magia e o mistério nos dias de hoje. A história dele é fascinante. Nos anos 70 ele gravou dois discos com belas e delicadas canções que lamentavelmente não encontraram um público. Ao invés de ficar dando murro em ponta de faca, o inglês simplesmente desistiu da carreira e foi tocar a sua vida.

As coisas começaram a mudar em 1998 quando seus dois discos foram relançados em CD, e aí sim, começaram a achar uma audiência. O engraçado é que praticamente nada se sabia dele - aliás até hoje as informações são poucas.

Bill Fay
Bill Fay O cantor nos anos 70
Por conta disso um crítico deduziu que ele havia morrido, especialmente depois de ver a imagem dele na capa de seu segundo álbum. Qual não foi a surpresa do jornalista quando o próprio Fay ligou para ele, agradecendo pela resenha positiva e também para avisar que estava vivo bem, e ainda compondo.

Ainda assim, Bill Fay só foi voltar a gravar em 2012 quando lançou o belíssimo "Life is People" que, merecidamente, entrou em várias listas de grandes discos daquele ano. Sendo assim, é ótimo saber que ele segue compondo e gravando

Prova disso está no recém-lançado "Who Is The Sender", um disco tão ou mais bonito que seu antecessor e recomendado para quem busca algo mais que mero entretenimento escapista na hora de ouvir um disco.

Ouça "War Machine" com Bill Fay presente no álbum "Who Is The Sender"