SOJA - Amid The Noise And Haste
SOJA (Soldiers of Jah Army)
SOJA (Soldiers of Jah Army) Amid The Noise And Haste
Há mais de uma década que esse octeto americano é um dos maiores, pra não dizer o maior, divulgadores do reggae de raiz em todo o mundo.

Liderados pelo vocalista e guitarrista Jacob Hemphill, a banda construiu nesses anos todos uma discografia sólida e conquistou uma base fiel de fãs sempre disposta a ouvir o que eles têm a dizer.

"Amid The Noise And Haste" já é o sexto disco da banda e promete agradar bastante os fãs de reggae e dub, mas não só.

Uma das razões para isso está na escolha de Supa Dups para produzir o álbum. O jamaicano Dups já trabalhou com inúmeros pesos pesados do mundo da música - Bruno Mars, Eminem e Rihanna entre eles - e escolheu esse para ser o primeiro projeto produzido por ele.

SOJA (Soldiers of Jah Army)
SOJA (Soldiers of Jah Army) (Foto: Eric Ryan Anderson)
Felizmente, ele soube dar uma lado mais pop e moderno para banda sem descaracterizá-la - basicamente o que se espera nesse tipo de união.

Dessa forma, o álbum resultante acaba se mostrando um disco que soa pop e moderno, mas que é acima de tudo, um álbum de reggae de raiz, ainda que longe da ortodoxia.

Cheio de letras politizadas, excelentes levadas de baixo e bateria e uma boa leva de participações especiais de respeito - Michael Franti e Damian Marley entre eles, "Amid The Noise And Haste" irá agradar não só os fãs de carteirinha, como também mostra potencial para que eles ampliem consideravelmente a sua audiência.

No vídeo abaixo você escuta uma amostra de todas as faixas de "SOJA





The Gaslight Anthem - Get Hurt
The Gaslight Anthem
The Gaslight Anthem Get Hurt
Já tem um tempo que o Gaslight Anthem é uma grande promessa. O som da banda - uma mistura de Bruce Springsteen com o punk do Social Distortion acrescido de uma pitada de rock de arena - é forte e populista o bastante para atingir as massas. Tanto que chega a ser estranho notar que eles ainda não estão tocando em arenas e estádios ao redor do mundo.

Essa situação talvez mude agora com esse "Get Hurt", de longe, o álbum mais pop já gravado por eles, e essa guinada poderá causar estranheza nos fãs mais antigos.

O fato é que um ouvinte mais desavisado ao ouvir algumas faixas desse álbum poderá até ter a impressão de estar ouvindo uma nova música do The Killers (vide ""), mas é só escutar o disco com mais calma para ver que tudo que fez da banda de Brian Fallon um nome respeitadíssimo, continua ali, ainda que por vezes sob uma nova moldura.

The Gaslight Anthem
Se você nunca os ouviu e gosta de bandas como Kings Of Leon ou Foo Fighters - ou mesmo de bandas como o U2 - certamente achará muita coisa nesse álbum que será de seu agrado.

A expectativa agora é a de saber como será o desempenho do trabalho nas paradas de sucesso - especialmente na da Grã Bretanha onde eles têm muitos fãs.

Por lá, existe mesmo a probabilidade de que ele finalmente consiga desbancar o onipresente "X" de Ed Sheeran do primeiro lugar. Será que eles conseguem? No final deste domingo saberemos.

Ouça "Rollin' and Tumblin'" com o Gaslight Anthem presente no álbum "Get Hurt"





Sinéad O' Connor - I'm Not Bossy...
Sinéad O'Connor
Sinéad O'Connor I'm Not Bossy, I'm The Boss
Esse já é o décimo álbum da cantora irlandesa que despontou no final dos anos 80 e atingiu o ápice do sucesso em 1991, com o álbum " I Do Not Want What I Haven't Got" e principalmente o hit "Nothing Compares 2 U".

Depois disso, ela, infelizmente, acabou chamando mais a atenção por sua capacidade de causar polêmica do que por seus discos e sua voz, uma das mais belas da história do pop.

Talvez essa sina mude com "I'm Not Bossy, I'm The Boss", um trabalho forte e maduro, que tem tudo para reviver a sua carreira comercial.

O disco tem seguramente as melhores canções compostas e gravadas por ela em mais de vinte anos e também mostra que a cantora não perdeu o poder de provocar, a começar pela capa, que traz a artista em um vestido pra lá de sexy, e uma peruca negra.

Sinéad O'Connor
A imagem surpreende porque, não faz muito tempo, vários sites de celebridades postaram fotos dela com legendas ao estilo "vejam só como ela engordou" e coisas do tipo.

Sendo assim, parece óbvio que a foto serve não só como resposta a esse tipo de intriga, como também funciona como um comentário bem-humorado à indústria da música que usa e abusa da sensualidade das cantoras para alavancar as vendas. Para a mais recente edição norte-americana da Billboard ela falou
um pouco sobre o conceito por trás da imagem.

Para ela, a indústria da música é formada por cafetões e prostitutas, e um dia você descobre que fazia parte do segundo grupo sem jamais ter notado. Ela então completa: "Bom, eu sou um p* , mas posso fazer algo com isso, como botar um vestido de látex e uma peruca e dessa forma chamar mais a atenção para o trabalho do que colocasse a minha 'cabeça careca de ET' ali."

Sinéad O'Connor letras
O título do álbum também merece destaque. Podendo ser traduzido livremente por algo como "eu não sou mandona, sou eu quem mando", ele mostra que O'Connor está mais do que engajada na campanha pelo banimento da palavra "bossy" - considerada sexista e extremamente nociva para as mulheres, especialmente as mais jovens.

Enfim, o disco certamente está entre os melhores do ano e poderá muito bem dar a Sinéad o troféu de "ressurreição de 2014". Se você há tempos não escuta nada dela, ou se só a conhece por "Nothing Compares 2 U", corra para ouvi-lo o quanto antes.

Ouça "Take Me To The Church", com Sinéad O' Connor, do álbum "I'm Not Bossy..."