"Definitely Maybe" - 1994
Mais do que simplesmente disco que lançou os irmãos Gallagher, a estreia do Oasis é um dos mais importantes discos do rock inglês. O álbum chegou na hora certa, já que muita gente precisava dele. Senão vejamos:
Alan Mcgee, descobridor da banda e chefe de selo Creation, precisava de uma banda que desse não só prestígio, mas também dinheiro já que naquele momento o selo estava mal das pernas, apesar de contar com um time de respeito do rock independente. Primal Scream, Teenage Fanclub, Ride e o My Bloody Valentine, que quase afundou o selo ao gastar uma pequena fortuna para gravar o disco "Loveless", de 1992.
O público inglês tinha bandas locais como Suede e mesmo o renovado Blur para curtir, mas na época as paradas inglesas e mundiais estavam mesmo tomadas pelo grunge norte-americano.
A imprensa também buscava alguém que curtisse falar o que desse na cabeça, sem medo de polemizar e assim vender mais jornais e revistas.
Com tudo isso, fica claro que quando a banda de Manchester lançou seu disco, encontrou uma enorme boa vontade por parte de todos os envolvidos. Mas isso de nada adiantaria se o grupo não entregasse um material à altura do que era esperado deles.
Felizmente, Noel Gallagher, estava em sua fase inspirada, e Liam era jovem e cantava com força e convicção.
Em agosto de 1994, "Definitely Maybe" apresentou o Oasis para o mundo (a Inglaterra já os conhecia de shows, hype e pelos singles "Supersonic", "" e daquela que se tornaria o maior hit do álbum, "Live Forever". Em suas 12 faixas (13 no vinil), o disco mostra o padrão que a banda seguiria nos anos seguintes: influências dos Beatles, Slade, The Jam, The Smiths, Stone Roses e Sex Pistols aliadas a letras não muito elaboradas, mas que ganham força e significado quando entoadas por multidões.
Some a isso o talento nato para criar melodias de Noel, um compositor sem o menor problema em criar músicas "pra cima" e que possam ser ouvidas pelo maior número possível de pessoas, mesmo que possa cair vez ou outra em certo messianismo e você tem o chamado disco perfeito, onde praticamente nenhuma faixa é descartável.
Nessa época, além dos Gallagher, a banda tinha Paul 'Bonehead' Arthurs na guitarra, Paul McGuigan no baixo e Tony McCarroll na bateria.
Relembre os maiores sucessos do disco:
"Cigarettes & Alcohol"
"Live Forever"
"Rock 'n' Roll Star"
"Slide Away"
"Supersonic"
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"What's the Story Morning Glory" - 1995
Se a Inglaterra já estava ganha com o público britânico renovando seu interesse pelas suas bandas, os Estados Unidos seguiam com razoável indiferença. O fato é que vencer na América não é fácil. É preciso excursionar sem parar e não só pelos grandes centros, fazer promoções com rádios e estar disposto a aguentar um estilo de vida desgastante (e por vezes decadente).
O Oasis resolveu peitar o desafio, mas antes disso partiu para gravar o que viria a ser não só o maior sucesso da banda, como um dos discos mais vendidos em todos os tempos em seu país natal: "What's the Story Morning Glory".
O álbum foi precedido por dois compactos. "Some Might Say" ainda hoje é uma das melhores canções da banda, ainda que há tempos não seja tocada nas turnês, e tinha ainda um lado b poderoso em "". Com "Roll With It", o grupo colocou de vez seu nome na história do rock. Nem tanto pela canção, hoje até meio esquecida, mas pelo que ficou conhecida como a "batalha do britpop".
Na verdade o Oasis já tinha marcado o dia 14 de agosto de 1995 para o lançamento do compacto. A gravadora do Blur, então a única a fazer frente e dividir fãs com o Oasis, resolveu antecipar a data do lançamento de "Country House" para a mesma data. A jogada foi esperta já que por umas duas semanas esse foi o assunto que dominou as conversas, levando o tema até para os noticiários nacionais.
No fim, o Blur levou a melhor, o que era até meio previsível. "Country" House tinha mais apelo e foi lançado em duas partes, algo que o Oasis se recusava a fazer. Explicando: nos anos 90 era comum um artista lançar um compacto em duas versões, com faixas extras diferentes em cada um deles.
Mas pra usar o clichê da época, o Oasis perdeu a batalha, mas ganhou a guerra. Quando "What's the Story Morning Glory" saiu, não teve pra ninguém e o disco foi o grande blockbuster da temporada. Curiosamente, a crítica a princípio se mostrou meio cética, reclamando de uma certa repetição e de letras cada vez mais sem sentido. O público por sua vez não ligou e levou a banda cada vez mais para cima. O sucesso foi consolidado com "Wonderwall", a música que os tornou de fato conhecidos em todo o planeta (e também nos EUA).
Por conta disso, o ano de 1996 acabou sendo o da Oasismania, com a banda lotando ginásios e estádios mundo afora. Já na Grã Bretanha, nem estádios mais estavam dando conta e a banda começou a se apresentar em parques e campos. O ponto culminante foram os shows em Knebworth. Duas apresentações vistas por um total de 250 mil pessoas.
"Morning Glory" trás outros hits que marcaram a carreira da banda como "Don't Look Back In Anger" e "Champagne Supernova". Na formação, a entrada de Alan White no lugar de McCarroll na bateria.
Relembre os sucessos do disco:
"Champagne Supernova"
"Don't Look Back In Anger
"Morning Glory"
"Some Might Say"
"Wonderwall"
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"Be Here Now" - 1997
Ou a época do bode. Depois dos recordes quebrados, as expectativas estavam todas voltadas para os irmãos Gallagher e sobre o que eles iriam trazer na sequência. Provavelmente nenhum disco foi tão antecipado como este na década de 90, e a ansiedade era grande.
O primeiro single "D'You Know What I Mean?", entregava que basicamente teríamos mais do mesmo (Noel foi o primeiro a dizer que os acordes dela e de "Wonderwall" não eram lá muito diferentes), só que com um volume bem mais alto.
Dessa vez por via das dúvidas, a imprensa resolveu se prevenir e cobriu o disco de elogios. Chega a ser irônico agora olhar as revistas da época recheados de resenhas com 5 estrelas e notas 9 ou 10, para um disco que claramente mostrava uma banda acreditando perigosamente em tudo o que diziam sobre eles.
Passado o barulho, público, crítica (e a própria banda mais tarde), veriam que o disco não era dos melhores, apesar dele ter um bom punhado de canções, como "Stand By Me", "All Around The World" e a faixa título.
Hoje em dia, Noel fala sobre o período, lembrando que logo após o sucesso de "Morning Glory" a banda toda estava usando muita cocaína e que ele compôs as músicas praticamente em cima da hora. Ainda assim, o disco vendeu bastante e consolidou o nome da banda, ainda que nunca mais eles tenham feito o mesmo sucesso nos Estados Unidos dos anos anteriores.
Foi com a turnê desse disco que a banda passou pela primeira vez no Brasil. Foram dois shows em 1998.
Relembre os sucessos do disco:
"All Around The World"
"Be Here Now"
"D'You Know What I Mean?"
"Don't Go Away"
"Stand By Me"
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"Standing on the Shoulder of Giants" - 2000
Aqui a crise se instalou de vez. Bonehead e McGuigan abandonaram o barco deixando com Noel a tarefa de tocar praticamente tudo no disco. "Standing" é considerado por muitos o disco mais fraco da banda e também foi o que menos vendeu, ainda que na Inglaterra ele tenha vendido mais de 300 mil cópias, provando que ao menos por lá eles sempre seriam reis.
Na verdade, "Standing" não chega a ser um disco ruim. Músicas como a instrumental "Fuckin' In The Bushes" (desde então usada sempre como o tema de entrada da banda no palco) ou "Who Feels Love?" mostram o grupo saindo um pouco do lugar comum e as duas faixas com os vocais de Noel estão entre as melhores da carreira da banda.
O álbum também marcou a estreia de Liam como compositor em "Little James", que se não era nenhuma obra-prima, ao menos deu confiança para o cantor que no futuro já estaria tendo suas composições lançadas como singles, algo inimaginável alguns anos antes.
Relembre os sucessos do disco:
"Go Let It Out"
"Little James"
"Sunday Morning Call"
"Where Did It All Go Wrong?"
"Who Feels Love?"
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"Heathen Chemistry" - 2002
"Heathen Chemistry" marcou um novo início para o Oasis. A entrada de Andy Bell, antigo guitarrista de uma das grandes bandas inglesas dos últimos tempos, o Ride, no baixo e de Gem Archer (ex Heavy Stereo) na guitarra, trouxe novos ares para a banda. Noel agora já não era mais o controlador de antes e deixou parte das composições a cargo de seu irmão e dos novos membros.
Musicalmente o disco não trazia nenhuma inovação e ele foi recebido com frieza pela imprensa. O público, tirando o inglês claro, também não se impressionou muito. Nos Estados unidos ele não passou do 23° lugar.
Apesar de ser um disco negligenciado pelo público e banda, tem também um bom número de canções dignas e é um álbum que se revela mais interessante quando reouvido após alguns anos de seu lançamento. Os maiores destaques ficam para "Stop Crying Your Heart Out", "Little By Little" e a boa composição de Liam em "Songbird".
Relembre os sucessos do disco:
"Little By Little"
"She Is Love"
"Songbird"
"Stop Crying Your Heart Out"
"The Hindu Times"
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"Don't Believe the Truth" - 2005
Foram precisos dez anos para que o Oasis finalmente lançasse um disco a altura dos seus dois primeiros álbuns. "Don't Believe the Truth" não é exatamente revolucionário e nem uma grande obra-prima, mas é um disco bem feito, pensado e trabalhado. Após anos tentando ser os Beatles, parece que aqui eles se ligaram que o modelo a ser seguido era o dos Rolling Stones. Ou seja, trabalhar em cima de mais ou menos os mesmos elementos se esforçando (ou torcendo?) para que o arroz com feijão saia bem feito.
O disco foi mais uma vez número 1 na Inglaterra, mas também cravou um respeitoso 12° lugar na parada americana e gerou uma série de bons singles como "Lyla", "Let There Be Love" e o melhor deles, "The Importance of Being Idle".
Este disco também marcou a saída de Alan White após uma década com a banda. Para o álbum e também nos shows quem assumiu o posto foi Zach Starkey, filho de Richard Starkey, mais conhecido como Ringo Starr. Por falar em turnês, essa também passou pelo Brasil, a segunda vez nessa década (em 2001 eles fizeram show único no terceiro Rock in Rio).
Relembre os sucessos do disco:
"Let There Be Love"
"Lyla"
"Mucky Fingers"
"The Importance of Being Idle"
"The Meaning of Soul"
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B-sides e "The Masterplan"
O Oasis, especialmente no início, costumava valorizar os seus compactos. Ao invés de botarem qualquer bobeira, remix ou faixa ao vivo como bônus, Noel Gallagher muitas vezes "desperdiçava" grandes músicas em seus singles. Hoje em dia ele mesmo ri dessa atitude, ao dizer que não acredita que tenha usado uma canção como "Acquiesce", que hoje em dia ele daria um braço para escrever, como b-side (a declaração foi dada à revista Mojo).
No auge da Oasismania, ir atrás dos singles da banda era quase obrigação, já que eles traziam algumas novas canções para se ouvir enquanto o novo disco não saía. Parte dessas músicas foram compiladas em 1998 no disco "The Masterplan". Alguns fãs acham esse o melhor disco do grupo, e eles não deixam de ter razão afinal, o disco está cheio de músicas que poderiam ser hits. Mas quem for atrás do que ficou de fora ainda vai se deliciar com muitas outras músicas ótimas.
Entre essas, vale destacar "Whatever", um lado A de single que não saiu em disco nenhum, "Step Out" com um plágio nada discreto de "" de Stevie Wonder (graças a isso, Noel e Stevie se tornaram "parceiros"), "(As Long As They've Got) Cigarettes In Hell" e "Let's All Make Believe", que segundo a revista Q, teria melhorado bastante "Standing in the Shoulder of Giants" se tivesse entrado nele.
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"Dig Out Your Soul" - 2008
O mais recente disco da banda nasceu de forma complicada. Liam Gallagher mais uma vez resolveu sumir no meio das gravações e a banda se viu obrigada a colocar material claramente inferior no disco para poder cumprir o prazo de lançamento. Mas apesar dos tropeços, "Dig Out Your Soul" é um bom disco, daqueles que se não ajuda a trazer novos fãs para o grupo pelo menos não decepciona os seguidores de longa data.
Canções como "Bag It Up", "The Shock Of The Lightning" e "The Turning" mostram que apesar de muitos já terem surgido desde então (e é praticamente impossível achar alguma banda indie inglesa que não deva algo a eles) os Gallagher ainda estão com seu posto assegurado onde quer que vão. Quem conferiu os recentes shows deles por aqui que o diga.
Relembre os sucessos do disco:
"Bag It Up"
"Falling Down"
"I'm Outta Time"
"The Shock Of The Lightning"
"Waiting For The Rapture"
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O Britpop
A chamada "era de ouro" do britpop foi entre 1993 e 1997. Claro que algumas bandas já estavam abrindo o caminho um pouco antes e outras ajudaram a sedimentar o momento (enquanto um terceiro grupo de grupos mais novos ajudaram a carregar o legado). Aqui lembramos alguns nomes.
Stone Roses
Deveriam ter sido o que o Oasis foi. Há 20 anos lançaram um dos discos mais celebrados e influentes do rock inglês. Tinham um vocalista carismático na figura de Ian Brown e em John Squire um guitarrista talentoso e ótimo compositor. Infelizmente se meteram em brigas com a gravadora e só lançaram o segundo disco no fim de 1994, quando o Oasis já tinha chegado. Acabaram logo depois, e uma turnê de volta deles é tão sonhada pelos ingleses quanto a reunião do Led Zeppelin ou Pink Floyd, ainda que sejam relativamente desconhecidos nos EUA e Brasil.
Charlatans
Ou, os bravos guerreiros. Surgiram na mesma época dos Stone Roses e com som semelhante. Ficaram no ostracismo durante o grunge e em 1995 voltaram às paradas. Perderam seu tecladista Rob Collins em um acidente de carro, mas seguiram em frente. Nessa década eles chegaram a tocar no Brasil (em 2002) e enveredaram pela soul music. Voltaram a um som mais básico e a exemplo do Radiohead também ofereceram seu último disco como download gratuito.
Teenage Fanclub
É quase impossível achar alguém que ouça esses escoceses e não vire fã. Kurt Cobain era um deles. O TFC no começo estava com os olhos mais virados para a América, como sua estreia de 1990 deixa clara. Seu disco de 1992 "Bandwagonesque" foi eleito o número 1 do ano pela revista Spin (atrás dele estava o "Nevermind" do Nirvana) e só não foi um mega estouro porque a gravadora não colaborou. No auge do britpop lançaram dois discos ("Grand Prix" de 1995 é o mais indicado) e sedimentaram sua posição de banda querida e cult, mesmo que nunca tenham vendido muito.
Manic Street Preachers
Estes galeses surgiram em 1990 e pareciam mais uma versão destrambelhada e juvenil do Guns 'n Roses. Os Manics atingiram a maturidade e foram respeitados com seu terceiro disco, "The Holy Bible", um dos discos mais amargos e depressivos que já se ouviu. Pouco depois das gravações o letrista e dublê de guitarristas Richey James literalmente desapareceu para nunca mais aparecer. A banda ficou desnorteada mas resolveu continuar. O primeiro disco da nova fase, "Everything Must Go", é um dos melhores de uma banda britânica na década e "A Design For Life" é música obrigatória em qualquer compilação de britpop. Em seu disco mais recente musicaram os últimos poemas de Richey no elogiado "Journal for Plague Lovers".
Blur
Os maiores rivais do Oasis, mas a se julgar pelo primeiro disco deles, "Leisure" de 1991, era mais fácil vê-los como um dos últimos grupos da geração anterior. A mudança veio em 1993 com "Modern Life is Rubbish", com suas influências de bandas tipicamente britânicas como os Kinks, e letras focadas no estilo de vida inglês anteciparam a volta o "orgulho bretão". "Parklife" de 1994 dividiu as atenções com a estreia do Oasis naquele ano e foram a segunda banda mais popular da época em seu país natal. Também foram os primeiros a notar que o britpop já estava passando e inteligentemente mudaram de direção em 1997, abrindo os ouvidos para os sons que viam da América. A mudança finalmente rendeu um hit mundial: "Song 2". Logo depois, o vocalista Damon Albarn se daria ainda melhor ao criar os Gorillaz. As tensões com o guitarrista Graham Coxon se acentuaram e ele saiu. A banda ainda lançou mais um disco e aparentemente estava acabada. Mas em 2009, eles resolveram colocar as diferenças pra trás e se reuniram para alguns shows.
SUEDE
Em 1992 saíram na capa do semanário Melody Maker com a chamada : "A melhor banda da Inglaterra". O detalhe é que o grupo não tinha sequer uma música lançada (não se esqueçam de que estamos numa época pré-MP3). O que diferenciava o Suede das outras bandas da época, era a maior influência de David Bowie em seu som e a sexualidade dúbia de seu vocalista Brett Anderson (frase clássica: "sou um bissexual que nunca teve uma relação homossexual"), que contrastava com a presença máscula dos Gallagher e seus hinos cantados por hooligans. Ficaram meio pra escanteio no meio dos anos 90 e no final da década a banda terminou.
PULP
A banda mais cerebral e divertida de todo o britpop. Na verdade, o Pulp já era veteraníssimo, tendo surgido em 1979. Por anos Jarvis Cocker sonhou em se tornar uma celebridade até que em 1995 ele finalmente conseguiu. Sua figura desengonçada e sarcástica é uma das coisas mais marcantes do período e pelo menos três discos são antológicos: "His 'n Hers", "Different Class" e "This is Hardcore". O último trabalho, "We Love Life", saiu em 2001 e foi pouco ouvido, levando a banda a acabar. Desde então, Jarvis Cocker já lançou dois discos solo e continua sendo cult.
Super Furry Animals
Ou os malucos da cena. Vieram do País de Gales e seus discos trazem milhões de estilos e influências (não a toa estão entre as bandas preferidas do Pato Fu), sem nunca abandonar o tino para criar boa música pop. Foram pioneiros ao lançar um dos primeiros álbuns em DVD e continuam fazendo bons discos ("Love Kraft" foi gravado em parte no Brasil). O vocalista Gruff Rhys trouxe em 2008 seu projeto paralelo Neon Neon ao país.
Elastica
Justin Frischmann era filha de família rica e foi uma das "namoradinhas do britpop" (Sonya Madan do Echobelly e Louise Wener do Sleeper também brigavam pelo posto). Mas Justine tinha um "currículo" mais respeitável, tendo tido casos com Brett Anderson e Damon Albarn (diz a lenda que um deixava mordidas estratégicas no corpo dela para que o outro visse). Lançaram um bom disco de estreia e fizeram sucesso no mundo todo com "Connection". Demoraram a lançar o sucessor e quando ele saiu, já em 2000, ninguém deu muita bola.
Supergrass
Começaram muito jovens e o hit "Alright" virou mania, trazendo a banda até para o Brasil. Mostraram que não era moda passageira com "In It For The Money", do segundo disco de 1997. Ainda estão juntos e talvez façam uma excursão pelo Brasil ao lado dos amigos e fãs do Cachorro Grande.
Mais do que simplesmente disco que lançou os irmãos Gallagher, a estreia do Oasis é um dos mais importantes discos do rock inglês. O álbum chegou na hora certa, já que muita gente precisava dele. Senão vejamos:
Alan Mcgee, descobridor da banda e chefe de selo Creation, precisava de uma banda que desse não só prestígio, mas também dinheiro já que naquele momento o selo estava mal das pernas, apesar de contar com um time de respeito do rock independente. Primal Scream, Teenage Fanclub, Ride e o My Bloody Valentine, que quase afundou o selo ao gastar uma pequena fortuna para gravar o disco "Loveless", de 1992.
O público inglês tinha bandas locais como Suede e mesmo o renovado Blur para curtir, mas na época as paradas inglesas e mundiais estavam mesmo tomadas pelo grunge norte-americano.
A imprensa também buscava alguém que curtisse falar o que desse na cabeça, sem medo de polemizar e assim vender mais jornais e revistas.
Com tudo isso, fica claro que quando a banda de Manchester lançou seu disco, encontrou uma enorme boa vontade por parte de todos os envolvidos. Mas isso de nada adiantaria se o grupo não entregasse um material à altura do que era esperado deles.
Felizmente, Noel Gallagher, estava em sua fase inspirada, e Liam era jovem e cantava com força e convicção.
Em agosto de 1994, "Definitely Maybe" apresentou o Oasis para o mundo (a Inglaterra já os conhecia de shows, hype e pelos singles "Supersonic", "" e daquela que se tornaria o maior hit do álbum, "Live Forever". Em suas 12 faixas (13 no vinil), o disco mostra o padrão que a banda seguiria nos anos seguintes: influências dos Beatles, Slade, The Jam, The Smiths, Stone Roses e Sex Pistols aliadas a letras não muito elaboradas, mas que ganham força e significado quando entoadas por multidões.
Some a isso o talento nato para criar melodias de Noel, um compositor sem o menor problema em criar músicas "pra cima" e que possam ser ouvidas pelo maior número possível de pessoas, mesmo que possa cair vez ou outra em certo messianismo e você tem o chamado disco perfeito, onde praticamente nenhuma faixa é descartável.
Nessa época, além dos Gallagher, a banda tinha Paul 'Bonehead' Arthurs na guitarra, Paul McGuigan no baixo e Tony McCarroll na bateria.
Relembre os maiores sucessos do disco:
"Cigarettes & Alcohol"
"Live Forever"
"Rock 'n' Roll Star"
"Slide Away"
"Supersonic"
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"What's the Story Morning Glory" - 1995
Se a Inglaterra já estava ganha com o público britânico renovando seu interesse pelas suas bandas, os Estados Unidos seguiam com razoável indiferença. O fato é que vencer na América não é fácil. É preciso excursionar sem parar e não só pelos grandes centros, fazer promoções com rádios e estar disposto a aguentar um estilo de vida desgastante (e por vezes decadente).
O Oasis resolveu peitar o desafio, mas antes disso partiu para gravar o que viria a ser não só o maior sucesso da banda, como um dos discos mais vendidos em todos os tempos em seu país natal: "What's the Story Morning Glory".
O álbum foi precedido por dois compactos. "Some Might Say" ainda hoje é uma das melhores canções da banda, ainda que há tempos não seja tocada nas turnês, e tinha ainda um lado b poderoso em "". Com "Roll With It", o grupo colocou de vez seu nome na história do rock. Nem tanto pela canção, hoje até meio esquecida, mas pelo que ficou conhecida como a "batalha do britpop".
Na verdade o Oasis já tinha marcado o dia 14 de agosto de 1995 para o lançamento do compacto. A gravadora do Blur, então a única a fazer frente e dividir fãs com o Oasis, resolveu antecipar a data do lançamento de "Country House" para a mesma data. A jogada foi esperta já que por umas duas semanas esse foi o assunto que dominou as conversas, levando o tema até para os noticiários nacionais.
No fim, o Blur levou a melhor, o que era até meio previsível. "Country" House tinha mais apelo e foi lançado em duas partes, algo que o Oasis se recusava a fazer. Explicando: nos anos 90 era comum um artista lançar um compacto em duas versões, com faixas extras diferentes em cada um deles.
Mas pra usar o clichê da época, o Oasis perdeu a batalha, mas ganhou a guerra. Quando "What's the Story Morning Glory" saiu, não teve pra ninguém e o disco foi o grande blockbuster da temporada. Curiosamente, a crítica a princípio se mostrou meio cética, reclamando de uma certa repetição e de letras cada vez mais sem sentido. O público por sua vez não ligou e levou a banda cada vez mais para cima. O sucesso foi consolidado com "Wonderwall", a música que os tornou de fato conhecidos em todo o planeta (e também nos EUA).
Por conta disso, o ano de 1996 acabou sendo o da Oasismania, com a banda lotando ginásios e estádios mundo afora. Já na Grã Bretanha, nem estádios mais estavam dando conta e a banda começou a se apresentar em parques e campos. O ponto culminante foram os shows em Knebworth. Duas apresentações vistas por um total de 250 mil pessoas.
"Morning Glory" trás outros hits que marcaram a carreira da banda como "Don't Look Back In Anger" e "Champagne Supernova". Na formação, a entrada de Alan White no lugar de McCarroll na bateria.
Relembre os sucessos do disco:
"Champagne Supernova"
"Don't Look Back In Anger
"Morning Glory"
"Some Might Say"
"Wonderwall"
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"Be Here Now" - 1997
Ou a época do bode. Depois dos recordes quebrados, as expectativas estavam todas voltadas para os irmãos Gallagher e sobre o que eles iriam trazer na sequência. Provavelmente nenhum disco foi tão antecipado como este na década de 90, e a ansiedade era grande.
O primeiro single "D'You Know What I Mean?", entregava que basicamente teríamos mais do mesmo (Noel foi o primeiro a dizer que os acordes dela e de "Wonderwall" não eram lá muito diferentes), só que com um volume bem mais alto.
Dessa vez por via das dúvidas, a imprensa resolveu se prevenir e cobriu o disco de elogios. Chega a ser irônico agora olhar as revistas da época recheados de resenhas com 5 estrelas e notas 9 ou 10, para um disco que claramente mostrava uma banda acreditando perigosamente em tudo o que diziam sobre eles.
Passado o barulho, público, crítica (e a própria banda mais tarde), veriam que o disco não era dos melhores, apesar dele ter um bom punhado de canções, como "Stand By Me", "All Around The World" e a faixa título.
Hoje em dia, Noel fala sobre o período, lembrando que logo após o sucesso de "Morning Glory" a banda toda estava usando muita cocaína e que ele compôs as músicas praticamente em cima da hora. Ainda assim, o disco vendeu bastante e consolidou o nome da banda, ainda que nunca mais eles tenham feito o mesmo sucesso nos Estados Unidos dos anos anteriores.
Foi com a turnê desse disco que a banda passou pela primeira vez no Brasil. Foram dois shows em 1998.
Relembre os sucessos do disco:
"All Around The World"
"Be Here Now"
"D'You Know What I Mean?"
"Don't Go Away"
"Stand By Me"
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"Standing on the Shoulder of Giants" - 2000
Aqui a crise se instalou de vez. Bonehead e McGuigan abandonaram o barco deixando com Noel a tarefa de tocar praticamente tudo no disco. "Standing" é considerado por muitos o disco mais fraco da banda e também foi o que menos vendeu, ainda que na Inglaterra ele tenha vendido mais de 300 mil cópias, provando que ao menos por lá eles sempre seriam reis.
Na verdade, "Standing" não chega a ser um disco ruim. Músicas como a instrumental "Fuckin' In The Bushes" (desde então usada sempre como o tema de entrada da banda no palco) ou "Who Feels Love?" mostram o grupo saindo um pouco do lugar comum e as duas faixas com os vocais de Noel estão entre as melhores da carreira da banda.
O álbum também marcou a estreia de Liam como compositor em "Little James", que se não era nenhuma obra-prima, ao menos deu confiança para o cantor que no futuro já estaria tendo suas composições lançadas como singles, algo inimaginável alguns anos antes.
Relembre os sucessos do disco:
"Go Let It Out"
"Little James"
"Sunday Morning Call"
"Where Did It All Go Wrong?"
"Who Feels Love?"
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"Heathen Chemistry" - 2002
"Heathen Chemistry" marcou um novo início para o Oasis. A entrada de Andy Bell, antigo guitarrista de uma das grandes bandas inglesas dos últimos tempos, o Ride, no baixo e de Gem Archer (ex Heavy Stereo) na guitarra, trouxe novos ares para a banda. Noel agora já não era mais o controlador de antes e deixou parte das composições a cargo de seu irmão e dos novos membros.
Musicalmente o disco não trazia nenhuma inovação e ele foi recebido com frieza pela imprensa. O público, tirando o inglês claro, também não se impressionou muito. Nos Estados unidos ele não passou do 23° lugar.
Apesar de ser um disco negligenciado pelo público e banda, tem também um bom número de canções dignas e é um álbum que se revela mais interessante quando reouvido após alguns anos de seu lançamento. Os maiores destaques ficam para "Stop Crying Your Heart Out", "Little By Little" e a boa composição de Liam em "Songbird".
Relembre os sucessos do disco:
"Little By Little"
"She Is Love"
"Songbird"
"Stop Crying Your Heart Out"
"The Hindu Times"
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"Don't Believe the Truth" - 2005
Foram precisos dez anos para que o Oasis finalmente lançasse um disco a altura dos seus dois primeiros álbuns. "Don't Believe the Truth" não é exatamente revolucionário e nem uma grande obra-prima, mas é um disco bem feito, pensado e trabalhado. Após anos tentando ser os Beatles, parece que aqui eles se ligaram que o modelo a ser seguido era o dos Rolling Stones. Ou seja, trabalhar em cima de mais ou menos os mesmos elementos se esforçando (ou torcendo?) para que o arroz com feijão saia bem feito.
O disco foi mais uma vez número 1 na Inglaterra, mas também cravou um respeitoso 12° lugar na parada americana e gerou uma série de bons singles como "Lyla", "Let There Be Love" e o melhor deles, "The Importance of Being Idle".
Este disco também marcou a saída de Alan White após uma década com a banda. Para o álbum e também nos shows quem assumiu o posto foi Zach Starkey, filho de Richard Starkey, mais conhecido como Ringo Starr. Por falar em turnês, essa também passou pelo Brasil, a segunda vez nessa década (em 2001 eles fizeram show único no terceiro Rock in Rio).
Relembre os sucessos do disco:
"Let There Be Love"
"Lyla"
"Mucky Fingers"
"The Importance of Being Idle"
"The Meaning of Soul"
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B-sides e "The Masterplan"
O Oasis, especialmente no início, costumava valorizar os seus compactos. Ao invés de botarem qualquer bobeira, remix ou faixa ao vivo como bônus, Noel Gallagher muitas vezes "desperdiçava" grandes músicas em seus singles. Hoje em dia ele mesmo ri dessa atitude, ao dizer que não acredita que tenha usado uma canção como "Acquiesce", que hoje em dia ele daria um braço para escrever, como b-side (a declaração foi dada à revista Mojo).
No auge da Oasismania, ir atrás dos singles da banda era quase obrigação, já que eles traziam algumas novas canções para se ouvir enquanto o novo disco não saía. Parte dessas músicas foram compiladas em 1998 no disco "The Masterplan". Alguns fãs acham esse o melhor disco do grupo, e eles não deixam de ter razão afinal, o disco está cheio de músicas que poderiam ser hits. Mas quem for atrás do que ficou de fora ainda vai se deliciar com muitas outras músicas ótimas.
Entre essas, vale destacar "Whatever", um lado A de single que não saiu em disco nenhum, "Step Out" com um plágio nada discreto de "" de Stevie Wonder (graças a isso, Noel e Stevie se tornaram "parceiros"), "(As Long As They've Got) Cigarettes In Hell" e "Let's All Make Believe", que segundo a revista Q, teria melhorado bastante "Standing in the Shoulder of Giants" se tivesse entrado nele.
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"Dig Out Your Soul" - 2008
O mais recente disco da banda nasceu de forma complicada. Liam Gallagher mais uma vez resolveu sumir no meio das gravações e a banda se viu obrigada a colocar material claramente inferior no disco para poder cumprir o prazo de lançamento. Mas apesar dos tropeços, "Dig Out Your Soul" é um bom disco, daqueles que se não ajuda a trazer novos fãs para o grupo pelo menos não decepciona os seguidores de longa data.
Canções como "Bag It Up", "The Shock Of The Lightning" e "The Turning" mostram que apesar de muitos já terem surgido desde então (e é praticamente impossível achar alguma banda indie inglesa que não deva algo a eles) os Gallagher ainda estão com seu posto assegurado onde quer que vão. Quem conferiu os recentes shows deles por aqui que o diga.
Relembre os sucessos do disco:
"Bag It Up"
"Falling Down"
"I'm Outta Time"
"The Shock Of The Lightning"
"Waiting For The Rapture"
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O Britpop
A chamada "era de ouro" do britpop foi entre 1993 e 1997. Claro que algumas bandas já estavam abrindo o caminho um pouco antes e outras ajudaram a sedimentar o momento (enquanto um terceiro grupo de grupos mais novos ajudaram a carregar o legado). Aqui lembramos alguns nomes.
Stone Roses
Deveriam ter sido o que o Oasis foi. Há 20 anos lançaram um dos discos mais celebrados e influentes do rock inglês. Tinham um vocalista carismático na figura de Ian Brown e em John Squire um guitarrista talentoso e ótimo compositor. Infelizmente se meteram em brigas com a gravadora e só lançaram o segundo disco no fim de 1994, quando o Oasis já tinha chegado. Acabaram logo depois, e uma turnê de volta deles é tão sonhada pelos ingleses quanto a reunião do Led Zeppelin ou Pink Floyd, ainda que sejam relativamente desconhecidos nos EUA e Brasil.
Charlatans
Ou, os bravos guerreiros. Surgiram na mesma época dos Stone Roses e com som semelhante. Ficaram no ostracismo durante o grunge e em 1995 voltaram às paradas. Perderam seu tecladista Rob Collins em um acidente de carro, mas seguiram em frente. Nessa década eles chegaram a tocar no Brasil (em 2002) e enveredaram pela soul music. Voltaram a um som mais básico e a exemplo do Radiohead também ofereceram seu último disco como download gratuito.
Teenage Fanclub
É quase impossível achar alguém que ouça esses escoceses e não vire fã. Kurt Cobain era um deles. O TFC no começo estava com os olhos mais virados para a América, como sua estreia de 1990 deixa clara. Seu disco de 1992 "Bandwagonesque" foi eleito o número 1 do ano pela revista Spin (atrás dele estava o "Nevermind" do Nirvana) e só não foi um mega estouro porque a gravadora não colaborou. No auge do britpop lançaram dois discos ("Grand Prix" de 1995 é o mais indicado) e sedimentaram sua posição de banda querida e cult, mesmo que nunca tenham vendido muito.
Manic Street Preachers
Estes galeses surgiram em 1990 e pareciam mais uma versão destrambelhada e juvenil do Guns 'n Roses. Os Manics atingiram a maturidade e foram respeitados com seu terceiro disco, "The Holy Bible", um dos discos mais amargos e depressivos que já se ouviu. Pouco depois das gravações o letrista e dublê de guitarristas Richey James literalmente desapareceu para nunca mais aparecer. A banda ficou desnorteada mas resolveu continuar. O primeiro disco da nova fase, "Everything Must Go", é um dos melhores de uma banda britânica na década e "A Design For Life" é música obrigatória em qualquer compilação de britpop. Em seu disco mais recente musicaram os últimos poemas de Richey no elogiado "Journal for Plague Lovers".
Blur
Os maiores rivais do Oasis, mas a se julgar pelo primeiro disco deles, "Leisure" de 1991, era mais fácil vê-los como um dos últimos grupos da geração anterior. A mudança veio em 1993 com "Modern Life is Rubbish", com suas influências de bandas tipicamente britânicas como os Kinks, e letras focadas no estilo de vida inglês anteciparam a volta o "orgulho bretão". "Parklife" de 1994 dividiu as atenções com a estreia do Oasis naquele ano e foram a segunda banda mais popular da época em seu país natal. Também foram os primeiros a notar que o britpop já estava passando e inteligentemente mudaram de direção em 1997, abrindo os ouvidos para os sons que viam da América. A mudança finalmente rendeu um hit mundial: "Song 2". Logo depois, o vocalista Damon Albarn se daria ainda melhor ao criar os Gorillaz. As tensões com o guitarrista Graham Coxon se acentuaram e ele saiu. A banda ainda lançou mais um disco e aparentemente estava acabada. Mas em 2009, eles resolveram colocar as diferenças pra trás e se reuniram para alguns shows.
SUEDE
Em 1992 saíram na capa do semanário Melody Maker com a chamada : "A melhor banda da Inglaterra". O detalhe é que o grupo não tinha sequer uma música lançada (não se esqueçam de que estamos numa época pré-MP3). O que diferenciava o Suede das outras bandas da época, era a maior influência de David Bowie em seu som e a sexualidade dúbia de seu vocalista Brett Anderson (frase clássica: "sou um bissexual que nunca teve uma relação homossexual"), que contrastava com a presença máscula dos Gallagher e seus hinos cantados por hooligans. Ficaram meio pra escanteio no meio dos anos 90 e no final da década a banda terminou.
PULP
A banda mais cerebral e divertida de todo o britpop. Na verdade, o Pulp já era veteraníssimo, tendo surgido em 1979. Por anos Jarvis Cocker sonhou em se tornar uma celebridade até que em 1995 ele finalmente conseguiu. Sua figura desengonçada e sarcástica é uma das coisas mais marcantes do período e pelo menos três discos são antológicos: "His 'n Hers", "Different Class" e "This is Hardcore". O último trabalho, "We Love Life", saiu em 2001 e foi pouco ouvido, levando a banda a acabar. Desde então, Jarvis Cocker já lançou dois discos solo e continua sendo cult.
Super Furry Animals
Ou os malucos da cena. Vieram do País de Gales e seus discos trazem milhões de estilos e influências (não a toa estão entre as bandas preferidas do Pato Fu), sem nunca abandonar o tino para criar boa música pop. Foram pioneiros ao lançar um dos primeiros álbuns em DVD e continuam fazendo bons discos ("Love Kraft" foi gravado em parte no Brasil). O vocalista Gruff Rhys trouxe em 2008 seu projeto paralelo Neon Neon ao país.
Elastica
Justin Frischmann era filha de família rica e foi uma das "namoradinhas do britpop" (Sonya Madan do Echobelly e Louise Wener do Sleeper também brigavam pelo posto). Mas Justine tinha um "currículo" mais respeitável, tendo tido casos com Brett Anderson e Damon Albarn (diz a lenda que um deixava mordidas estratégicas no corpo dela para que o outro visse). Lançaram um bom disco de estreia e fizeram sucesso no mundo todo com "Connection". Demoraram a lançar o sucessor e quando ele saiu, já em 2000, ninguém deu muita bola.
Supergrass
Começaram muito jovens e o hit "Alright" virou mania, trazendo a banda até para o Brasil. Mostraram que não era moda passageira com "In It For The Money", do segundo disco de 1997. Ainda estão juntos e talvez façam uma excursão pelo Brasil ao lado dos amigos e fãs do Cachorro Grande.