Lana Del Rey - Ultraviolence
Lana Del Rey
Lana Del Rey Ultraviolence
Poucas artistas foram tão escrutinadas recentemente quanto Lana Del Rey. Ao mesmo tempo em que a jovem conquistou não só um enorme fã clube como também o respeito de boa parte da mídia especializada - inclusive na parcela mais "adulta" e sisuda da crítica musical - a cantora também atraiu muitos "haters" e viu jornalistas não embarcarem na dela.

A verdade é que só o fato dela ter conseguido sair desse cenário inteira e fortalecida mostra que os que apostaram nela a princípio estavam mais certos que os detratores.

Tudo isso também provou que ela não é mais um desses artistas/fantoches que surgem e somem semanalmente. Ainda assim poucos deveriam estar esperando por um trabalho tão radical quanto esse "Ultraviolence". Um disco que certamente será bastante discutido e que nem de longe tem a cara de um trabalho feito para disputar os primeiros lugares das paradas.

Em seu segundo álbum (não contando o mini LP "Paradise), Lana decidiu abraçar de vez o clima retrô com o qual ela tanto flertou. Ainda que as faixas façam uso de instrumentação eletrônica, uma rápida audição no álbum mostra que a cabeça da cantora está algumas décadas no passado.

Lana Del Rey
Lana aqui assume seu lado de cantora de baladas tristes e desesperadas - as chamadas "torch songs". Isso torna a audição do disco quase que dolorosa - tanto que talvez o melhor seja até ouvir suas músicas aos poucos para perceber suas nuances e belezas em pequenas doses - do que de uma só vez.

Por outro lado, "Ultraviolence" parece ter sido criado como uma obra fechada, daquelas que precisam ser ouvidas com calma e atenção e sem maiores distrações.

Ou seja, não dá para negar que o álbum é artisticamente bem sucedido e um sucessor a altura de "Born to Die". E, inegavelmente, parte desse mérito se deve a Dan Auerbach dos Black Keys que produziu boa parte do material aqui presente.

"Ultraviolence" é então um álbum que certamente exige mais do ouvinte comum, e mesmo dos fãs da cantora. E, por isso mesmo, ele também deve ao menos ser ouvido por quem não simpatiza com ela - as chances de uma mudança de opinião - ou no mínimo de percepção para com o trabalho dela - são grandes.

Ouça "West Coast" com Lana Del Rey presente no álbum "Ultraviolence"





Linkin Park - The Hunting Party
Linkin Park
Linkin Park The Hunting Party
Nas entrevistas que precederam o lançamento desse álbum, os integrantes do Linkin Park prometeram um álbum que estaria seguramente entre os mais pesados já lançados por eles. Ao menos nesse caso, o dito "promessa é dívida" foi cumprido, já que "The Hunting Party" é mesmo um disco curto e grosso e que não abre espaço para muita sutileza.

Isso não quer dizer que a banda tenha gravado um disco de death metal ou grindcore logicamente. Na verdade mesmo perto de outros discos de bandas pesadas que circulam no mainstream ele é relativamente "leve".

Linkin Park letras
Mas é exatamente aí que reside o talento da banda: nessa capacidade de saber equilibrar os momentos mais raivosos com outros em que os ganchos, partes mais melódicas e riffs de pegada radiofônica se sobressaem.

Foi basicamente essa fórmula que os tornou a última banda de rock que se beneficiou de verdade do "velho modelo" da indústria fonográfica e que garantiu sua sobrevivência no novo século.

Talvez nem todos tenham notado, mas o Linkin Park foi a única banda de rock desde o ano 2000 que conseguiu vender mais de 10 milhões de cópias de um único álbum nos EUA- o caso de "Hybrid Theory" lançado naquele ano.

Com o passar dos anos a indústria da música mudou completamente. E ainda que desde então os discos da banda tenham vendido menos cópias sucessivamente, eles sempre mantiveram uma excelente e fiel base de fãs do planeta.

Linkin Park letras
São esses admiradores que certamente irão tornar "The Hunting Party" um disco no mínimo bem sucedido, já que ele parece ter sido feito com a clara intenção de agradar aos fãs, mais do que qualquer coisa.

Ao mesmo tempo, em breve, eles irão embarcar em uma turnê conjunta com o 30 Seconds To Mars, onde eles fatalmente tocarão para muita gente que não os conhece com profundidade.

Como a banda tem a fama de mandar bem em cima do palco, é quase impossível não imaginar boa parte das pessoas que irão aos shows por causa do grupo de Jared Leto, saindo da arena também fãs de Chester Bennington, Mike Shinoda e cia..

Ouça "Until It's Gone" com o Linkin Park presente no álbum "The Hunting Party"





Passenger - Whispers
Passenger
Passenger Whispers
Se a melancolia de Lana Del Rey ou o som pesado do Linkin Park definitivamente não fazem a sua cabeça, então talvez esse novo álbum do Passenger seja uma boa opção para quem quer ouvir alguma novidade.

O Passenger começou como um quinteto, mas depois virou o codinome do inglês Michael David Rosenberg, atualmente com 30 anos. David estourou com o álbum "All The Little Lights de 2012 que emplacou em quase toda a Europa e se tornou um dos 20 álbuns mais vendidos de 2013 no Reino Unido.

Passenger
A música dele não tem muito segredo, Rosenberg compõe basicamente delicadas canções que se equilibram entre o indie e o folk que conseguem atingir tanto um público mais maduro quanto
outro formado por adolescentes e jovens adultos.

"Whispers" traz mais uma série de bonitas canções que funcionam ainda melhor se ouvidas
a dois.

O álbum estreou no top 5 da Grã Bretanha e deverá fazer uma carreira tão boa quanto a do seu antecessor. Se você ainda não escutou o artista, vale a pena conhecê-lo e se já é fã, pode comprar/ouvir sem medo.

Ouça "Scare Away The Dark" com o Passenger presente no álbum "Whispers"