Pela terceira vez o Lollapalooza chega ao país. Entre sábado e domingo dezenas de atrações passarão pelos diversos palcos que já estão montados no Autódromo de Interlagos. Nessa matéria o Vagalume dá algumas dicas de atrações que valem ser conferidas seja ao vivo ou pela televisão.

Os Cinco Shows Imperdíveis

É claro que o conceito de imperdível é relativo, e não é exagero dizer que boa parte do público do festival estará lá para conferir um ou dois artistas em particular. Ainda assim, essas atrações estão entre as que têm boas chances de agradar aos públicos mais diversos ou surpreender - especialmente levando em conta a recepção das apresentações nas edições chilena e argentina do festival que rolaram durante a última semana.

No primeiro dia não perca os Nine Inch Nails (foto). A banda está acostumada a tocar para grandes plateias e faz um espetáculo sônico e visual de enorme impacto. A banda de Trent Reznor costuma tocar MUITO alto e a música opressiva do grupo é complementada por um clima à altura, com muita fumaça, iluminação soturna e luzes estroboscópicas. Há inclusive o conselho para que pessoas que sofram de epilepsia manter distância do palco.

O show também é imperdível pelo fato de uma apresentação da banda ser muito cara, dada a popularidade deles nos EUA e Europa. Como por aqui eles são uma atração de porte médio, a vinda do grupo para cá é sempre complicada. Portanto é bom aproveitar, porque não se sabe quando (ou se) eles voltarão.

Um pouco antes, não perca o show dos mexicanos do Café Tacvba, outra banda que é extremamente popular na América Latina e não muito conhecida por aqui. Na ativa há 25 anos, o grupo é daqueles que têm repertório e presença de palco para rivalizar com qualquer nome do rock inglês ou americano. Se você não os conhece provavelmente vai virar fã.

No domingo, apesar da forte concorrência com o New Order, que toca no mesmo horário, o negócio é não perder o show do Arcade Fire. Os canadenses estiveram por aqui em 2005, quando eram uma grande promessa. Milagrosamente eles mantiveram-se não só relevantes artisticamente, como ainda se tornaram uma das maiores nomes do rock alternativo.

Os shows do grupo são marcados pela forte interação com o público e pelo clima catártico que as apresentações costumam ter. Eles também gostam de tocar uma canção em homenagem à cidade em que estão - como será que São Paulo será homenageada? Para completar é bom dizer que a edição americana da revista Rolling Stone colocou o show do Arcade Fire como o quarto melhor do mundo no momento.

Um pouco antes, o outro show imperdível do dia é o do Soundgarden, a última entre as grandes bandas do grunge que ainda não tinha tocado por aqui.

O único senão é a ausência do baterista Matt Cameron, que decidiu dedicar-se apenas ao Pearl Jam, que está sendo substituído por Matt Cameron.

Os fãs podem esperar ouvir vários clássicos do rock dos anos 90 - especialmente as músicas do álbum "Superunknown", que está completando 20 anos.

Finalmente, vale a pena chegar um pouco mais cedo no domingo para conferir a performance de Johnny Marr (ao lado). primeiro porque não é sempre que se tem a oportunidade de se ver uma lenda viva bem na sua frente. Marr, foi o guitarrista dos Smiths e ajudou a compor algumas das melhores e mais influentes canções dos últimos 30 anos. Em seus atuais shows, o guitarrista está tocando além de faixas de seu bom álbum solo do ano passado, algumas músicas da banda que o celebrizou - "How Soon Is Now?" e "Bigmouth Strikes Again" entre elas. Como a chance de uma volta dos Smiths é quase nula, o lance é aproveitar a chance de conferir ao menos uma de suas peças fundamentais ao vivo.

Pra Ficar De Olho

O Lolla 2014 tem várias outras atrações que merecem uma conferida. Estas são algumas delas.

No sábado, quem chegar bem cedo poderá conferir dois dos nomes mais interessantes da nova safra do nosso rock.

Os mais roqueiros certamente curtirão o Vespas Mandarinas, com seu som pesado que não abre mão das boas melodias. Igualmente interessante é a música de SILVA (ao lado), um dos melhores compositores de música pop que o Brasil viu surgir nos últimos anos.

A tarde também traz dois nomes com um bom número de fãs por aqui: o Cage The Elephant - que fez boa apresentação no Lolla de 2012 - e o Imagine Dragons que está cada vez maior.

O início da noite traz duas boas opções tocando no mesmo horário. De um lado os sempre simpáticos franceses do Phoenix, com sua mistura de indie pop com música eletrônica, e de outro uma das maiores revelações do pop contemporâneo: Lorde (ao lado).

Difícil é escolher entre uma banda já estabelecida, com vários hits e acostumada a tocar para grandes públicos e uma jovem cantora que ainda está aprendendo a lidar com o sucesso e que, corajosamente, sobe ao palco com apenas um tecladista e um baterista.

Na dúvida, talvez o melhor seja ver um pouquinho de cada apresentação - lembrando que "Royals" costuma ser a oitava ou nona música do show.

Também tocando no mesmo horário, está o Muse e o Disclosure em mais uma "disputa" entre uma banda já calejada e outra bem novata.

Resumindo, se você quer ver um show de rock profissional, feito por uma banda que sabe fazer uma apresentação de grande porte vá de Muse.

Para quem prefere curtir um show com menos gente, ou já viram a banda de Matt Bellamy e não querem um repeteco, a dance music do Disclosure é a pedida.

O domingo também tem boas atrações desde cedo - inclusive os argentinos do Illya Kuryaki and the Valderramas e a chilena Francisca Valenzuela - outros dois nomes fundamentais do pop latino.

O dia também tem duas bandas que são ótimas em disco mas nem sempre ao vivo: os Pixies (ao lado) e o Vampire Weekend.

Ainda assim, ao menos a apresentação dos primeiros precisa ser conferida. Afinal, quase todas as atrações do Lollapalooza certamente ouviram muito a banda em algum momento de suas vidas - o grupo é um dos mais influentes dos últimos 25 anos.

O Vampire Weekend, por sua vez, tem a seu favor o fato de serem uma das bandas mais elogiadas dos últimos anos e ter um repertório bem acima da média.

O domingo ainda trará mais atrações bacanas. O show de Ellie Goulding, outra que está cada vez mais popular, especialmente no Reino Unido é uma delas. Mas vale atentar para a presença de duas boas revelações do novo rock: as Savages com seu som raivoso descendente direto do pós-punk do final dos anos 70/início dos 80 e o jovem Jake Bugg, mais um nome a honrar a grande tradição do indie rock britânico.