Queens Of The Stone Age - ... Like Clockwork
Mais um álbum que demorou um bocado para sair, mas que compensou a espera. Este sexto álbum da banda de Josh Homme chega às lojas seis anos depois do seu último trabalho de estúdio e mostra que, na cena roqueira atual, não temos muitas bandas tão interessantes e fortes quanto os Queens Of The Stone Age.
Os fãs mais antigos, em particular, estavam ansiosos para ouvir o resultado final do trabalho. Afinal, o disco traria de volta a participação não só do antigo baixista Nick Oliveri, como de dois membros honorários e célebres da banda: o vocalista Mark Lanegan e, principalmente, Dave Grohl.
Some a esses nomes as presenças de Trent Reznor, do Nine Inch Nails, Alex Turner, do Arctic Monkeys, e até Elton John - que já declarou que este é o melhor álbum de rock a sair nos últimos cinco anos - e o resultado foi não só um dos discos mais aguardados desta temporada, como um dos mais elogiados pela crítica.
Verdade seja dita, "... Like Clockwork" não tem a força dos três primeiros discos do grupo, os trabalhos pelos quais eles sempre serão medidos. Ainda assim, a fórmula única criada por Josh Homme está longe de se esgotar, longe disso. Melhor ainda é ver que agora a banda está chegando ao grande público, bastando dizer que o disco tem grandes chances de estrear no topo das paradas britânicas na semana que vem.
Ouça "My God Is The Sun" com o QOSA, do álbum "...Like Clockwork":
Megadeth - Super Collider
Dentro do cenário do metal, o Megadeth de Dave Mustaine é uma das bandas mais confiáveis. Há quase trinta anos, o grupo sempre entrega o que promete: rock pesado, veloz e de grande competência técnica, sempre embalado pela voz aguda e as letras apocalípticas de Mustaine. O que tende a variar é a força do material e a velocidade das canções. Alguns fãs mais antigos talvez preferissem que Mustaine voltasse ao thrash ultra-veloz dos primórdios da banda em vez do hard rock muitíssimo bem produzido que permeia este 14° álbum da banda.
Em resumo, este não é um disco para quem curte os álbuns do Megadeth gravados no meio dos anos 80. Para quem quiser ouvir um bom disco de rock pesado feito por quem tem anos de estrada e entende bem do riscado, "Super Collider" é uma bela pedida. Não à toa, o grupo foi escolhido para abrir as apresentações que o Black Sabbath fará no Brasil em outubro.
Ouça "Super Collider" com o Megadeth, presente no álbum "Super Collider":
Marcelo D2 - Nada Pode Me Parar
Demorou, mas Marcelo D2 finalmente voltou a lançar um disco de músicas inéditas. Neste "Nada Pode Me Parar", o carioca mostra que continua o mesmo, e isso é bom. As letras ainda falam de maconha, do Rio de Janeiro e de como o rap transformou a nossa cultura e mudou milhares de vidas mundo afora, inclusive a do próprio Marcelo.
A produção do trabalho é primorosa e volta a fazer muito uso de samples de clássicos esquecidos da nossa música. A novidade aqui é que o samba foi deixado de lado.
Talvez porque ele mesmo tenha percebido que a associação "D2-rap-samba" estava se tornando mais que uma marca registrada, uma camisa de força. No final das contas, a atitude mostrou-se acertada, já que "Nada Pode Me Parar" prova que Marcelo D2 está bem acima dos clichês que sempre teimam em acompanhá-lo.
Ouça "Eu Já Sabia" com Marcelo D2, presente no álbum "Nada Pode Me Parar":
Disclosure - Settle
Se você acreditava que só havia uma vaga disponível no cenário pop para "dupla de música eletrônica formada por integrantes do qual pouco ou nada se sabe", talvez seja a hora de rever suas opiniões. Isso porque os ingleses do Disclosure estão chegando para mostrar que nem só de Daft Punk é feita a música eletrônica para as massas versão 2013.
Na verdade, os dois artistas nem são tão semelhantes assim, ainda que a paixão de ambos pela house music seja obviamente um ponto de conexão.
Mas existem várias diferenças. Primeiro na idade, já que os dois irmãos do Disclosure são muito novos - o caçula Howard Lawrence sequer tinha dois anos de idade quando o Daft Punk lançou seu primeiro álbum. Eles também demonstram ser mais influenciados pela música eletrônica da segunda metade dos anos 80 e dos 90 do que seus colegas franceses. Os dois também não têm problema em mostrar os seus rostos, ainda que não gostem muito e até evitem isso na medida do possível, como a foto ao lado comprova.
O fato é que "Settle" promete fazer muito sucesso. A dupla está disputando palmo a palmo a liderança da parada britânica desta semana com os Queens Of The Stone Age, e tudo leva a crer que acabarão levando a melhor. Ou seja, é só questão de tempo até o som deles estar tomando todas as pistas e rádios do planeta.
Ouça "White Noise (Feat. Alunageorge)" com o Disclosure, do álbum "Settle":
Ben Folds Five - Live
o retorno do Ben Folds Five no ano passado, após um hiato de mais de uma década, pode não ter abalado as estruturas da música pop, mas deixou um bocado de fãs que sentiam falta do trio bastante felizes. A ausência era sentida porque a química conseguida por eles com a atípica formação piano/baixo/bateria era de fato única. É claro que, em sua carreira solo, Ben Folds também sempre achou melhor gravar com apenas mais dois músicos e sem guitarras, mas havia alguma coisa da banda original que gravou três grandes discos na segunda metade dos anos 90 que era única.
Após lançarem um bom disco de inéditas em 2012, agora chegou a vez deste registro ao vivo, o primeiro deles a sair no formato CD. No repertório entram canções dos três álbuns originais do grupo, faixas mais recentes e "Landed", do repertório solo de Ben Folds. Tudo executado com pique, emoção e o tradicional senso de humor bizarro do líder do grupo. Para quem nunca os ouviu e não sabe o que andou perdendo, este disco é um bom ponto de partida.
Ouça "Jackson Cannery" com o Ben Folds Five, presente no álbum "Live":
A partir de agora, o especial com os lançamentos discográficos estará semanalmente aqui no Vagalume. Confira!