Nesta segunda parte do nosso Especial de Lançamentos, destacamos não só nomes já consagrados como Bon Jovi, Dido e Lil Wayne, como também gente menos conhecida e digna de toda a atenção como é o caso de John Grant. Divirtam-se e não deixem de ler também a primeira parte do especial com outros grandes álbuns lançados recentemente.



Bon Jovi - What About Now
Bon Jovi
Bon Jovi What About Now
É incrível ver que, mesmo após tantos anos na estrada, o Bon Jovi continua extremamente popular. Não que seja muito difícil entender as razões para eles terem sobrevivido e, bem, num mercado pra lá de complicado.

Primeiro, porque eles seguem fazendo canções que conseguem atingir fãs antigos, novos e os ouvintes casuais. Com isso, o público deles segue se renovando sem que os fãs conquistados ao longo dos anos se percam. O quarteto também evita manter seu som "engessado", estando sempre atentos às novas tendências do pop, sem que isso os descaracterize.

Bon Jovi
E, por último, temos a figura de Jon Bon Jovi que, aos cinquenta anos, segue como um dos grandes sex symbols do rock. Além de bonitão, ele ainda angaria simpatia por conta de seu ótimo humor e pelo engajamento em causas beneficentes de grande valor.

"What About Now" não deve converter quem jamais gostou da banda, mas ele é ótimo para os fãs. Um disco bem feito, repleto de canções potentes que se encaixam perfeitamente na história da banda.

Agora só resta torcer para que a história de que Richie Sambora deixou de vez a banda não passe de boato. O guitarrista abandonou subitamente a mais recente turnê da banda - a mesma que passa em setembro pelo Brasil - e o que mais se veem no momento são informações desencontradas.

Ouça "Because We Can" com Bon Jovi, presente no álbum "What About Now":





John Grant - Pale Green Ghosts
John Grant
John Grant Pale Green Ghosts
Se você acha sua vida complicada, perto da de John Grant ela certamente é bem normalzinha. O cantor nasceu no interior mais reacionário da América e era filho de pais cristãos fundamentalistas, do tipo que falavam que tudo que ele ouvia era "música do diabo".

Para complicar mais a situação, ele se descobriu gay e sofreu muito física e psicologicamente por conta dessa condição.
Na década passada, fez parte dos Czars, que após anos sem sucesso de público, decidiu encerrar suas atividades.


John Grant letras
Disposto a abandonar a carreira musical, Grant acabou convencido a gravar mais um disco, que se tornou o elogiadíssimo "Queen Of Denmark", de 2010. Se a vida profissional entrou nos trilhos, a pessoal continuou uma bagunça, mas nada que o preparasse para a mensagem de texto que recebeu de seu médico no começo deste ano, dizendo que ele tinha más noticias.

Ao chegar ao consultório, o cantor soube que era HIV positivo, fato que ele rapidamente fez questão de tornar público - em pleno palco!

"Pale Green Ghosts" foi gravado na Islândia, país que ele escolheu para morar, e pode assustar quem gostou das belas baladas com clima setentista do álbum anterior. Isso porque o disco tem forte influência de música eletrônica e de vanguarda. Mas o talento dele para criar melodias inesquecíveis e letras de um doloroso humor negro ainda está lá nesse que é um dos discos mais tocantes que serão lançados este ano.

Ouça "GMF" com John Grant, presente no álbum Pale Green Ghosts:





Lil Wayne - I Am Not A Human Being II
Lil Wayne
Lil Wayne I Am Not a Human Being II
A revista Rolling Stone fez há alguns meses uma brincadeira ao dizer que o HD com maior capacidade de armazenamento de todos os tempos, que estava em processo de criação, seria capaz de salvar todo o conteúdo já produzido pela humanidade ou as obras completas de Lil Wayne. Isso porque o rapper produz de forma brutal e alucinante.

É verdade que, no mês passado, por pouco sua carreira não chegou a um fim repentino quando, sofrendo fortes convulsões, teve que ser internado às pressas, a ponto de histórias sobre sua morte iminente terem começado a pipocar nos sites de fofocas.

Lil Wayne
Agora que o susto passou, Wayne já pode voltar à sua rotina de produção incessável. Este "I Am Not A Human Being II" é o décimo álbum solo de sua carreira, que ainda inclui mix-tapes, álbuns em colaboração e muitas faixas disponibilizadas online, e mostra que no mundo do rap ele continua firme e forte. O disco chegou ao segundo lugar da parada americana e vem repleto de convidados de primeirísssimo time, entre eles Soulja Boy, Trina e 2 Chainz. Mas, apesar dos convidados de luxo, o show é todo da estrela principal, em uma boa dica para quem curte rap.

Ouça "Love Me (Feat. Drake & Future)", presente em "I Am Not A Human Being II":






OneRepublic - Native
OneRepublic
OneRepublic "Native"
Demorou, mas finalmente, após quatro anos, o OneRepublic lançou seu terceiro álbum. Apesar de todo esse tempo, a maré segue boa para a banda, especialmente nos EUA, onde "Native" chegou ao quarto lugar na parada.

A razão para isso vem principalmente do fato de Ryan Tedder continuar com sua habilidade para compor canções pop intacta. Não à toa, tanta gente - de Beyoncé a Adele - já usou de seus talentos de produtor e autor. Mais do que qualquer coisa, o que "Native" prova é que o OneRepublic ainda é o melhor veículo para dar vazão às suas ideias.

Ouça "If I Lose Myself", presente no álbum "Native":





Hurts - Exile
Hurts
Hurts Exile
Quando despontou no cenário internacional, em 2010, o Hurts provou que o formato "duo tecnopop", que tanto sucesso fez no início dos anos 80, além de não estar morto, ainda era viável artística e comercialmente. Em seu segundo álbum, Theo Hutchcraft e Adam Anderson continuam apaixonados pela década de 80. Mas o duo sabe dar um tom pessoal e contemporâneo às suas influências e é isso o que os torna de fato interessantes.

O álbum prova que é possível ser experimental sem abdicar de sua acessibilidade e, só por isso, já é digno de atenção.

Ouça "Miracle" com o Hurts, presente em "Exile":





Kate Nash - Girl Talk
Kate Nash
Kate Nash Girl Talk
O terceiro disco desta simpática inglesinha de 25 anos não chegou às lojas sem passar por alguns percalços. Isso porque a sua gravadora não gostou muito do que ela havia preparado para este disco e sugeriu que ela atrasasse o lançamento para trabalhar melhor as suas canções

O que Nash fez? Rescindiu seu contrato e arrecadou fundos para a gravação deste álbum diretamente com seus fãs via um site de "crowdfunding". Finalmente lançado, o mínimo que se pode dizer é que "Girl Talk" é um trabalho bem corajoso.

Kate Nash
A maior surpresa do disco é ver como ele está muito mais para um álbum de indie rock, beirando o lo-fi, do que um trabalho de uma artista mainstream. O problema é que discos assim muitas vezes não acabam encontrando o seu público, o que não deixa de ser uma pena. Por isso, não deixem de dar uma ouvida neste álbum, ainda mais porque Kate Nash estará em São Paulo no dia 23 de junho para divulgá-lo em show gratuito dentro do Cultura Inglesa Festival.

Ouça "3 Am", presente no álbum "Girl Talk":





Dido - Girl Who Got Away
Dido
Dido Girl Who Got Away
Mais um disco que demorou bastante para sair, este é apenas o quarto álbum da já quarentona Dido. O atraso de qualquer forma é justificável. "Girl Who Got Away" na verdade estava pronto desde 2011 e foi gravado com a cantora grávida. O lançamento foi adiado para que ela pudesse cuidar do recém-nascido.

Segundo a própria cantora, este álbum fez com que ela se lembrasse muito de "No Angel", o trabalho que a catapultou para o estrelato em 1999. Aqui, também a boa voz da cantora é emoldurada por arranjos eletrônicos e seu irmão Rollo Armstrong segue como seu principal parceiro na hora de compor.

Dido
"Girl Who Got Away" chegou ao top 5 inglês e, ainda que não vá vender as quase 10 milhões de cópias de "No Angel", um dos álbuns mais vendidos dos últimos quinze anos, mostra que a carreira dela segue estável.

Os críticos também foram simpáticos ao álbum. Mesmo sem terem se derretido em elogios, a maioria deles o tratou com o devido respeito.

Ouça "No Freedom", presente no álbum "Girl Who Got Away":