Vagalume

O mês de março não trouxe exatamente uma enxurrada de lançamentos com grandes nomes, com a impressão de que a indústria preferiu trabalhar alguns poucos nomes com mais ênfase.

Não que o mês tenha sido fraco. Longe disso afinal tivemos os aguardados álbuns de Madonna e Bruce Springsteen além da versão repaginada do disco da Katy Perry e da trilha milionária de Jogos Vorazes.

Além desses pesos pesados o mês também foi bom para fãs de metal, punk, indie e soul music como vocês podem conferir em mais este especial do Vagalume.

Madonna - MDNA

Madonna
Pelo visto a forte concorrência com que Madonna se viu bombardeada nos últimos anos serviu para a estrela ganhar mais foco. O fato é "MDNA" mostrou que a eterna "rainha do pop" não está muito afim de entregar a coroa a não ser com muita briga.

"MDNA" está sendo saudado como o melhor trabalho dela desde "Music" e basta dar uma ouvida no disco para ver que o comentário tem sua razão de ser. Afinal o disco entrega muito do que se espera de um álbum dela (bom pop, produção moderna mas que não assusta o público mainstream, letras sobre sexo, religião e feminismo) mas todos esses elementos voltam de forma renovada e interessante. Agora é esperar pra ver o que ela vai aprontar em sua próxima turnê. Mas se Madonna voltar aos palcos com a mesma força que voltou ao estúdio esperem alguns dos melhores shows da carreira da cantora.

Jogos Vorazes - The Hunger Games: Songs from District 12 and Beyond

Jogos Vorazes
Muita gente falo brincando que "Jogos Vorazes" era um trilha-sonora acompanhada de um filme. Exagero claro - taí a bilheteria de mais de U$350 milhões para não nos deixar mentir - mas não dá pra negar que o filme veio acompanhado de uma trilha luxuosa.

Trilha na verdade é modo de dizer já que apenas três dessas canções são ouvidas no filme - e mesmo assim só nos créditos finais.

Detalhes a parte o disco traz um bom apanhado do que se faz no pop hoje em dia indo do som inclassificável do Arcade Fire ao country-pop de Taylor Swift passando pelo som cru e rústico dos Decemberists e do Low Anthem.

Querem uma dica? Ouçam esse disco e corram atrás dos álbuns dos artistas menos conhecidos que estão nessa coletânea. Vocês irão se surpreender.

Katy Perry - Teenage Dream: The Complete Confection

Katy Perry
Agora é assim, dependendo do artista e do disco ele pode ser repaginado duas ou mais vezes. É esse o caso dessa versão turbinada do mega platinado "Teenage Dream" de Katy Perry que volta às lojas com uma capa nova e o pomposo "The Complete Confection" acrescido ao título.

Essa versão do disco traz sete músicas a mais. São remixes, uma versão acústica de The One That Got Away e três faixas de fato inéditas. Entre essas o mais recente sucesso Part Of Me que resultam em um trabalho sob medida para os fãs matarem a vontade de ouvir mais músicas de Katy enquanto o disco novo não fica pronto.

Bruce Springsteen - Wrecking Ball

Bruce Springsteen
Em seu décimo-sétimo álbum de estúdio o "Chefão" mostra que sua chama ainda brilha. O álbum não só desbancou Adele do topo das paradas como também foi bastante elogiado por praticamente toda a crítica estrangeira.

Springsteen é aquele artista de quem costuma se esperar um comentário em forma de álbum a respeito da atual situação dos Estados Unidos. Ainda que nem sempre ele esteja disposto a assumir essa posição é inegável que "Wrecking Ball" é um disco sobre as ocupações de Wall Street. A música que Bruce escolheu para dar o seu recado é alta, forte e sem muito espaço para firulas ou sofisticações.

Não que ele seja exatamente um disco bruto. Existem momentos de calmaria e também de emoção. Principalmente por este ser o primeiro lançamento dele desde a morte de seu fiel saxofonista Clarence Clemmons morto no ano passado (o músico está presente na faixa título e em Land of Hope and Dreams, nessas que são duas de suas últimas gravações).

The Pretty Reckless - Hit Me Like A Man EP
The Pretty Reckless

Com 20 minutos de duração esse EP de cinco faixas serve para saciar o apetite dos fãs da banda da jovem Taylor Momsen que já estão na fissura para ouvir o sucessor de "Light Me Up" do ano passado.

Aqui estão presentes além de duas versões ao vivo para faixas do disco de estreia do Pretty Reckless três canções inéditas. Entre essas o destaque vai para a faixa título que já está fazendo muito sucesso entre os fãs da banda.

Lionel Ritchie - Tuskegee

Lionel Richie
Lionel Ritchie nunca escondeu sua forte relação com a música branca, especialmente as baladas e a música country - a ponto dele até ter conseguido emplacar Stuck On You na parada de música country nos anos 80.

O recém-lançado "Tuskegee" explicita essa paixão de Richie pela música caipira americana ao trazê-lo cantando seus grandes sucessos ao lado de uma série de astros da música country. Ainda que nem sempre esse tipo de projeto costume funcionar, o resultado final de "Tuskegee" não deixa de ser positivo além de ser uma ótima dica de presente para o dias das mães que já já está aí.

Iron Maiden - En Vivo

Iron Maiden
O Iron Maiden já lançou tantos discos ao vivo que a gente quase que perde a conta. Este aqui também está saindo em dvd e blu-ray e foi gravado no Chile durante a última turnê mundial da banda feita para divulgar o álbum "The Final Frontier". Sendo assim o disco é dividido mais ou menos igualmente entre faixas mais recentes - de 2000 pra cá - e entre os clássicos dos anos 80 e início dos 90.

O resultado como não poderia deixar de ser, é um disco mais recomendando para os fãs de longa data do que para os novatos no culto à banda. Para esses talvez seja legal antes dar uma conferida em "Live After Death" lançado em 1985 e ainda hoje o documento definitivo do Iron no palco.

The All American Rejects - Kids In The Street

The All-American Rejects
Após quatro anos sem lançar um disco novo uma das mais queridas bandas do cenário punk-pop está de volta. "Kids in the Street" é o quarto álbum do All American Rejects e mostra que a banda está evoluindo com várias faixas apontando para novas,e interessantes, direções.

Essa é uma das razões para o álbum estar sendo bastante elogiado pela imprensa. Resta agora saber se essa mudança de rumo irá trazer novos fãs para a banda ou afastar os mais antigos, de qualquer forma não se pode negar o fato deles estarem no rumo certo como o simpático single Beekeeper's Daughter mostra.

Michael Kiwanuka - Home Again

Michael Kiwanuka
Michael Kiwanuka "Home Again"
E aí você escuta a voz desse jovem cantor e jura que está ouvindo alguma gravação perdida do grande Bill Withers que nos anos 70 mostrou que era possível misturar folk e soul em canções hoje clássicas como Lean On Me.

Kiwanuka apesar da pouca idade - 24 anos - já demonstra muita maturidade neste seu primeiro álbum que foi coberto de elogios pela imprensa inglesa.

"Home Again" por enquanto só saiu na Europa, o que leva a crer que a gravadora deve estar preparando uma estratégia para estourá-lo na América que anda bastante receptiva para a música soul britânica.

Independentemente disto, mesmo que Michael não vire mais um fenômeno a lá "Adele" (ele chegou a abrir alguns shows dela ano passado) ele tem talento para uma carreira que tem tudo para ser longa e próspera. Vale a pena ficar de olho.

The Shins - Port of Morrow

The Shins
Demorou mas finalmente James Mercer lançou outro disco dos Shins. Falamos só de Mercer porque agora está claro que a banda sempre foi ele. A prova é que mesmo que sem contar com nenhum dos músicos que gravaram "Wincing the Night Away", o disco anterior de 2007, "Port of Morrow" soa exatamente como um típico disco da banda.

Para quem não conhece dá pra dizer que os Shins fazem um indie rock para adultos com forte ênfase nas melodias e influências das boas bandas alternativas dos anos 80.

The Used - Vulnerable

The Used
Entrando em sua segunda década de estrada e lançando seu quinto disco o The Used segue firme e forte mesmo que o álbum leve curiosamente o nome de "Vulnerável".

Aqui a banda segue com sua receita de pós-hardcore com toques de música eletrônica e do rock alternativo que resultam em uma mistura poderosa ainda que não para todos os paladares.

"Vulnerable" foi bastante elogiado pela crítica e tem tudo para deixar os fãs da banda bem felizes pelos próximos meses.

Epica - Requiem for the Indifferent

Epica
A banda holandesa de metal sinfônico da bela vocalista Simone Simons está lançando seu quarto disco.

Óbvio que o som da banda é endereçado a um grupo bem específico, mas esses fãs pelo menos podem ficar sossegados porque o Epica entregou um álbum bastante esmerado o que pode ser confirmado pelos elogios unânimes endereçados ao trabalho pela crítica especializada em heavy-metal. Entre eles o consenso é o de que o grupo prova mais uma vez porque é tido como uma das maiores forças deste subgênero da música pesada.