Do clássico ao indie, o mês de fevereiro teve ótimos lançamentos! A volta do Van Halen e o novo disco de Paul McCartney foram alguns dos lançamentos mais aguardados pelos fãs ao redor do mundo!
Para quem gosta da mistura de rock e pop, os novos discos das bandas The Cranberries e The Fray foram os destaques. O indie também esteve em evidência com os discos das bandas The Ting Tings, Fun. e Sleigh Bells!
Veja a seguir os principais lançamentos de fevereiro:
Há anos Paul McCartney tinha vontade de gravar um disco com alguns standarts do cancioneiro americano. Afinal foi essa música que fez a trilha sonora de sua infância antes do rock 'n' roll aparecer e bagunçar a sua cabeça. O problema é que de uns tempos pra cá um monte de gente aparentemente teve essa ideia. De contemporâneos dele como Rod Stewart até os neo-crooners ao estilo Michael Bublé.
Por isso Macca adiou o máximo que pôde o projeto. Finalmente resolveu mandar um "dane-se" e "Kisses on the Bottom" é o resultado. Ainda assim o disco foge bastante do padrão ao evitar canções muito manjadas e, principalmente, os arranjos grandiloquentes.
O álbum é bastante intimista contando basicamente com a banda de Diana Krall fazeno o acompnhamento para o eterno ex-Beatle. O resultado é um álbum sincero e de muito bom gosto e que de quebra conta com duas canções - My Valentine, Only Our Hearts (feat. Stevie Wonder) - escritas pelo proprio McCartney no espírito dos grandes clássicos do século passado.
A banda de pop rock The Fray lançou seu terceiro álbum, "Scars & Stories". Este disco teve na produção Brendan O'Brien, conhecido por seus trabalhos com Pearl Jam, Bruce Springsteen e Incubus.
Durante o processo de composição deste álbum, o The Fray escreveu aproximadamente 70 músicas, escolhendo o que eles consideraram as 12 melhores para a tracklist final de "Scars & Stories". O primeiro single foi a faixa de abertura Heartbeat, que foi destaque no Hot Spot do Vagalume.
Em sua primeira semana nas lojas, o novo disco do The Fray vendeu 87 mil cópias. "Scars & Stories" chegou à quarta colocação na parada norte americana.
Onze anos após o lançamento de seu derradeiro álbum os Cranberries estão de volta. A banda de Dolores O'Riordan fez muito sucesso nos anos 90 especialmente entre as garotas que não só se identificavam com as letras ora políticas ora pessoais da vocalista como também viam na vocalista um modelo a ser seguido.
Resta saber se depois de tanto tempo esse público ainda quer saber o que se passa com ela. Mas no que depender de "Roses" quem curtia a banda não vai ter do que reclamar, já que o álbum lembra bastante o primeiro, e melhor, disco deles (não por acaso os dois tiveram a produção de Stephen Street).
E não é que o inimaginável aconteceu? O Van Halen não só gravou um novo disco após 14 anos como ele ainda traz David Lee Roth nos vocais pela primeira vez desde 1984 (o ano e o disco). A volta só não foi completa pela ausência do baixista original Michael Anthony que foi demitido em 2006. E é a sua ausência que deixa esse álbum um tanto incompleto para os fãs de longa data. Não exatamente porque ele era um virtuoso (o substituto dele, o filho de Eddie Van Halen, Wolfgang, se sai muito bem) mas porque a falta de sua voz nos backings era uma das marcas registradas da banda.
Mas com exceção desse detalhe "A Different Kind of Truth" se mostra um trabalho decente e que tem o sabor do Van Halen das antigas. Também pudera, boa parte de suas canções têm suas origens em composições que rondavam a banda desde os anos 70 (com muitas delas circulando há décadas entre os colecionadores de bootlegs).
Resumo da história? Ainda que "A Different Kind of Truth" nunca vá se equiparar ao clássico disco de estreia da banda ele também não mancha o legado do grupo que poderá tocar tranquilamente uma boa meia dúzia dessas faixas nos shows sem deixar a plateia irritada.
Sucesso com os hits That's Not My Name e Shut Up And Let Me Go, a dupla inglesa The Ting Tings lançou seu segundo álbum, "Sounds From Nowheresville". Katie White e Jules Martino fizeram um disco mais experimental, com diversas influências.
O disco foi gravado em quatro lugares diferentes: Berlin (Alemanha), Londres (Inglaterra) , Murcia (Espanha) e Ibiza (Espanha). Para esse disco, o The Ting Tings queria fugir do estilo de músicas que tocam nas rádios, tentando algo diferente.
A dupla já lançou dois clipes do novo álbum, Hang It Up e Silence (Bag Raiders Remix). "Sounds From Nowheresville" não foi muito bem nas paradas, chegando apenas à 23ª posição da parada britânica e posições intermediárias nas paradas europeias.
Um dos novos nomes da música indie, os nova iorquinos do Fun. lançaram seu segundo álbum, "Some Nights". E graças ao sucesso nas paradas da música We Are Young (feat. Janelle Monáe), o trio norte americano foi um dos destaques do mês com seu novo disco.
Contratados pela Fueled By Ramen, mesma gravadora de Paramore, Panic At The Disco!, Gym Class Heroes, entre outros artistas, o trio foi muito bem nas paradas. Nos Estados Unidos, "Some Nights" chegou ao terceiro lugar.
Além do hit We Are Young (feat. Janelle Monáe), o Fun. já lançou também o clipe da música Some Nights.
Formado por Chidera "Chiddy" Anamege e Noah "Xaphoon Jones" Beresin, a dupla de hip hop Chiddy Bang lançou seu primeiro álbum, "Breakfast". Apesar de ainda serem pouco conhecidos pelo grande público, o duo fez bonito em sua estreia, conseguindo um lugar entre os discos mais vendidos nos Estados Unidos.
Parte desse sucesso nas vendas foi garantido por duas músicas do Chiddy Bang que já eram tocadas. Mind Your Manners (feat. Icona Pop), conseguindo chegar às paradas da Billboard, e o single Ray Charles, que foi destaque no Hot Spot do Vagalume!
Em sua primeira semana nas lojas, "Breakfast" teve um bom desempenho e conseguiu a oitava colocação na parada norte americana.
Quatro anos após o estouro de "Shine" a inglesa Estelle nos apresenta seu novo trabalho.
Ainda que ele conte com as participações mais do que luxuosas de Chris Brown e Janelle Monáe a verdade é que a grande estrela do trabalho é mesmo a figura principal que mostra desenvoltura tanto nos raps quanto nas canções mais melódicas. Com "All of Me" Estelle mostra estar no caminho certo e de quebra entrega um álbum que muito provavelmente estará disputando as melhores colocações nas paradas. É esperar e ver.
Outro nome muito conhecido no cenário indie, o Sleigh Bells lançou seu segundo álbum, "Reign Of Terror". Diferente do primeiro disco, "Treats", este é um trabalho colaborativo entre Derek Miller e Alexis Krauss.
De acordo com Miller, a guitarra tem grande peso nesse disco. Para divulgar o álbum, a dupla lançou primeiro a música Born To Lose.
O primeiro single de "Reign Of Terror" é a faixa Comeback Kid, que também ganhou clipe. Nas paradas, o novo disco do Sleigh Bells foi bem, chegando ao 12º lugar da parada norte americana.
Esse cd duplo junta faixas extras de cd's singles e raridades afins lançados pelos Pet Shop Boys entre 1996 e 2009 numa espécie de sequência para "Alternative" (um projeto semelhante lançado em 1995).
Como toda boa banda os Pet Shop Boys também gostam de fazer experimentos e arriscar nos lados B de seus compactos. Isso permite ao fã conhecer um lado mais inusitado da banda.
Obviamente "Format" é mais indicado para os admiradores mais fervorosos da dupla, mas mesmo o fã casual - e até aquele que não vai muito com a cara deles - com certeza vai achar grandes momentos nesse longo cd duplo - são mais de duas horas e meia de música.
Se tem uma coisa em que o Brasil é pródigo em revelar são cantoras. Anualmente dezenas delas despontam de diversos cantos do país e nos mais variados estilos musicais.
Dada essa concorrência é difícil para a maioria delas conseguir não só um diferencial, mas também manter a carreira.
Sendo assim podemos considerar Céu uma vencedora. "Caravana Sereia Bloom" já chega coberto de elogios e deverá torná-la mais popular. Não que ela tenha feito um disco do tipo "feito para vender". Longe disso aliás. O álbum é bastante ousado, mas há um senso pop permeando suas faixas. O resultado é especialmente indicado para fãs de MPB e mais ainda para aqueles que não ouvem a nossa música por achar que "não tem nada de bom sendo feito por aqui".
Um dos novos nomes do Hip Hop nos Estados Unidos, Tyga lançou seu segundo disco, "Careless World: Rise of the Last King". O jovem rapper é um artista da "Young Money", selo fundado por Lil' Wayne e que tem em seu time grandes nomes do gênero, como Drake, Nicki Minaj, entre outros nomes.
O disco conta com uma série de participações especiais. Destaque para Pharrell, Nicki Minaj, Chris Brown, Wynter Gordon, Lil Wayne e Busta Rhymes.
Com boas críticas, o álbum "Careless World: Rise of the Last King" também foi bem nas paradas, chegando à quarta colocação na parada norte americana.
Com mais de 25 anos de carreira Mark Lanegan é o artista cult por excelência. Aquele que mesmo sem fazer grande sucesso comercial, sabe que é importante e querido pelos seus colegas e pela crítica especializada.
Lanegan começou nos Screaming Trees banda que chegou a aparecer um pouco durante a explosão do grunge - ele era amigo pessoal de Kurt Cobain e desde os anos 90 mantém uma carreira solo.
Nos últimos anos ele também gravou com Isobel Campbell e participou de vários discos do Queens of the Stone Age.
O trabalho de Lanegan é marcado por baladas soturnas com forte influência do blues e do rock setentista. "Blues Funeral" tem muito disso naturalmente, mas dessa vez o cantor surpreendeu ao pontuar suas canções com batidas eletrônicas, quase dançantes ("culpa" do sintetizador que ele comprou recentemente). O resultado é no mínimo inusitado e pode até torná-lo um pouco mais popular. O cantor estará em breve no Brasil apresentando as canções deste disco. o show rolará dia 14 de abril no Cine Joia.
Infelizmente pouco conhecido por aqui Ben Kweller é um artista raro. Esse já é o seu quinto disco oficial e confirma o seu grande talento na arte de criar grandes melodias.
Se você gosta de indie, power-pop ou simplesmente boas canções para se ouvir com um sorriso no rosto vale a pena ouvir "Go Fly a Kite" e depois ir atrás dos outros trabalhos dele.
Se você viu "A Invenção de Hugo Cabret" nos cinemas já sabe um pouco mais sobre George Meliés. Para os que não viram ele é considerado o primeiro cineasta da história. Ou seja, a primeira pessoa a perceber que um filme poderia ser mais do que uma atração em parques de diversões.
A obra mais emblemática de Mélies foi "Viagem à Lua" feito em 1902. Para celebrar os 110 anos desta obra-prima os franceses do Air foram convidados a compor uma nova trilha para o filme. O resultado é um belo disco de pouco mais de meia-hora ("Viagem à Lua tem cerca de 14 minutos) que casa muito bem com as imagens oníricas criadas por Mélies.
Majoritariamente instrumental "La Voyage Dans La Lune" tem algumas faixas com vocais. Nestas o duo conta com as participações do grupo de dreampop Au Revoir Simone em Who Am I Now? e da vocalista do Beach House Victoria Legrand em Seven Stars
