Vagalume


Agostinho dos Santos

Agostinho já gravava antes da explosão da Bossa-nova, mas se tornou figura emblemática do movimento ao interpretar as canções do filme "Orfeu do Carnaval" (ou "Orfeu Negro") com trilha de Tom Jobim e Vinícius e, no caso de sua canção mais famosa, Luiz Bonfá e Antonio Maria. Orfeu levou a Palma de Ouro em Cannes em 1959 e foi graças à controvertida obra de Marcel Camus, que muita gente ao redor do mundo conheceu e se apaixonou pela nossa nova música. Agostinho dos Santos também se apresentou no Carnegie Hall em 1962 e morreu precocemente em 1973 em um acidente de avião.

Astrud Gilberto

Se aqui Astrud Gilberto é quase desconhecida, nos EUA ela é uma das vozes mais marcantes dos anos 60. Afinal eram da senhora João Gilberto as interpretações de Girl from Ipanema e Corcovado que foram parar em toca-discos de inúmeros lares norte-americanos. As duas canções podem ser encontradas no disco Getz/Gilberto considerado um dos melhores de todos os tempos pela edição americana da Rolling Stone.

Carlos Lyra

Ao lado de Menescal é outro que segue divulgando a Bossa-nova mundo afora. Foi parceiro de Vinícius de Moraes e aproximou a bossa (elitista por excelência) do samba de morro, uma heresia para muitos. Antes disso compôs Lobo Bobo, grande sucesso do primeiro disco de João Gilberto na época e clássico da música brasileira atualmente.

João Donato

Músico brilhante, João Donato também deu seus primeiros passos na bossa-nova e depois voou longe. O acreano precoce (com 15 anos já era profissional) desde o começo estava influenciando e sendo influenciado pelos maiores. Seu primeiro disco de 1956 teve direção musical de um ainda desconhecido Tom Jobim e João Gilberto disse ter se inspirado no jeito de Donato tocar piano para criar a famosa batida de violão. Bananeira, parceria com Gilberto Gil de 1975 , é bem posterior à primeira onda da bossa-nova, mas mostra que o samba jazzificado ainda tinha muito a oferecer mesmo anos após os momentos do seu auge.

João Gilberto

Se Tom Jobim deu à bossa-nova a harmonia, João Gilberto a complementou dando ao novo estilo a sua marcante batida de violão (a de bateria é atribuída a Edison Machado). Ele também nos apresentou a um novo estilo de cantar: calmo, tranquilo e baixinho. Está tudo em seu primeiro compacto, "Chega de Saudade", e nos álbuns que lançou logo em seguida. Os jovens adoraram e os mais velhos sentiram um choque, afinal na época o que mais se ouvia eram cantores com vozeirões potentes e interpretações derramadas .

Jorge Ben Jor

Pode-se dizer que Jorge Ben Jor foi a segunda maior revolução da nossa música moderna depois da bossa-nova. Seu estilo de tocar violão foi tão ou mais imitado que o de João Gilberto e suas canções eguem fazendo sucesso e inspirando as novas gerações. Mas no começo Jorge também fazia bossa e um samba (que ele chamou de ), para conhecer essa faceta de Ben, não existe melhor ponto de partida que seu disco de estréia repleto de clássicos que estão aí até hoje como Chove Chuva e Mas que nada. Desses "Por causa de você menina" talvez mostre melhor como a bossa-nova se misturou ao samba que Jorge curtia e como essa mistura deu em algo novo.

Marcos Valle

Da chamada segunda onda da bossa-nova, Marcos Valle foi o maior nome a surgir. Assim como muitos de seus colegas ele usou a bossa para chegar a um som todo particular (vale conhecer os seus discos gravados entre 1969 e 1974 para se ter uma idéia de seu talento). Mas antes disso tudo, e do sucesso de "Viola enluarada", Marcos também criou dois standarts que não podem ficar de fora de nenhuma compilção de Bossa-nova: "Samba de Verão" e "Preciso Aprender a Ser Só", essa última regravada por um grande número de intérpretes (de Elis Regina e Tim Maia até Altemar Dutra e Elizeth Cardoso).

Nara Leão

Nara nunca se prendeu a nenhum estilo ou escola. Alinhou-se aos tropicalistas, partiu pra canção de protesto, juntou-se com Zé Kéti e outros sambistas "não sofisticados", gravou Roberto Carlos e Erasmo Carlos e até fez a versão em português de José, o primeiro sucesso de Rita Lee. Mas a bossa-nova foi seu amor primeiro e eterno (seus últimos trabalhos foram discos de bossa ou de versões com timbre bossa-novístico de clássicos do cancioneiro americano). Marcha da Quarta-feira de Cinzas foi a faixa de abertura de seu primeiro disco, lançado em 1964.

Os Cariocas

Ainda na ativa, Os Cariocas foram um quarteto vocal de grande sucesso no início dos anos 60. Gravaram discos de grande sucesso e são respeitados por muitos músicos de sucesso que vieram depois deles (Tim Maia gravou um disco todo com o grupo nos anos 90 e Erasmo Carlos os chamou para participar de seu recente disco de duetos). Entre todas as marcantes interpretações do conjunto, "Ela é Carioca" se mostra a mais clássica e eterna delas.

Roberto Menescal

Roberto Menescal hoje é um dos grandes embaixadores da bossa-nova em todo o mundo, levando o estilo para os mais diversos palcos do planeta. Antes, nos anos 50 e 60 ele fundou a famosa Academia de Violão ao lado de Carlos Lyra, onde muitos jovens (inclusive Nara Leão) aprenderam a tocar o novo ritmo. Menescal se apresentou em 1962 no Carnegie Hall no show que apresentou a bossa-nova aos americanos e ao lado de Ronaldo Bôscolli criou o "O Barquinho" que é tão sinônimo de bossa-nova quanto "Garota de Ipanema".

Sérgio Mendes

Para muitos ele era um diluidor da música brasileira que fazia "samba pra americano ouvir", mas hoje em dia é difícil não apreciar os discos de Sérgio Mendes com seus arranjos e repertórios impecáveis. O auge da carreira do pianista se deu com o grupo "Brasil 66". O primeiro disco deles (HERP ALBERT PRESENT SERGIO MENDES & BRAZIL' 66) vendeu mais de um milhão de cópias puxado pela gravação de Mas que nada. Essa mesma música revitalizou a carreira do músico em 2006 ao ser novamente regravada com o auxílio de Will I Am do Black Eyed Peas.

Tom Jobim

Tom Jobim arquitetou a bossa-nova e de quebra criou algumas das canções mais perenes do cancioneiro mundial. Foi ele o responsável pela introdução de harmonias que fascinam músicos até hoje ao introduzir acordes dissonantes na música popular. O resultado foi uma música nova que contrastava diretamente com as canções de fossa que tomavam conta do país até meados dos anos 50.