Há dez anos, no dia 15 de abril um linfoma tirou a vida Joey Ramone deixando o rock mais triste. O vocalista dos Ramones partiu sabendo que ajudou a moldar quase todo o rock 'n' roll feito de 1977 para frente, ainda que jamais tenha conseguido um centésimo do dinheiro conseguido por quem influenciou. Do U2 ao Motörhead passando por todo punk inglês, o grunge, bandas como Green Day e duas ou três gerações do rock brasileiro é difícil achar alguém que não preste tributo ao grupo.
Verdade seja dita, após as revelações feitas no documentário "End of The Century" (que saiu no Brasil em DVD e pode ser visto também no Youtube) os fãs acabaram surpreendidos por uma história bem diferente da imaginada. O clima de guerra entre os músicos, a luta pelo sucesso de massa que nunca chegou, o estilo tirânico e reacionário do guitarrista Johnny Ramone e casos complicados envolvendo roubo de namoradas (Johnny se casou com a grande paixão da vida de Joey) e abuso de drogas.
Felizmente a obra do grupo é maior que todas essas picuinhas. Afinal falamos aqui dos caras que mostraram que dava pra fazer música mesmo não sabendo tocar muito bem. Mas é bom lembrar que ao contrário do que se diz, eles estavam longe da indigência apregoada e criaram um som absolutamente único. Até porque se tocar três acordes bastasse em cada esquina teríamos pelo menos um grupo do nível dos Ramones, o que claro não é o caso.
Os anos de ouro da banda vão de 1976 até 1978. O primeiro disco em especial se mostra um dos mais importantes do rock. Com 14 faixas e 29 minutos - numa época em que não era raro achar músicas com essa duração - o grupo mostrou seu manifesto. Poucas notas, letras simples, mas sempre inteligentes ou ao menos divertidas e nada de solos. Muitos dos que ouviram sentiram vontade de fazer o mesmo. Ajudava ainda o visual do grupo - jeans, jaquetas de couro, postura ameaçadora - e o fato do rock estar precisando de boa uma sacudida e voltar a ser visceral, bem humorado e feito com tesão.
Nas décadas de 80 e 90 os Ramones viraram uma instituição. Sempre com o mesmo visual e lançando discos parecidos com graus variados de sucesso artístico e comercial. E se sua terra natal lhes dava as costas eles encontraram um público fiel e numeroso na América do Sul.
No Brasil e Argentina os Ramones viraram realeza, tocando para mais de 5 mil pessoas e sendo perseguidos na rua. Na Argentina o grau de devoção beirava o doentio e não a toa eles escolheram o país para encerrar sua carreira com um show no estádio do River Plate em março de 1996.
O show só não foi o último porque o grupo recebeu convites para mais apresentações na América. Em agosto eles se despediram mas sabiam que tinham feito a diferença.
Após a morte de Joey, os Ramones entraram para o Hall da Fama do Rock. A cerimônia acabou sendo uma das últimas aparições públicas do baixista original Dee Dee Ramone notório viciado em drogas pesadas que foi encontrado morto em Buenos Aires, onde estava morando em junho de 2002. Em 2004 foi a vez de Johnny Ramone não resistir ao câncer de próstata com o qual ele há anos lutava. Deixando apenas Tommy Erdelyi ou Tommy Ramone vivo da formação original.
Verdade seja dita, após as revelações feitas no documentário "End of The Century" (que saiu no Brasil em DVD e pode ser visto também no Youtube) os fãs acabaram surpreendidos por uma história bem diferente da imaginada. O clima de guerra entre os músicos, a luta pelo sucesso de massa que nunca chegou, o estilo tirânico e reacionário do guitarrista Johnny Ramone e casos complicados envolvendo roubo de namoradas (Johnny se casou com a grande paixão da vida de Joey) e abuso de drogas.
Felizmente a obra do grupo é maior que todas essas picuinhas. Afinal falamos aqui dos caras que mostraram que dava pra fazer música mesmo não sabendo tocar muito bem. Mas é bom lembrar que ao contrário do que se diz, eles estavam longe da indigência apregoada e criaram um som absolutamente único. Até porque se tocar três acordes bastasse em cada esquina teríamos pelo menos um grupo do nível dos Ramones, o que claro não é o caso.
Os anos de ouro da banda vão de 1976 até 1978. O primeiro disco em especial se mostra um dos mais importantes do rock. Com 14 faixas e 29 minutos - numa época em que não era raro achar músicas com essa duração - o grupo mostrou seu manifesto. Poucas notas, letras simples, mas sempre inteligentes ou ao menos divertidas e nada de solos. Muitos dos que ouviram sentiram vontade de fazer o mesmo. Ajudava ainda o visual do grupo - jeans, jaquetas de couro, postura ameaçadora - e o fato do rock estar precisando de boa uma sacudida e voltar a ser visceral, bem humorado e feito com tesão.
Nas décadas de 80 e 90 os Ramones viraram uma instituição. Sempre com o mesmo visual e lançando discos parecidos com graus variados de sucesso artístico e comercial. E se sua terra natal lhes dava as costas eles encontraram um público fiel e numeroso na América do Sul.
No Brasil e Argentina os Ramones viraram realeza, tocando para mais de 5 mil pessoas e sendo perseguidos na rua. Na Argentina o grau de devoção beirava o doentio e não a toa eles escolheram o país para encerrar sua carreira com um show no estádio do River Plate em março de 1996.
O show só não foi o último porque o grupo recebeu convites para mais apresentações na América. Em agosto eles se despediram mas sabiam que tinham feito a diferença.
Após a morte de Joey, os Ramones entraram para o Hall da Fama do Rock. A cerimônia acabou sendo uma das últimas aparições públicas do baixista original Dee Dee Ramone notório viciado em drogas pesadas que foi encontrado morto em Buenos Aires, onde estava morando em junho de 2002. Em 2004 foi a vez de Johnny Ramone não resistir ao câncer de próstata com o qual ele há anos lutava. Deixando apenas Tommy Erdelyi ou Tommy Ramone vivo da formação original.