Com certos artistas assim, não tem essa coisa de precisar de músico de apoio ou uma banda pra dar pitaco. O cara vai lá e faz tudo sozinho. O 5 discos de hoje relemrba alguns desses casos. Não deixa de ser sintomático que boa parte deles tenha sido feito por gente que já tiveram bandas de destaque que acabaram em situações dramáticas. Mas também existem casos onde o artista é talentoso o bastante para dar conta de tudo. Escolhemos aqui apenas discos onde uma única pessoa tocou vários instrumentos e tenha feito o disco todo sem nenhum, ou pouco, auxílio. é por isso que os discos estilo "voz e violão" não foram selecionados. Divirtam-se, ouçam, ou reouçam, os álbuns selecionados e semana que vem tem mais.
McCartney - Paul McCartney - 1970 - Se John Lennon soltou todos seus demônios em seu primeiro disco solo pós-Beatles, McCartney foi mais diplomático em sua raiva. Seu álbum de estreia mais parece um rascunho, com muitas instrumentais e vinhetas entre uma e outra canção "de verdade". Mas como estamos falando do maior melodista da música pop mesmo esses esboços trazem grandes achados. E para deixar claro que sua musa não o tinha abandonado ou que ele partiria para um caminho mais obscuro o disco traz a provável obra-prima do McCartney solista. Maybe I'm Amazed, uma de suas mais arrebatadoras canções de amor.
Tirando uma ou outra participação vocal de Linda mcCartney (obviamente sua musa inspiradora) Macca fez tudo sozinho nesse álbum. Ele repetiria a dose 10 anos depois quando gravou McCartney II.
Singin' Alone - Arnaldo Baptista - 1982 - Gravado por um artista no limite e já distante das grandes gravadoras, esse é provavelmente um dos discos mais estranhos e tristes que você ouvirá em sua vida. Se em Loki? de 1974 o ex-Mutantes ainda demonstrava capacidade de organizar as suas ideias (além de contar com o auxílio de músicos como Liminha) aqui o caminho já se mostrava mais fechado. Arnaldo quis gravar tudo sozinho. Algo compreensível já que ele era um exímio pianista e se virava muito bem na guitarra e baixo. Já a bateria era mais problemática. Ainda asism o disco é repelto de lindas e torturadas baladas, que mostravam que a sepração de Rita Lee ainda não estava superada. Nesse mesmo ano Arnaldo foi internado e pulou da janela do seu quarto. Milagrosamente ele sobreviveu, mas a recuperação foi longa e ainda hoje está longe de acabar.
Sign O' The Times - Prince - 1987 - Para muitos o grande trabalho do artista e um dos discos chave da década de 80. Após chegar ao mega-estrelato com seu discos gravados coma banda "Revolution", Prince tomou um novo rumo e voltou ao começo de carreira quando gravava praticamente tudo sozinho. Em Sign O' The Times temos outros músicos, mas suas participações são geralmente pontuais e discretas (exceção feita aos metais). Isso não significa que o trabalho tenha clima de demo tape. Muito pelo contrário, aliás. Daqui saíram grandes clássicos da música moderna como If I Was Your Girlfriend, U Got The Look e a faixa título que refletiu de forma perfeita aquele momento dos anos 80 em que o fim do mundo parecia extremamente próximo com AIDS, ameaças nucleares e a explosão do crack nas periferias das grandes cidades americanas.
The Downward Spiral - Nine Inch Nails - 1994 - Cria da mente perturbada, doentia (e também muito talentosa) de Trent Reznor, o Nine Inch Nails conseguiu a proeza de levar o rock dito industrial para as massas. Se ao vivo ele se cerca de uma turba de músicos para darem vida às suas neuroses, em estúdio ele praticamente não aceita ajuda e conselhos de ninguém. Esse disco duplo é seu maior legado. As letras de Reznor são quase sempre incômodas e niilistas ( levou o senador republicano Bob Dole a atacar a Warner por lançar tal tipo de material) e a música que a acompanha é abrasiva com farto uso de ruídos, distorções e instrumentos eletrônicos. No meio desse caos a bela e triste balada Hurt acaba ganhando mais vida. Ela acabaria sendo apropriada anos mais tarde de forma definitiva e emocionante por Johnny Cash.
Foo Fighters - Foo Fighters - 1995 - O que fazer quando o líder do seu grupo, que por acaso também é uma das maiores bandas do universo, resolve dar um tiro na cabeça e por tudo a perder? Ficar com raiva e perdido naturalmente. O segundo passo é fazer da música sua terapia e nela buscar forças para continuar. Foi isso que fez Dave Grohl nos meses que sucederam o suicídio de Kurt Cobain (seu colega no Nirvana, desnecessário dizer). Sozinho ele foi construído as faixas que se tornaram o primeiro disco dos Foo Fighters. O álbum tem seus momentos de tristeza e revolta (notadamente I'll Stick Around, um coice dirigido diretamente à viúva de Cobain Courtney Love. Mas o tom do disco é dado mais por faixas mais amenas e divertidas como Big Me. Findas as gravações Grohl montou uma banda "de verdade" e se tornou o cara mais simpático e amigável do rock 'n' roll.
McCartney - Paul McCartney - 1970 - Se John Lennon soltou todos seus demônios em seu primeiro disco solo pós-Beatles, McCartney foi mais diplomático em sua raiva. Seu álbum de estreia mais parece um rascunho, com muitas instrumentais e vinhetas entre uma e outra canção "de verdade". Mas como estamos falando do maior melodista da música pop mesmo esses esboços trazem grandes achados. E para deixar claro que sua musa não o tinha abandonado ou que ele partiria para um caminho mais obscuro o disco traz a provável obra-prima do McCartney solista. Maybe I'm Amazed, uma de suas mais arrebatadoras canções de amor.
Tirando uma ou outra participação vocal de Linda mcCartney (obviamente sua musa inspiradora) Macca fez tudo sozinho nesse álbum. Ele repetiria a dose 10 anos depois quando gravou McCartney II.
Singin' Alone - Arnaldo Baptista - 1982 - Gravado por um artista no limite e já distante das grandes gravadoras, esse é provavelmente um dos discos mais estranhos e tristes que você ouvirá em sua vida. Se em Loki? de 1974 o ex-Mutantes ainda demonstrava capacidade de organizar as suas ideias (além de contar com o auxílio de músicos como Liminha) aqui o caminho já se mostrava mais fechado. Arnaldo quis gravar tudo sozinho. Algo compreensível já que ele era um exímio pianista e se virava muito bem na guitarra e baixo. Já a bateria era mais problemática. Ainda asism o disco é repelto de lindas e torturadas baladas, que mostravam que a sepração de Rita Lee ainda não estava superada. Nesse mesmo ano Arnaldo foi internado e pulou da janela do seu quarto. Milagrosamente ele sobreviveu, mas a recuperação foi longa e ainda hoje está longe de acabar.
Sign O' The Times - Prince - 1987 - Para muitos o grande trabalho do artista e um dos discos chave da década de 80. Após chegar ao mega-estrelato com seu discos gravados coma banda "Revolution", Prince tomou um novo rumo e voltou ao começo de carreira quando gravava praticamente tudo sozinho. Em Sign O' The Times temos outros músicos, mas suas participações são geralmente pontuais e discretas (exceção feita aos metais). Isso não significa que o trabalho tenha clima de demo tape. Muito pelo contrário, aliás. Daqui saíram grandes clássicos da música moderna como If I Was Your Girlfriend, U Got The Look e a faixa título que refletiu de forma perfeita aquele momento dos anos 80 em que o fim do mundo parecia extremamente próximo com AIDS, ameaças nucleares e a explosão do crack nas periferias das grandes cidades americanas.
The Downward Spiral - Nine Inch Nails - 1994 - Cria da mente perturbada, doentia (e também muito talentosa) de Trent Reznor, o Nine Inch Nails conseguiu a proeza de levar o rock dito industrial para as massas. Se ao vivo ele se cerca de uma turba de músicos para darem vida às suas neuroses, em estúdio ele praticamente não aceita ajuda e conselhos de ninguém. Esse disco duplo é seu maior legado. As letras de Reznor são quase sempre incômodas e niilistas ( levou o senador republicano Bob Dole a atacar a Warner por lançar tal tipo de material) e a música que a acompanha é abrasiva com farto uso de ruídos, distorções e instrumentos eletrônicos. No meio desse caos a bela e triste balada Hurt acaba ganhando mais vida. Ela acabaria sendo apropriada anos mais tarde de forma definitiva e emocionante por Johnny Cash.
Foo Fighters - Foo Fighters - 1995 - O que fazer quando o líder do seu grupo, que por acaso também é uma das maiores bandas do universo, resolve dar um tiro na cabeça e por tudo a perder? Ficar com raiva e perdido naturalmente. O segundo passo é fazer da música sua terapia e nela buscar forças para continuar. Foi isso que fez Dave Grohl nos meses que sucederam o suicídio de Kurt Cobain (seu colega no Nirvana, desnecessário dizer). Sozinho ele foi construído as faixas que se tornaram o primeiro disco dos Foo Fighters. O álbum tem seus momentos de tristeza e revolta (notadamente I'll Stick Around, um coice dirigido diretamente à viúva de Cobain Courtney Love. Mas o tom do disco é dado mais por faixas mais amenas e divertidas como Big Me. Findas as gravações Grohl montou uma banda "de verdade" e se tornou o cara mais simpático e amigável do rock 'n' roll.