Relacionamentos amorosos semrpe impulsionam a música pop para o bem ou mal. Como quase toda música tem um quê de autobiografia, é óbvio que o humor do compositor influi de forma direta no resultado final da sua obra. Quase sempre a felicidade ou desilusão amorosa viram assunto para uma ou mais canções. Mas às vezes as coisas não são tão simples e um fim de relacionamento é tão traumático que o artista precisa de um disco, ou mais, para colocar tudo pra fora. Aqui estão cinco discos feitos por autores que estavam sofrendo muito com uma perda amorosa. Nennhum deles é de fácil audição, com a possível exceção do Fleetwood Mac, mas todos merecem ser ouvidos atentamente esteja você apaixonado, só ou "recém-solteiro".
Loki? - Arnaldo Baptista - 1974 - "Loki?" é um tratado tão grande sobre a dor que a gente até se esquece que ele também tem seus momentos de alívio e bom-humor (Cê Tá Pensando Que Eu Sou Loki? ou Vou Me Afundar Na Lingerie). em 1974 Arnaldo tentava superar o fim de casamentos, tsnto artísticos - sua saída dos Mutantes - quanto amorosos (com Rita Lee que até fez uma participação no disco em Não Estou Nem Aí). O uso de drogas amplificaram seu frágil estado emocional e todos seus medos e frustrações vieram a tona num disco gravado usando apenas piano, bateria e baixo. Foi nesse clima que nasceram pérolas como Desculpe, ou Te Amo Podes Crer. Os anos seguintes levaram quase toda lucidez de Arnaldo, que quase morreu em 1982. Hoje mesmo sendo uma sombra de quem foi, ele parece ter encontrado sua paz.
Blood on the Tracks - Bob Dylan 1975 - Grande clássico do gênero, o álbum também marcou o primeiro de vários revivals do cantor. O autor como sempre despista e já chegou a dizer que o álbum não tinha nada de autobiográfico e que ele era todo baseado em peças de Chekov, o próprio filho de Dylan, Jakob, disse que o álbum parece mais uma conversa entre seus pais. Composto quando o casamento com Sara Lownds estava nas últimas o disco passeia por quase todas emoções que envolvem um fim de relacionamento: raiva, melancolia, nostalgia, arrependimento... está tudo lá nas suas dez faixas.
Dylan ainda manteve o casamento por mais algum tempo (o disco seguinte,"Desire", traz a desesperada Sara). O fim definitivo se deu em 1977.
Rumours - Fleetwood Mac - 1977 - Além de ser um dos cinco álbuns mais vendidos de todos os tempos, Rumours também é a maior lavação de roupa suja já vista no mundo pop. Nessa época o grupo contava com dois casais em vias de separação - Lindsay Buckingham e Stevie Nicks e Jon e Christine Mc Vie. O quinto membro, Mick Fleetwood, também sentiu uma certa "dor na cabeça" ao descobrir que sua mulher estava de caso com seu melhor amigo. Se o clima emocional não era dos melhores, profissionalmente a banda estava com tudo. Os membros começaram então a compor uns sobre os outros. Algumas canções apontavam para um futuro feliz (Don't Stop) mas também havia espaço para acusações (You Make Loving Fun). A música chave é The Chain, a única composta por toda a banda, com a mensagem de que "a corrente os mantém juntos".
13 - Blur - 1999 - O quinto disco da banda inglesa é também o de mais difícil compreensão. Aqui o Britpop já tinha virado história e eles já tinham se reiventado com o disco anterior (o que tinha Song 2). Somado a esse período de incerteza na banda as coisas não iam bem: o guitarrista Graham Coxon estava cada vez mais distante (ele deixou a banda anos depois) e o Alex James estava afundando cada vez mais na cocaína. Mas o clima soturno de "13" vem principalmente de Damon Albarn que havia se separado de Justine Frischmann, a líder do Elastica. Damon deixou sua melancolia aflorar e criou faixas como Tender e No Distance Left To Run sobre sua tentativa de superar a dor e seguir em frente. No lado sonoro o grupo também prefriu experimentar usando muita eletrônica e ruídos. O resultado foi um disco intenso e, talvez por isso, pouco ouvido.
Sea Change - Beck - 2002 - Até esse disco o cantor era conhecido pelas músicas quase sempre irônicas e dançantes. Mesmo suas incursões pelo folk tinham notável senso de humor. Até que em 2002 ele deixou todos encucados com esse disco. Os jogos de palavras não estavam lá, nem as faixas dançantes. O cd era repleto de baladas tristonhas repletas de pesar. A crítica gostou muito, mas pensou que o álbum tinha sido feito por um personagem, como se Beck estivesse interrpetando um cantor-compositor de alma torturada. Quando se descobriu que na verdade o álbum era o resultado direto do fim do relacionamento dele com uma namorada de anos e anos tudo mudou de figura e "Sea Change" foi percebido como o que realmente era, uma espécie de "Blood on the Tracks" (ler texto acima) para o século 21.
Loki? - Arnaldo Baptista - 1974 - "Loki?" é um tratado tão grande sobre a dor que a gente até se esquece que ele também tem seus momentos de alívio e bom-humor (Cê Tá Pensando Que Eu Sou Loki? ou Vou Me Afundar Na Lingerie). em 1974 Arnaldo tentava superar o fim de casamentos, tsnto artísticos - sua saída dos Mutantes - quanto amorosos (com Rita Lee que até fez uma participação no disco em Não Estou Nem Aí). O uso de drogas amplificaram seu frágil estado emocional e todos seus medos e frustrações vieram a tona num disco gravado usando apenas piano, bateria e baixo. Foi nesse clima que nasceram pérolas como Desculpe, ou Te Amo Podes Crer. Os anos seguintes levaram quase toda lucidez de Arnaldo, que quase morreu em 1982. Hoje mesmo sendo uma sombra de quem foi, ele parece ter encontrado sua paz.
Blood on the Tracks - Bob Dylan 1975 - Grande clássico do gênero, o álbum também marcou o primeiro de vários revivals do cantor. O autor como sempre despista e já chegou a dizer que o álbum não tinha nada de autobiográfico e que ele era todo baseado em peças de Chekov, o próprio filho de Dylan, Jakob, disse que o álbum parece mais uma conversa entre seus pais. Composto quando o casamento com Sara Lownds estava nas últimas o disco passeia por quase todas emoções que envolvem um fim de relacionamento: raiva, melancolia, nostalgia, arrependimento... está tudo lá nas suas dez faixas.
Dylan ainda manteve o casamento por mais algum tempo (o disco seguinte,"Desire", traz a desesperada Sara). O fim definitivo se deu em 1977.
Rumours - Fleetwood Mac - 1977 - Além de ser um dos cinco álbuns mais vendidos de todos os tempos, Rumours também é a maior lavação de roupa suja já vista no mundo pop. Nessa época o grupo contava com dois casais em vias de separação - Lindsay Buckingham e Stevie Nicks e Jon e Christine Mc Vie. O quinto membro, Mick Fleetwood, também sentiu uma certa "dor na cabeça" ao descobrir que sua mulher estava de caso com seu melhor amigo. Se o clima emocional não era dos melhores, profissionalmente a banda estava com tudo. Os membros começaram então a compor uns sobre os outros. Algumas canções apontavam para um futuro feliz (Don't Stop) mas também havia espaço para acusações (You Make Loving Fun). A música chave é The Chain, a única composta por toda a banda, com a mensagem de que "a corrente os mantém juntos".
13 - Blur - 1999 - O quinto disco da banda inglesa é também o de mais difícil compreensão. Aqui o Britpop já tinha virado história e eles já tinham se reiventado com o disco anterior (o que tinha Song 2). Somado a esse período de incerteza na banda as coisas não iam bem: o guitarrista Graham Coxon estava cada vez mais distante (ele deixou a banda anos depois) e o Alex James estava afundando cada vez mais na cocaína. Mas o clima soturno de "13" vem principalmente de Damon Albarn que havia se separado de Justine Frischmann, a líder do Elastica. Damon deixou sua melancolia aflorar e criou faixas como Tender e No Distance Left To Run sobre sua tentativa de superar a dor e seguir em frente. No lado sonoro o grupo também prefriu experimentar usando muita eletrônica e ruídos. O resultado foi um disco intenso e, talvez por isso, pouco ouvido.
Sea Change - Beck - 2002 - Até esse disco o cantor era conhecido pelas músicas quase sempre irônicas e dançantes. Mesmo suas incursões pelo folk tinham notável senso de humor. Até que em 2002 ele deixou todos encucados com esse disco. Os jogos de palavras não estavam lá, nem as faixas dançantes. O cd era repleto de baladas tristonhas repletas de pesar. A crítica gostou muito, mas pensou que o álbum tinha sido feito por um personagem, como se Beck estivesse interrpetando um cantor-compositor de alma torturada. Quando se descobriu que na verdade o álbum era o resultado direto do fim do relacionamento dele com uma namorada de anos e anos tudo mudou de figura e "Sea Change" foi percebido como o que realmente era, uma espécie de "Blood on the Tracks" (ler texto acima) para o século 21.