Após falarmos de alguns dos discos mais tristes já escritos hoje o Vagalume dá um giro e dá cinco dicas de discos que transmitem alegria. Claro que um ou outro momento de melancolia pode ser sentido aqui e acolá (já dizia Stanislaw Ponte Preta que só os idiotas não se deprimem), mas todos esses trabalhos têm o poder de fazer você se sentir bem, até mesmo nos piores momentos.
Como sempre tínhamos muitas opções a nossa disposição. Preferimos então deixar de fora escolhas muito óbvias, nomes que já foram enfocados em outros de nossos especiais de fim de semana e principalmente álbuns parecem querer te obrigar a ser feliz na marra. Discos que trazem sentimentos de felicidade pela nostalgia (manja pai e mãe dançando e aquele primo quarentão dando passinhos desengonçados em casamentos?) ou álbuns feitos por artistas que usam o humor na música também não entraram. Após as explicações aqui vai a lista. Esperamos, claro, que vocês se divirtam com ela.
A Hard Day's Night - The Beatles 1964 - O único disco do grupo composto totalmente por Lennon e McCartney é uma aula de concisão (não dura muito mais que 30 minutos) e boas vibrações. Lançado no auge da Beatlemania e antes do peso a fama se tornar insuportável, mostra os rapazes ainda se divertindo com tudo aquilo que estavam vivendo. "A Hard Day's Night" foi a trilha sonora do filme homônimo (no Brasil "Os Reis do Iê Iê Iê") que por sua vez ajudaou a criar uma imagem mítica do grupo e funcionou como escolinha para muitos jovens que após assisti-lo decidiram montar eles mesmos as suas bandas. Após mais de 35 anos o álbum ainda mantém sua jovialidade graças aos repertório repleto de clássicos (And I Love Her, Can't Buy Me Love, a faixa título) e canções menos massificadas mas tão boas quanto (Things We Said Today ou I'll Be Back).
Destroyer Kiss - 1976 - Os mascarados sempre foram malhados pela crítica por assumirem, ao contrário de muitos, que estavam nessa para conseguir sexo, farra e mulheres. Apesar desse discurso, o grupo de Gene Simmons e Paul Stanley tinha uma ótima mão para compor canções ganchudas e divertidas. Se você tem alguma dúvida ouça esse disco que animou, anima, e ainda vai animar, muitas festas mundo afora. "Destroyer" saiu depois de "Alive" que finalmente tornou a banda conhecida. Para manter o pique o mega-produtor Bob Ezrin (Alice Cooper) entrou em cena para deixar o som do grupo mais forte e melodramático. Sua mão tornou Detroit Rock City e Shout It Out Loud ainda mais poderosas, fez de uma balada sem maiores atrativos (Beth) o maior hit da banda (para horror de Gene que sequer queria a faixa no álbum) e deu contornos épicos à Great Expectations e God Of Thunder.
If I Should Fall From Grace With God - The Pogues - 1987 - Se existe uma música festeira no mundo, tanto quanto o samba, é a da Irlanda. Esse combo que o diga. Apesar de formado na Inglaterra (com alguns ingleses na formação) o coração dos Pogues sempre foi céltico e seu som, uma mistura de música tradicional com punk trouxe um frescor enorme aos sintéticos anos 80. Se sua ideia de diversão envolve litros de cerveja e gente se abraçando e falando o quanto se ama esse é o disco (Fiesta usa como mote a mesma canção tradicional do jingle da Brahma). "If I Should..." também traz a mais inusitada canção de natal já escrita Fairytale Of New York sobre um bebum detido relembrando de natais mais felizes que descamba para um dueto repleto de acusações. É uma pena que o alcoolismo do líder Shane Mac Gowan tenha custado o vigor dele e da banda que atualmente só faz shows esporádicos.
Bandwagonesque - Teenage Fanclub - 1991 - Lembra do início dos anos 90 com seus cantores suicidas e angustiados? A história poderia ter sido diferente se esses escoceses tivessem virado mega. Não que eles estivessem muito na contra-mão. Kurt Cobain gostou tanto desse disco que os chamou para abrir shows do Nirvana. Mas o TFC, com suas canções de amor e integrantes tipo "gente como a gente" nunca teve a atitude certa para vencer na América. Por outro lado essa mesma atitude cativou um bom número de fãs pelo mundo. Fãs que entenderam que também é preciso celebrar o fato de se estar apaixonado ou da vida a dois sem que isso signifique pieguice. O resultado são vinte anos de uma banda (o mais novo disco acabou de sair) que envelhece na mesma sintonia que o seu público - que nunca os abandona. Existe alegria maior?
Tim Maia Disco Club - Tim Maia - 1978 - Tim passeou por quase todas variantes da música negra nos anos 70. Do soul tradicional ao som da Filadélfia chegando no funk e na disco music sempre colocando sua marca pessoal e dando cara legitimamente brasileira à música americana. Neste aqui, como entrega o título, ele caiu na discoteque. E que belo baile ele arrumou. Em pouco mais de meia hora o síndico ensina como fazer a festa com soul orquestrado (A Fim de Voltar), funk pesado a la James Brown (o hit Sossego) e várias outras das melhores dance tracks já feitas no Brasil. "Disco Club" reergueu a carreira de Tim que andava a perigo após sua fase "Racional" e mais dois discos de pouco sucesso. Como sempre em se tratando de Tim, a maré boa veio seguida de brigas com a gravadora, um período de ostracismo, seguido por novo renascimento comercial. Com ele sempre foi assim.
Como sempre tínhamos muitas opções a nossa disposição. Preferimos então deixar de fora escolhas muito óbvias, nomes que já foram enfocados em outros de nossos especiais de fim de semana e principalmente álbuns parecem querer te obrigar a ser feliz na marra. Discos que trazem sentimentos de felicidade pela nostalgia (manja pai e mãe dançando e aquele primo quarentão dando passinhos desengonçados em casamentos?) ou álbuns feitos por artistas que usam o humor na música também não entraram. Após as explicações aqui vai a lista. Esperamos, claro, que vocês se divirtam com ela.
A Hard Day's Night - The Beatles 1964 - O único disco do grupo composto totalmente por Lennon e McCartney é uma aula de concisão (não dura muito mais que 30 minutos) e boas vibrações. Lançado no auge da Beatlemania e antes do peso a fama se tornar insuportável, mostra os rapazes ainda se divertindo com tudo aquilo que estavam vivendo. "A Hard Day's Night" foi a trilha sonora do filme homônimo (no Brasil "Os Reis do Iê Iê Iê") que por sua vez ajudaou a criar uma imagem mítica do grupo e funcionou como escolinha para muitos jovens que após assisti-lo decidiram montar eles mesmos as suas bandas. Após mais de 35 anos o álbum ainda mantém sua jovialidade graças aos repertório repleto de clássicos (And I Love Her, Can't Buy Me Love, a faixa título) e canções menos massificadas mas tão boas quanto (Things We Said Today ou I'll Be Back).
Destroyer Kiss - 1976 - Os mascarados sempre foram malhados pela crítica por assumirem, ao contrário de muitos, que estavam nessa para conseguir sexo, farra e mulheres. Apesar desse discurso, o grupo de Gene Simmons e Paul Stanley tinha uma ótima mão para compor canções ganchudas e divertidas. Se você tem alguma dúvida ouça esse disco que animou, anima, e ainda vai animar, muitas festas mundo afora. "Destroyer" saiu depois de "Alive" que finalmente tornou a banda conhecida. Para manter o pique o mega-produtor Bob Ezrin (Alice Cooper) entrou em cena para deixar o som do grupo mais forte e melodramático. Sua mão tornou Detroit Rock City e Shout It Out Loud ainda mais poderosas, fez de uma balada sem maiores atrativos (Beth) o maior hit da banda (para horror de Gene que sequer queria a faixa no álbum) e deu contornos épicos à Great Expectations e God Of Thunder.
If I Should Fall From Grace With God - The Pogues - 1987 - Se existe uma música festeira no mundo, tanto quanto o samba, é a da Irlanda. Esse combo que o diga. Apesar de formado na Inglaterra (com alguns ingleses na formação) o coração dos Pogues sempre foi céltico e seu som, uma mistura de música tradicional com punk trouxe um frescor enorme aos sintéticos anos 80. Se sua ideia de diversão envolve litros de cerveja e gente se abraçando e falando o quanto se ama esse é o disco (Fiesta usa como mote a mesma canção tradicional do jingle da Brahma). "If I Should..." também traz a mais inusitada canção de natal já escrita Fairytale Of New York sobre um bebum detido relembrando de natais mais felizes que descamba para um dueto repleto de acusações. É uma pena que o alcoolismo do líder Shane Mac Gowan tenha custado o vigor dele e da banda que atualmente só faz shows esporádicos.
Bandwagonesque - Teenage Fanclub - 1991 - Lembra do início dos anos 90 com seus cantores suicidas e angustiados? A história poderia ter sido diferente se esses escoceses tivessem virado mega. Não que eles estivessem muito na contra-mão. Kurt Cobain gostou tanto desse disco que os chamou para abrir shows do Nirvana. Mas o TFC, com suas canções de amor e integrantes tipo "gente como a gente" nunca teve a atitude certa para vencer na América. Por outro lado essa mesma atitude cativou um bom número de fãs pelo mundo. Fãs que entenderam que também é preciso celebrar o fato de se estar apaixonado ou da vida a dois sem que isso signifique pieguice. O resultado são vinte anos de uma banda (o mais novo disco acabou de sair) que envelhece na mesma sintonia que o seu público - que nunca os abandona. Existe alegria maior?
Tim Maia Disco Club - Tim Maia - 1978 - Tim passeou por quase todas variantes da música negra nos anos 70. Do soul tradicional ao som da Filadélfia chegando no funk e na disco music sempre colocando sua marca pessoal e dando cara legitimamente brasileira à música americana. Neste aqui, como entrega o título, ele caiu na discoteque. E que belo baile ele arrumou. Em pouco mais de meia hora o síndico ensina como fazer a festa com soul orquestrado (A Fim de Voltar), funk pesado a la James Brown (o hit Sossego) e várias outras das melhores dance tracks já feitas no Brasil. "Disco Club" reergueu a carreira de Tim que andava a perigo após sua fase "Racional" e mais dois discos de pouco sucesso. Como sempre em se tratando de Tim, a maré boa veio seguida de brigas com a gravadora, um período de ostracismo, seguido por novo renascimento comercial. Com ele sempre foi assim.