Hoje listamos mais cinco discos que ajudaram a definir a década de 70. Claro que seria impossível resumir 10 anos em 10 discos e por isso muita coisa pra lá de fundamental teve de ficar de fora, de Bee Gess a Stevie Wonder e de Funkadelic a Bruce Springsteen. O que só prova que os anos 70 foram dos mais ricos e diversificados da música pop. Semana que vem falaremos dos anos 60.

David Bowie
David Bowie The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars
David Bowie - The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972) - Se teve um artista que marcou a década esse foi Bowie. Chamado de "camaleão" por sua habilidade em mudar de estilos, e antecipar estilos e tendências. Nenhuma coleção de música pop que se preze pode passar sem pelo menos uns seis, talvez mais, discos dele. Se você ainda não tem nenhum esse aqui, de 1972, é a melhor porta de entrada. "Ziggy" popularizou não só Bowie como também o Glam-rock - um pop simples e pegajoso embalado em visual andrógino. O disco conta a história de um ET que chega na Terra cinco anos antes do fim do mundo. Embalando essa história algumas das melhores canções de todo o rock como Moonage Daydream, a faixa título e Starman, que virou O Astronauta de Mármore com o Nenhum de Nós.

Kraftwerk
Kraftwerk Trans-Europe Express
Kraftwerk - Trans-Europe Express (1977) - A esses alemães cabe a honra de terem popularizado a música eletrônica em todo o planeta e dessa forma terem influenciado definitivamente o pop de todas as décadas seguintes. Aqui também temos um caso de artista com vários discos importantes. "Autobahn", "The Man machine" e "Radio-Activity", também são ótimos.
"Trans-Europe Express" porém é o mais representativo da música minimal, mas nem por isso chata ou pobre, deles. O antigo lado A trazia faixas mais melódicas como The Hall Of Mirrors. Já o lado B com a faixa título é um dos mais importantes do pop. Basta dizer que ele ajudou a criar o hip-hop, quando Afrika Bambaataa começou a usar a música em suas festas no início dos anos 80.

Sex Pistols
Sex Pistols Never Mind the Bollocks Here's the Sex Pistols
The Sex Pistols - Never Mind The Bollocks... (1977) - Podemos dizer que já se fazia punk nos anos 60, com as bandas de garagem ou o Velvet Underground, ou no início dos 70, com os Stooges. E é claro que não dá pra ignorar os Ramones e toda cena de Nova York que pavimentaram o caminho para a volta de um rock mais primitivo e bruto. Mas a coisa pegou mesmo na Inglaterra, onde as bandas e o estilo realmente se tornaram fenômeno de massa (os EUA precisaram esperar muitos anos mais para algo semelhante acontecer com o Grunge). Entre todas as grandes bandas nascidas no "levante de 77" (Clash, Buzzcocks, Stranglers...) nenhuma foi mais impactante que os Sex Pistols. Em uns poucos anos de vida o quarteto literalmente mudou todo o cenário, influenciando milhares de vidas com alguns shows e esse disco. O legado ainda está aí.

Fleetwood Mac
Fleetwood Mac Rumours
Fleetwood Mac - Rumours (1977) - Nunca houve um ano tão diversificado para o pop como o de 1977. "Rumours" foi muito desdenhado porque vendeu muito e porque simbolizava, tudo que havia "de errado" com os anos 70: o som feito na California, os egos inflados, as produções meticulosas e caras, o excesso de cocaína... Agora passados quase 35 anos, já se pode ouv-lo com mais distanciamento e admirá-lo como um grande trabalho. "Rumours" é daqueles acidentes felizes, afinal o Mac nasceu na Inglaterra dos anos 60 como banda de blues. Após trocas de formação acabaram radicados na Califórnia. O disco é um clássico da lavação de roupa suja, já que entre seus cinco integrantes havia dois casais em vias de separação. Dessa situação nasceram cnações como Don't Stop, Dreams e The Chain, a única composta por toda a banda.

Neil Young
Neil Young Rust Never Sleeps
Neil Young - Rust Never Sleeps (1979) - O canadense encerra esse especial por ter sido, ao lado de david Bowie o único a ter conseguido ter passado com desenvoltura pelos "velhos" e "novos" anos 70. No começo da década Neil lançou discos de canções folk e country que o transformaram em ídolo, mais ainda quando se juntou ao Crosby Stills and Nash
e adicionou seu sobrenome à sigla. Ao invés de se deitar sobre os louros Neil foi mais ousado e lançou discos que desnortearam seu público, como o sombrio "Tonight's the Night". "Rust Never Sleeps" funciona como uma síntese de sua obra e de parte do pop feito no período. O lado A trazia canções acústicas e o B era mais roqueiro. Fazendo a ponte uma mesma canção com dois nomes My My, Hey Hey (Out of the blue) ou Hey Hey, My My (Into the Black) dependendo da versão.