IrmĂŁo, a quebrada tĂĄ louca. Por apenas um real nego atira na sua boca E vocĂȘ ainda acha que o mundo tĂĄ facim Cada dia em um lugar nasce um nego ruim Pra vocĂȘ ou pra mim, pra todos da periferia. A violĂȘncia e o preconceito sujam o nosso dia a dia
Aqui ou ali, onde for vai saber. Presta atenção malucao pra nĂŁo morrer Sua mĂŁe engravidou vocĂȘ nascer nĂŁo e certeza. VocĂȘ nasceu, tĂĄ firmao, mas viver e dureza. No meio da pobreza encontra dificuldade Mais um pretinho pobre terror pra sociedade
Tipo uns piolho faz assim sem neurose Cata um e parte em dois e sofre na overdose Palavras, poemas nem quero saber. CadĂȘ o tira-teima pro meu povo ver SĂł lalau embolsando da previdĂȘncia
E as escolas sem lousa na maior decadĂȘncia E na seqĂŒĂȘncia no back o menor viaja Rouba a prĂłpria mĂŁe e ainda esculacha E vocĂȘ ainda acha certo ser assim Sonho com dias melhores, mas vĂȘm dias ruins. Pra vocĂȘ ou pra mim sei lĂĄ qual e a seqĂŒĂȘncia Senador, prefeito, deputado vem de providencia.
Um dia eu correrei num campo verde com flores Vendo o povo humilde sem sofrer dissabores Nem horrores de guerra nem mesmo desigualdade Ver o negro e o pobre integrar a sociedade Sem maldade na mente, sem ser hobin wood. Crianças brincando no chão de bolinha de gude
Mano nĂŁo se ilude, aqui e diadema. Pra onde vocĂȘ olha nego encontra problema A cada esquina a maldade espreita o cidadĂŁo Pai de famĂlia vai passando toma enquadro de oitĂŁo tĂĄ pensando que e flores nego, vai ver que e espinho.
A maldade na cidade espreita seu caminho Por escadas desiguais de degraus estilhaçados Tente subir seu conceito sem deixar ser humilhado A elite que explora a amo de obra da senzala Quando vĂȘ uma favela fecha o vidro e torce a cara
Eles se sentem imunes, acham que nada tem a ver. Mas serĂĄ que sem o pobre o rico consegue viver LĂłgico que nĂŁo, pois quem vai se humilhar. Se dondoca da elite nem ovo sabe fritar A pobre fode suas mĂŁos com produto de limpeza
Enquanto as ricas se embonecam nos salĂ”es de beleza Limpando e polindo muitos talheres de prata E pensando em seu marido coitado catando lata E ao limpar a garagem vĂȘ trĂȘs carros importados Cansada volta pra casa num buso velho e lotado E chega o final do mĂȘs, a maior humilhação. O que ganha mal da pras compras, imagine para o pĂŁo!
Pra vocĂȘ nos somos lixo, escorias pra sociedade. Caso de estudo de muitas universidades Pra cada branco da elite uma dose de hipocrisia Fala mal dos pretos, mas o usam no dia a dia. E se e pra ser igual vocĂȘs, terno fino, gravata preta.
Um ladrĂŁo de colarinho com a previdĂȘncia na maleta Eu prefiro ser o preto humilde da periferia Que anda junto com o povo e nĂŁo se humilha a cada dia