Murillo Augustus
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Cafeína Blues

Murillo Augustus


Cedinho meu cachorro concentrado
Faz força enquanto lê o meu jornal
A esposa no iogurte desnatado
Mamãe ginkgo biloba e cereal

E eu já tô no quarto café
Enfim, um dia como outro qualquer
E eu já tô há tempos de pé
Salve-se quem puder

Ligo a televisão e tomo um susto
Mataram muita gente no pará
O mundo por aí é tão injusto
Prefiro conviver com meu sofá

E eu já tô no quinto café
Enfim, um dia como outro qualquer
E eu já tô há tempos de pé
Salve-se quem puder

Dez horas vai me dando aquele sono
Talvez um rock and roll pra despertar
Na rádio só tem música de corno
Onde é que o ser humano vai parar?

E eu já tô no sexto café
Enfim, um dia como outro qualquer
E eu já tô há tempos de pé
Salve-se quem puder
(Solo de gaita com mais dois cafés)

Na hora do almoço uma cerveja
Minha mulher me diz que isso faz mal
Se ela quer ser magra, pois que seja
Comida sem cerveja é imoral

E eu já tô no nono café
Enfim, um dia como outro qualquer
E eu já tô há tempos de pé
Salve-se quem puder

Composição: Murillo Augustus, João Affonso

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