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Velho Centenario

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Sob a luz de um lampião,um homem vai escrever a
história da nação e tudo mais que vê,ninguém vai duvidar
mas quem vai entender.
Sentado na cadeira de palha fumando um cigarro
kaya,passando pras mãos a lembrança de toda uma vida
na infancia que nunca deixou de viver,sabe que é ruim
recordar das coisas que não queria ver e sua vida é
como um mar,lindo mas salgado quase não da pra
beber,ôh não!
Nasceu já era noite embaixo de uma aroeira.Mas não
teve festa,não teve fogueira.Sua pele escura o
condenava a prisão.Não tinha senzala mas tinha a
chibata do patrão.seu pai sempre sorrindo lhe ensina a
ser bom e dizia pra não se esquecer que imagem
semelhança não quer dizer que homem pode tudo que não
há limite em seu poder e em uma integridade ninguém
pode tocar.E assim foi crescendo sem desanimar,sem
deixar a tristeza e o medo o acompanhar,seguindo os
passos que seu coração queria dar e no destino não
podia crer,ele só queria viver!
Juventude no meio do cafezal.A escola distante mas não
fazia mal.Caminhava as léguas que tinha pra aprender a
ser racional.Trabalho forçado que nunca achou
normal.Seus pais já não o acompanhavam mas sabia bem
onde eles estavam.Sinal de perigo ele olhava pro céu e
pra todos pedia a benção de Deus.
Sabia que o mundo não é ruim e com isso dizia:"A vida
é boa!Eu moro naquele campo de jasmim.Naquela casinha
perto da lagoa.Um fogão de barro,um banquinho,uma
cama,uma chaleira,um bom chimarrão,é tudo que posso
lhe oferecer mas vá lá,é tudo de coração.Ganhei o que
eu tenho com o meu suor e da simplicidade não abro
mão".Liberdade e igualdade pra pensar era só o que ele
queria preservar.Tudo que aprendeu,queria ensinar e das
feridas queria esquecer,ele só queria viver.
Ô sinhá!Me de um copod'água,eu tenho sede,minhas
vistas estão cansada.Pensando bem acho que não
escreverei nada.
Quem vai querer saber de mim,um preto velho com a vida
no fim que viveu apenas sorrindo à toa dizendo pro
mundo:"A vida é boa mesmo sem riqueza,mesmo sem
conforto,assim como a figueira d etronco torto que da
a sombra que o home precisa pra escalar da
insolação,descansar sentindo a energia do chão.Eu não
vim ao mundo,pra servir de inspiração,mas pra quem
quer conselho preste muita atenção,nãO se entregue ao
cansaço tão pouco à desolação,não temos o que temer
,apenas temos que viver!"

Composição: Rodrigo Rodrigues E Mercado Publico

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