João era pobre, mas tinha sossego e a paz a seu lado Passou a infância plantando e colhendo a lidando com gado Ganhou como herança um pedaço de terra que era dos pais Mas como era jovem, sonhava mais alto em seus ideais João tinha um sonho de ir pra cidade formar-se doutor Na sua inocência deixou o seu mundo no interior Vendeu o seu sitio todinho plantando e seus animais Pegou sua mala e disse adeus sem olhar pra trás
João foi nascido a criado na roça, não tinha maldade Pensava que o mundo era feito de paz de amor e bondade Além do dinheiro levava esperança em sua bagagem Mas só encontrou cruel desengano no fim da viagem! Chegando a cidade, joão confiava em maus companheiros Que logo adiante roubara-lhe a mala e todo dinheiro De um para o outro passavam a mala do pobre joão Que desesperado tentava alcançar o primeiro ladrão!
E lá na esquina tomado de ódio, de mágoa e pavor Aquele caipira trava a vida de um mal feitor Trancado nas grades não sabe de onde lhe vem tanto mal E aos olhos do mundo, joão é apenas mais um marginal E hoje o moço que veio da roça com tanta esperança Trocou o seu mundo, só fala em maldade só pensa em vingança E quando seu sitio, seu ninho, só resta chorar Seu sonho morreu e seu doce passado jamais voltará!